Cortes de Lisboa: As paixões masculinas reunidas num único espaço

A Cortes de Lisboa é um projeto jovem, inovador e alternativo, que resultou de uma paixão do seu fundador, Francisco Godinho, por veículos motorizados. Em resultado de uma aquisição em leilão de umas cadeiras de barbearia antigas e de uns veículos de coleção, nasceu uma barbearia, em Alcântara, cuja ideia se difundiu e já se espalhou um pouco por todo o país. Estivemos à conversa com o sócio fundador, para perceber o conceito destas barbearias e o que reserva o futuro.

Como surgiu a Cortes de Lisboa?
Surgiu há cerca de quatro anos. Começou como uma pequena “brincadeira”, porque não era a minha área e não tinha conhecimento sobre a técnica, mas gosto de ir a leilões de antiguidades e, num desses leilões, licitei e ganhei um lote que trazia umas motas antigas e umas cadeiras e bancadas de barbearias antigas. Tirei as motas e deixei o resto das coisas no armazém. Passado um ano há um amigo meu que vê aquilo e me sugere abrir um espaço de barbearia, já que tinha todo o material necessário para isso. Ele próprio conhecia alguém especializado em cortar cabelos, que é atualmente o meu braço direito, e que era a pessoa ideal para o negócio. Falei com ele e sugeri que ele desse a mão-de-obra e eu o espaço, algo que ele aceitou.
Abrimos a primeira loja em Alcântara, numa rua que só tinha comércio tradicional e, desde então, já chegaram bancos e outras marcas de referência àquela rua. Aliás, logo no dia de abertura já tínhamos 20 pessoas à porta. Começámos com uma loja de rua, com apenas duas cadeiras, e hoje já temos cerca de 100 colaboradores e sete lojas e vamos inaugurar outra em breve.

Como se deu esse crescimento?
A primeira loja foi em Alcântara, uma loja de rua. A segunda foi na Bela Vista, antiga zona de Chelas, também enquanto loja tradicional, mas entretanto equacionei a hipótese de abrir uma loja no shopping. Fiz algumas pesquisas, direcionadas a administrações de centros comerciais e o primeiro a aceitar a ideia foi o LoureShopping. Logo depois, o Colombo também aceitou que abríssemos uma loja naquele espaço comercial.
De seguida abrimos em Évora, no Évora Plaza, depois no Allegro Alfragide, Braga Parque e a abertura mais recente foi no Fórum Sintra. A nossa oitava loja irá abrir no Fórum Coimbra. A perspetiva é crescer por todo o país, mas sobretudo para o Norte, onde se concentra o centro financeiro e onde o cuidado com a imagem é maior. O próximo objetivo é abrir um espaço no Norte Shopping.

Como define o conceito da Cortes de Lisboa e de que forma se diferenciam no mercado?
Eu tenho uma paixão por veículos e o conceito procura ir buscar aquilo que nós, homens, mais gostamos. Eu já tinha uma coleção carros e motas e pensei que seria interessante expor estas peças nas lojas. Temos a parte do gosto pessoal aliada ao negócio.
De quatro em quatro anos, tentamos fazer um rebranding nas nossas lojas, para ter constantemente uma imagem renovada. Considero que o espaço tem de fazer com que as pessoas se sintam confortáveis, mas, ao mesmo tempo, deve ter algo novo e inovador e não ser o típico barbeiro tradicional.
No que respeita à diferenciação, tentamos que incida essencialmente no serviço prestado. Procuramos que este seja muito cuidado, rigoroso e com técnicas que não se utilizam em todas as barbearias.
Além disso, no que respeita à questão da inovação, temos também uma aplicação, desenvolvida por mim, em conjunto com colegas do Instituto Superior Técnico, que está integrada com a loja e permite ao cliente agendar uma marcação. Este ano vamos lançar um serviço novo e único no país – o corte ao domicílio. Já estamos na fase final e pretendemos lançá-lo no final do Verão, simultaneamente em todas as nossas lojas.

Utilizam técnicas que não se utilizam na grande maioria das barbearias. De que técnicas falamos?
Nós temos feito um estudo por todas as barbearias do mundo, temos tido várias formações e tentámos selecionar algumas técnicas que melhor se adaptavam à nossa realidade. Em certos países não utilizam lâmina, apenas navalha. Noutros, utilizam o fogo para tirar alguns pêlos, nomeadamente nas orelhas e na cara. Existem algumas técnicas que podemos utilizar e nós procuramos aprender algumas delas para garantir que, quando vem alguém e nos faz um pedido específico, nós consigamos aceder a esse pedido. Além disso, os homens hoje andam mais informados e estão mais abertos às novidades e inovações nesta área e nós queremos que o cliente venha, saia satisfeito e que volte – e acontece isso com cerca de 90 por cento. Para isso, os nossos colaboradores recebem bastante formação, quer seja em técnicas de corte, atendimento ou produtos.

O que podemos esperar da Cortes de Lisboa no futuro?
Gostaria de crescer mais e expandir para fora de Portugal. Considero que temos capacidade para isso e já temos alguns contactos nesse sentido. Numa primeira fase, não pretendemos franchisar, porque queremos continuar a controlar a gestão do nosso negócio. Talvez quando tivermos uma dezena de lojas essa opção já se afigure mais adequada.

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