Chartwell Pharmaceuticals: Inovação, Visão Estratégica e Criação de Valor

Criada em 2010, a Chartwell Pharmaceuticals tem como core business o desenvolvimento e fabrico de produtos farmacêuticos, em fórmulas sólidas orais, assumindo um compromisso de qualidade, rigor, conformidade e excelência, com foco no atendimento e satisfação do cliente.

A Chartwell Actives resulta de uma decisão estratégica do grupo norte-americano Chartwell Pharmaceuticals, sedeado em Rockland County, no Estado de Nova Iorque, de investir na área dos princípios ativos. Jack Goldenberg, Managing Partner da Chartwell, começou por interessar-se pela aquisição de um grupo farmacêutico em Portugal, perspetiva que se gorou. No entanto, a ideia manteve-se e acabou por conduzir à criação da Chartwell Actives, filial em Portugal, constituída em outubro de 2016, assumindo-se como um centro de competência europeu na área dos princípios ativos para a indústria farmacêutica (API).
Para Manuel Eduardo Fernandes, diretor-geral da empresa, a escolha do Solvay Business Park, em Vila Franca de Xira para instalação da empresa, deveu-se ao facto de ali se congregarem fatores como “a cultura de indústria química, o forte compromisso com a segurança e uma infraestrutura que potencia licenciamento, investimento e procura de serviços”, o que se assume como um espaço ideal para acolher, caso a empresa assim o entenda, uma unidade piloto. “Este parque industrial reúne as condições ideais para o desenvolvimento dos nossos projetos. Mais: o parceiro que nos acolhe é indústria e fala a mesma linguagem profissional”, evidencia Manuel Eduardo Fernandes. Falamos portanto da indústria de produção de genéricos, setor no qual a Chartwell Actives pretende assumir um papel como ator global de valor acrescentado, num nicho de mercado em que a forte integração com a empresa-mãe e a dimensão da indústria farmacêutica dos Estados Unidos representam trunfos importantes. “Abraçámos o projeto e estamos a trabalhar com grande proximidade com a equipa dos Estados Unidos”, onde se tem registado um crescimento significativo do negócio, bem como uma forte preparação dos dossiers dos produtos, os chamados ANDAs, o que permitirá durante este ano lançar seis a sete produtos. “Estamos a ajudar sobretudo nas áreas da qualidade, “gap-analysis” identificação e qualificação de fornecedores de API , e criámos um sistema de validação de limpeza para garantir que a fábrica pode operar em modo multiproduto cumprindo as boas práticas de fabrico”. Dos planos da empresa faz parte a aquisição de uma unidade industrial de produção de API (princípios ativos), dotada de um portfólio de produtos de elevado valor, refere o diretor-geral, realçando no entanto que a ideia passa por “identificar aquela que nos poderá trazer mais-valias e vantagens competitivas, ou seja queremos identificar a oportunidade certa”.

Aposta em tecnologias de ponta
A inovação está intrinsecamente ligada ao ADN da Chartwell Actives, por isso mesmo com recurso a tecnologias de ponta, a filial portuguesa pretende introduzir no mercado produtos de nicho, que ajudem a melhorar a qualidade de vida das pessoas, mas atuando também numa lógica externa de apoio aos seus potenciais clientes, tendo como mercados alvo os Estados Unidos e a União Europeia. Manuel Eduardo Fernandes realça também dois fatores distintivos da empresa, o primeiro com um acento tónico muito forte na intensificação de processos, ou seja na mudança do paradigma tradicional numa lógica de produção por lote para um paradigma de produção contínua. Este é um conceito “em desenvolvimento que poderá ser aplicado com sucesso a um determinado conjunto de reações químicas que aparecem com frequência na indústria dos princípios ativos”. Nesta medida, a Chartwell Actives tem feito esforços no sentido de contactar empresas nos Estados Unidos e na Europa que estão na vanguarda do desenvolvimento desta tecnologia, para que possa incluir essas inovações nos projetos que tem em desenvolvimento. O segundo fator refere-se à abordagem que a empresa tem com os seus clientes, exemplificando com o envolvimento da empresa num projeto de construção e operação de duas unidades fabris em Portugal, relevando o conceito de construção modular contrariando o approach tradicional, ou seja “podendo ser construídos módulos em fábrica, testados, desmontados e depois montados no local final”, permitindo ganhos substanciais.
A empresa portuguesa, embora recente, dispõe de uma equipa coesa e experiente de 15 quadros superiores, engenheiros químicos e farmacêuticos, que cobre todos os aspetos desta indústria desde a produção, logística, engenharia, ambiente e segurança. Além disso, o facto dos elementos da equipa trabalharem juntos há vários anos, permite-lhes dar uma resposta mais rápida e cabal. “A capacidade operacional da equipa é relevante, com um leque de competências diversificado, um processo de decisão ágil e muito focado nos clientes”, advoga.

Objetivos e ambições
Em entrevista à Revista Business Portugal, Manuel Eduardo Fernandes antecipou que o plano estratégico da Chartwell Actives inclui diversos projetos entre os quais a construção de uma bio-unidade em Portugal e a construção de uma fábrica de produção de extratos naturais para utilização medicinal. Por outro lado, a Chartwell, com um parceiro Esloveno, está em conversações com uma grande farmacêutica para a produção de um API de grande interesse para esta empresa. Se este projeto se vier a concretizar e tudo indica que tal venha a acontecer, o modelo de licenciamento e royalties a 10 anos, poderá proporcionar uma rentabilidade muito interessante para a Chartwell Actives”, conclui o diretor-geral.

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