Casa das Máscaras: Discreta e caliente

Teresa Mendes - Administradora

Teresa Mendes, fundadora da marca Casa das Máscaras, prepara o lançamento de uma rede de franchising para a sua marca e um livro de jogos eróticos para casais. A Revista Business Portugal foi ao encontro da empresária, para saber mais sobre estes aspetos.

Teresa Mendes, a que se deve o sucesso so seu negócio?

O sucesso do meu negócio deve-se à inovação, até porque foi pensado ao contrário. Já tinha o espaço, e em vez de adaptar um qualquer negócio ao espaço, pensei como usar o espaço para fazer nele um negócio único, atrativo para um mercado suficientemente grande para o tornar rentável e difícil de copiar. Assim nasceu a ideia de criar um parque de diversões para adultos, com um toque diferenciador que privilegia os gostos das mulheres. Escolhi desenvolver um tema mesmo sabendo que ainda é considerado tabu, pois torna-se mais difícil de copiar, além de não haver concorrência. Poucos têm coragem de criar um negócio relacionado com a sexualidade, mas é um negócio com um mercado enorme.  O segredo é ir de encontro aos gostos das mulheres. Quando as mulheres gostam, os seus parceiros também gostam. A Casa das Máscaras é vista agora como um local de mistério e de fantasia, completamente diferente do que as pessoas esperam encontrar à partida. Charme, bom gosto, surpresas e fantasia, são aspectos que cativam a imaginação das mulheres.

O que quer dizer com surpresas?

A principal surpresa é a abordagem à sexualidade. É difícil convencer, quer homens quer mulheres, que há muito mais para aprender sobre a sexualidade além do básico ‘como ter e não ter filhos’ e ‘como ter e não ter doenças’ que aprendemos na adolescência. Após décadas de experiência achamos que já sabemos tudo o que há para saber sobre a sexualidade e muitos até ficam ofendidos com a sugestão. A estratégia da Casa das Máscaras passou pela criação de produtos que, nunca falando em formação, a realiza usando jogos eróticos para casais, sem o anunciar. Afinal, quem não gosta de aprender com jogos? Com jogos as pessoas aprendem e divertem-se sem se aperceberem de que o objetivo subliminar é ensinar. Há jogos para jogar em casa a dois – onde aprendem por exemplo a importância da fase de antecipação – todos conhecem a ‘surpresa’, mas não se lembram que quem se diverte mais é quem prepara a surpresa (exatamente por causa da fase de antecipação);  outros para ambientes de grupo, que se focam em fantasias muito comuns como o Voyerismo e o Exibicionismo e ainda jogos que necessitam de treino com especialistas, como as massagens tântricas ou o pompoarismo.

Franchising é um modelo que lhe interessa? Porquê?

Uma estratégia inclui um pensamento a médio-longo prazo. A minha ideia inicial foi começar com um protótipo do conceito e testa-lo, de forma a garantir que os produtos e serviços que a Casa das Máscaras oferece podiam entrar num modelo de crescimento via franchising. Existem sempre barreiras ao crescimento de um negócio, e neste da Casa das Máscaras que visa o ensino de sexualidade para o prazer e de sexualidade para casais que querem ficar juntos muito tempo, há uma limitação muito irritante. As redes sociais e a Google, por exemplo, limitam o uso das suas ferramentas de publicidade para qualquer negócio considerado de ‘entretenimento para adultos’. Na impossibilidade de se poder usar publicidade via redes sociais, o negócio foi logo criado a pensar num modelo de crescimento orgânico, quer através de lojas próprias, quer através do franchising. A ideia passa por começar por alargar a rede lá fora, por uma questão de imagem. Os estudos que fizémos e pelo que os nossos clientes estrangeiros nos dizem, não há no mundo um conceito semelhante ao da Casa das Máscaras. Barcelona e São Paulo serão as primeiras apostas porque são cidades com um grande mercado potencial de pessoas de mente curiosa. Interessa-nos, para já, investidores com objetivos a médio ou longo prazo, que não se queiram envolver pessoalmente no negócio, apostando na rentabilidade, para desenvolver o Master Franchising; também nos interessa parceiros que, já tendo um local adequado, pretendam abrir a sua própria Casa das Máscaras, por exemplo associada a uma sex shop, ou ainda pessoas que pretendendo abrir um negócio próprio queiram primeiro trabalhar no desenvolvimento da rede de franchisados e mais tarde desenvolver o seu próprio negócio já como franchisado. Essa é outra abordagem diferenciadora para o franchising da Casa das Máscaras, não original, mas poderosa:  a ideia de fazer do Master Franchising uma cooperativa de franchisados. Estamos a contar que as mulheres tenham mais interesse no negócio, até porque terá de ser uma mulher a dar a cara por ele.

O que nos pode dizer sobre o livro de jogos eróticos para casais que está para lançar?

É verdade que estou para lançar um livro de jogos eróticos para casais, o que está de alguma forma relacionado com a estratégia que defini desde o início. O lançamento de um livro já me tinha sido proposto há algum tempo por uma editora mas não era a altura certa para o lançar. Agora que o conceito está testado e comprovado, o livro será o primeiro produto genérico já a pensar na rede de franchisados. Depois do livro, o envio de produtos via Caixa de Surpresas, os jogos interloja e a app.

Casa das Máscaras. Lisboa. tel.: 21 712 06 00  Info@casadasmascaras.pt

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