Dia Mundial da Dermatite Atópica

Assinalou-se a 14 de setembro, o Dia Mundial da Dermatite Atópica.

Esta iniciativa foi criada com o objetivo de sensibilizar e consciencializar a opinião pública para a Dermatite Atópica moderada a grave, uma doença crónica que afeta 4.4% da população europeia e 10 a 20% da população infantil a nível mundial. Esta iniciativa pretende ainda alertar para o impacto da Dermatite Atópica na saúde física e psicológica dos doentes, em particular dos adolescentes.

A Dermatite Atópica é uma doença crónica que causa inflamação da pele. A pele torna-se seca, ou seja, tem falta de lípidos (gordura). A pele fica com uma sensação de desconforto, rigidez e formam-se placas que causam muito prurido (comichão), cuja intensidade é variável (normalmente piora à noite), e conduz à coceira compulsiva, o que pode levar à formação de feridas. Os principais fatores que agravam o prurido são o calor, suor, contacto com irritantes (por exemplo vestuário com fibra ou lã), o stress emocional, as infeções das vias aéreas e alguns alimentos. É uma doença benigna e não contagiosa, mas é complexa, podendo alterar muito a qualidade de vida, afetando atividades como o sono, trabalho, estudo, etc. Os sintomas de dermatite atópica, também conhecida como eczema atópico, podem acontecer em qualquer pessoa, mas são mais comuns em bebés e crianças até aos 5 anos.

Esta inflamação da pele pode ser desencadeada por uma combinação de fatores, tendo uma forte interação entre genética e fatores ambientais. Os locais mais afetados variam de acordo com a idade, sendo mais comum nas dobras dos braços e joelhos, podendo, também, aparecer nas bochechas e junto às orelhas dos bebés, ou no pescoço, e, nos adultos, nas mãos, pés e rosto, principalmente nas pálpebras, e nos casos graves pode ocorrer eritrodermia generalizada (pele vermelha e descamativa).

Apesar de não ter cura, a Dermatite Atópica pode ser tratada com medicamentos (remédios) em forma de pomada, com aplicação nos locais afetados, contendo cortisona ou inibidores da calcineurina (tacrolimus e pimecrolimus), mas sempre de acordo com a orientação do médico. É muito importante manter sempre a pele bem hidratada, com muito creme, sendo também importante identificar o fator responsável por estimular os sintomas.

Principais sintomas

Os principais sintomas da dermatite atópica são a pele seca e a comichão, especialmente nas mãos, cotovelos, pescoço, parte de trás do joelho e/ou tornozelos.

No entanto, podem surgir outros sintomas como:

  • Inchaço na pele
  • Vermelhidão
  • Descamação da pele, devido à secura
  • Formação de feridas, devido ao ato de coçar constantemente
  • Mudança na cor de uma área da pele, que pode ficar mais clara ou mais escura que o normal.

 

Algumas das dicas para manter a dermatite atópica mais controlada:

  1. Banho diário curto (5-10 minutos no máximo) com água morna (30-33ºC)
  2. Usar sabonetes sem fragrâncias
  3. Secar sem esfregar, com tapinhas
  4. Hidratação após o banho e quantas vezes forem necessárias. Aplicar logo após o banho (não mais de 3 minutos depois), antes que a pele fique completamente seca
  5. Usar em áreas lesionadas emolientes que promovem a cicatrização e a reparação da pele
  6. Usar roupas de algodão. Evitar fibras sintéticas e de lã. Evitar também roupas apertadas. Cortar etiquetas das peças de roupa
  7. Evitar amaciador na máquina de lavar
  8. Para limpar o rabinho do bebé usar água e sabão sempre que possível. No caso de usar lenços umedecidos, é melhor que sejam com alta percentagem de água
  9. Alimentos ácidos às vezes podem piorar a dermatite perioral (inflamação da pele que surge à volta da boca)
  10. Hidratar a zona perioral com cremes específicos
  11. Evitar fumar dentro de casa ou perto da criança; o fumo pode irritar a pele
  12. Ter a casa bem ventilada; evitar ambientes secos
  13. Cortar as unhas curtas para evitar feridas ou infeções ao coçar
  14. Em caso de coceira intensa poder-se-á recorrer ao spray de névoa. Um truque é mantê-lo no frigorífico para que fique mais fresco
  15. Evitar possíveis alérgenos ambientais: poeira, animais e plantas.

Marque uma consulta com o alergologista ou dermatologista. Eles podem orientá-lo no controlo da doença, oferecer opções de tratamento e pô-lo em contacto com grupos de apoio e organizações de pacientes.

 

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