CC – Desenhador e Orçamentista: 30 anos de experiência ao seu serviço

Sediada em Viana do Castelo a CC – Desenhador e Orçamentista abriu portas em 2018. Carlos Costa é o mentor deste projeto e foi com ele que estivemos à conversa para compreender um pouco melhor, o presente e o passado do profissional, que conta com mais de três décadas de experiência na área de desenho.

Acumula mais de três décadas de experiência. Como começou o seu percurso na área e em que momento decide apostar na abertura da sua própria empresa?
Já trabalho neste ramo há 34 anos. Faço um pouco de tudo no que toca ao projeto. Agora trabalhamos, e ainda bem, com o apoio de programas informáticos, mas quando comecei ainda era o tempo em que se usava o estirador para desenho. As coisas foram evoluindo e, entretanto, tirei um curso de desenhador/projetista. Aos poucos fui-me especializando e fui crescendo como desenhador, tendo trabalhado para a GAI – Estudos e Projetos de Construção, em Barcelos. Em 1984 comecei a trabalhar com o Adolfo Rodrigues até 1997. Nessa altura já era mais comum recorrer às técnicas com computador e também já existiam alguns programas específicos que, de certo modo, nos facilitavam o trabalho. Mais tarde, em 1998, integrei a empresa Casaviana – planos, projetos e construção, onde me mantive até 2016. Era responsável pela área de projeto, pela preparação e acompanhamento de obras diversas, privadas e públicas, e procedia à execução de medições e orçamentos. Infelizmente, em 2016 a empresa acabou por declarar falência e, como a grande maioria dos funcionários, fiquei desempregado. Ao fim de três meses parado, decidi que não iria continuar assim por muito mais tempo e decidi abrir esta empresa. A criação desta empresa foi a realização de um sonho, que já devia ter sido concretizado há muito tempo. A CC – Desenhador e Orçamentista está no mercado desde 2018 e dedica-se ao projeto, na sua totalidade, passando por todas as especialidades.

Apresente-nos um balanço deste ano e meio de atividade.
Considero que, acima de tudo, consegui adquirir maior aprendizagem de mercado. Nas empresas por onde passei anteriormente, não tínhamos acesso à comercialização do projeto, e posso afirmar que esta não é uma área que seja muito fácil. Atualmente, como a procura é muita e a oferta também, as pessoas procuram o mais rápido e o mais barato. Infelizmente funciona assim, e um projeto que há 10 ou 15 anos tinha determinado um valor, hoje vale muito menos.

Quem são os clientes da CC – Desenhador e Orçamentista?
Trabalho sobretudo com arquitetos, a quem presto auxílio mais a nível de medição e orçamentos. Por se tratar de um trabalho que exige muito tempo e precisão, muitos profissionais da arquitetura recorrem a mim para este tipo de serviços especializados, porque sabem que tenho grande conhecimento e experiência profissional nesta área.

O mercado está em forte crescimento. Qual é a área geográfica dos seus serviços?
Apesar de estar sediado em Viana do Castelo, grande parte dos trabalhos são de fora do distrito. Firmei dois princípios de parceria, com duas imobiliárias locais, com atividade em todo o país. Devido à execução de um trabalho, em Viseu, foi-me dada a ideia pelo proprietário, da abertura de um escritório naquela cidade.

Há falta de formação nesta área ou é a falta de experiência que está a afetar o setor?
Somos um país onde existem engenheiros a mais e mão de obra a menos. Na construção passa-se isto, infelizmente, e se quisermos um trabalhador especializado, quer seja pedreiro, trolha ou carpinteiro, não conseguimos encontrar porque emigraram todos. Com o desenhador aconteceu o mesmo, foi tudo embora em busca de uma carreira melhor no estrangeiro.

A construção, nos últimos dez anos, tem sofrido grandes mudanças, sobretudo no que diz respeito a novos materiais e técnicas de construção utilizadas. Atualmente, os profissionais desta área estão preparados para desenvolver projetos de acordo com estas alterações?
Sim, estamos. Aliás, a casa que estou a fazer em Viseu está a ser feita com alguns desses novos materiais. Todos os materiais utilizados são recicláveis, amigos do ambiente e a casa vai ficar com um elevado grau de certificação energética. Quando faço um projeto, sou capaz de perder um dia ou dois só a estudar qual será o material mais adequado a ser aplicado. Ainda há pessoas que têm a conceção da construção tradicional e que não fogem daí. No entanto, já começam a surgir pessoas com a mentalidade mais aberta e dispostas a receber propostas de novas soluções. A verdade é que as pessoas já começam a ter a consciencialização de que, por vezes, um investimento maior no momento de construir se irá converter em poupança de dinheiro ao longo da vida.

Qual o projeto que mais o desafiou ao longo deste ano e meio de atividade?
Justamente a moradia em Viseu que referi anteriormente, porque foi um cliente que chegou até mim já com um budget definido. As condicionantes monetárias são sempre as mais desafiantes. Apesar disso, está a ser um projeto bastante fácil, porque a partir do momento em que percebi as diretrizes que o cliente pretendia, ele deu-me carta branca para desenvolver o projeto.

Que projetos estão em vista para o futuro da empresa?
Tenho um projeto, não muito longe daqui, no centro da cidade para a reestruturação de uma zona degradada. Trata-se de uma rua histórica cujos prédios estão bastante degradados e que vão ser reconstruídos. Para além disso, serão abertos acessos e uma nova zona ajardinada. É um projeto que me vai dar muito trabalho, mas eu gosto de desafios. Depois, estou a fazer a recuperação de um outro edifício, no centro da cidade, para alojamento local. A verdade é que trabalho não falta para os próximos anos.

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