“É fundamental conhecermo-nos”
A Revista Business Portugal dá-lhe a conhecer o Consultório Dr.ª Mónica Silva – Psicologia e Psicoterapia, localizado no Porto e Espinho. Movida pela curiosidade e ambição, Mónica Silva enveredou pelo caminho da Psicologia, tendo como motivação ajudar as pessoas a conhecerem-se.
Pedia-lhe que começasse por partilhar com os nossos leitores o que a moveu a seguir esta área e pelo que tem sido marcado o seu percurso.
Quando decidi seguir Psicologia estava convencida de que o que me movia era compreender melhor os outros nas suas relações humanas. Hoje percebo que o real motivo foi compreender-me a mim mesma. Talvez por isso e também pelo meu espírito curioso, crítico e ambicioso, decidi, enquanto ainda era estudante, iniciar a minha análise pessoal. É fundamental conhecermo-nos a nós próprios para podermos ajudar os outros. Mais tarde, especializei-me em psicoterapia psicanalítica, em Lisboa. Tem sido um percurso pautado por muito esforço. Olhando para trás, vejo que todo o investimento pessoal deu frutos.
Quais são as suas principais áreas de intervenção e de que forma se propõe a ajudar quem procura os seus serviços?
Intervenho como psicoterapeuta individual e de grupo em consultório privado. Atuo também na área da Psicologia do Desporto, sendo a Coordenadora do Departamento de Psicologia do Boavista Futebol Clube. Colaboro, ainda, com o Centro Médico Legal Prof. J. Pinto da Costa.
Procuro diminuir o sofrimento das pessoas, mas não só. Cada vez mais as pessoas desejam conhecer-se melhor, compreender por que apresentam algumas dificuldades na relação com os outros, seja com as figuras de autoridade, os cônjuges, os pais, os filhos… A psicoterapia leva a um maior questionamento sobre si próprio e sobre os outros e ajuda as pessoas a pensarem e a sentirem sem preconceitos, desenvolvendo a liberdade de escolha e a autenticidade. Em última instância, aumenta a qualidade de vida das pessoas.
Com a pandemia, a importância da saúde mental tem-se sobressaído. Considera que as pessoas têm despertado essa consciência?
A pandemia despoletou muita ansiedade e trouxe ao de cima a vulnerabilidade do ser humano. Por outro lado, penso que desmistificou a saúde mental.
Portugal ainda tem algum caminho a percorrer, em relação a outros países em que a terapia é vista com naturalidade. Se as pessoas recorrem a um PT para melhorar aspetos físicos que não gostam em si, por que não procurar um psicólogo para desenvolver capacidades mentais? Trata-se de um investimento pessoal. É uma opção acerca de como aplicar melhor o tempo e dar mais valor ao que nos faz crescer. Permite-nos repensar as prioridades, sair das impossibilidades, dos aprisionamentos internos. As pessoas devem ser ambiciosas em relação a si próprias e ao seu bem-estar.
Tendo em conta o novo paradigma que vivemos, quais os maiores desafios que tem encontrado enquanto mulher empreendedora?
Tem sido um período de grande reinvenção. Na fase do confinamento passei a realizar consultas on-line. Senti que as pessoas, mais do que nunca, precisavam de acompanhamento. Também no Boavista realizámos sessões on-line com as equipas do Futebol de Formação e sessões individuais com os atletas.
Tentei aproveitar o tempo ao máximo e apresentei algumas conferências em encontros científicos on-line, no âmbito do meu doutoramento.
Já regressei ao consultório, com as devidas medidas de segurança, e tenho sentido uma maior procura por parte das pessoas.
Como se motivou de forma a reinventar-se a si própria e a ajudar as pessoas a adaptarem-se a uma realidade completamente diferente daquela a que estávamos habituados? Tem algum conselho para os nossos leitores enfrentarem estes novos desafios?
A minha maior motivação é ajudar as pessoas nas suas necessidades e individualidades.
Por esse motivo, durante o período de confinamento colaborei com o SNS 24, reforçando a linha de atendimento telefónico. Foi o meu contributo na fase difícil pela qual todos passámos.
O conselho que dou às pessoas é não terem medo nem vergonha de procurar ajuda especializada.