A visão estratégica de Andreia Agostinho na Frutorra

Com um percurso marcado pela versatilidade e resiliência, Andreia Agostinho, Diretora Comercial & Marketing da Frutorra, reflete sobre os desafios e conquistas da sua carreira, destacando a importância de equilibrar a inovação com o respeito pela tradição numa marca consolidada.

 

Andreia Agostinho, Diretora Comercial & Marketing

 

O seu percurso profissional revela uma capacidade de adaptação a setores muitos distintos. Que competências acredita ter desenvolvido ao longo desta diversidade de experiências que hoje considera essenciais para o seu sucesso?

A experiência em setores variados ajudou-me a desenvolver uma visão mais ampla de diferentes negócios, o que levou a alguma elasticidade estratégica de identificar oportunidades e novidades em diferentes cenários e contextos. Aliás, essa diversidade de experiências alimentou a criatividade, permitindo a aplicação de soluções e ideias de um setor em outro, acabando por ser útil em promover a inovação.

Pessoalmente, acredito que parte do que levou ao sucesso, se assim o podemos chamar, é a resiliência e a busca constante pelo conhecimento e o desenvolvimento de habilidades, tanto técnicas quanto interpessoais. Este gosto por aprender e algum inconformismo, tornou-se uma vantagem competitiva.

Durante o seu trajeto, assumiu posições de grande responsabilidade em diferentes empresas, mas também a momentos de transformação do mercado. Quais foram os maiores desafios que enfrentou e como os ultrapassou?

Parte de assumirmos responsabilidades implica estarmos capazes de adaptar-nos e ter respostas eficientes às transformações do mercado. Pensarmos que, por conhecermos o negócio ou os clientes, conseguimos prever os cenários, é muito limitativo, pois os desafios são diários, alguns internos, mas muitos deles externos, e os quais não temos como antever.

O que sim devemos é estar muito cientes das coisas em que somos bons e nas que são limitativas e conseguir colocar as equipas a trabalhar em prol de um caminho claro.

Tive a sorte de ter equipas e chefias que conseguiram nos momentos críticos dar resposta e permitir-nos continuar um caminho de crescimento. Momentos como o Covid ou até um contexto de forte inflação, revelaram-se especialmente desafiantes, e sem uma equipa coesa, preocupada e trabalhadora, não teríamos os mesmos resultados.

Enquanto Diretora Comercial & Marketing na Frutorra, como equilibra a necessidade de inovação constante com o respeito pela tradição e pelos valores de uma marca consolidada no mercado? Existe algum projeto ou estratégia que tenham marcado a sua gestão?

Inovação e tradição não precisam ser forças opostas; quando equilibrados, tornam-se complementares. A inovação mantém a nossa marca relevante e competitiva, enquanto a tradição garante que permanece duradoura e fiel às suas raízes. A Frutorra opera desde 1988 no mercado português e tem toda uma tradição de qualidade e excelência nos produtos, que a mantém autêntica e essa estratégia, que nos trouxe até aos dias de hoje, continua a ser a base do nosso trabalho.

O papel das mulheres em cargos de liderança tem sido um tema muito debatido nos últimos anos. Considera que ainda existem barreiras significativas para o crescimento profissional feminino? Que conselhos deixaria a mulheres que ambicionam liderar equipas e ocupar cargos de topo?

Embora o progresso tenha sido significativo, há muito trabalho a ser feito para quebrar barreiras estruturais e culturais, especialmente no caminho da conquista dessas posições.

Cada mulher que conquista um espaço de liderança não apenas transforma a sua própria trajetória, mas também contribui para mudar a perceção coletiva sobre o papel feminino no mercado de trabalho. Penso que devemos encarar os Líderes como pessoas, mais do que analisar os estereótipos que podemos associar ao género da liderança. Pessoalmente, procuro ter uma atitude de empatia e autenticidade, não significando que não tenha de ser assertiva ou mais decidida em determinados momentos. Acima de tudo, procurar a justiça no dia a dia e o respeito por todos os colaboradores como igual. Como conselho, diria procurar algumas referências como mentoria, aprofundar conhecimentos sobre liderança e trabalhar a autoconfiança e persistência, de forma a encontrar o espaço próprio na organização.

 

 

 

 

A Frutorra prepara-se para lançar uma nova imagem. Quais os principais objetivos desta mudança e como acredita que esta nova identidade irá reforçar a posição da marca no mercado? Pode partilhar alguns detalhes sobre o processo de desenvolvimento desta transformação?

Esta transformação é uma oportunidade estratégica para fortalecer a nossa presença no mercado e o processo passou por cimentar os ativos da marca e aquilo que nos distingue no mercado: somos a marca portuguesa especialista em frutos secos. Não pretendemos romper totalmente com o que temos vindo a construir com maior foco nos últimos anos, mas quisemos reforçar o impacto da marca no packaging e a portugalidade do mesmo.

A assinatura “Naturalmente Portuguesa!” vem reforçar a naturalidade dos nossos produtos e em simultâneo a nossa origem: desde 1988, operamos a partir do Centro do País, transformando e fornecendo os melhores frutos secos diretamente para as mesas dos portugueses. Com esta identidade renovada a Frutorra quer conectar-se com os seus consumidores e afirmar-se como uma marca relevante.

Olhando para o futuro do setor alimentar e para a evolução do marketing, quais são as grandes tendências que vão moldar este mercado nos próximos anos? E como a Frutorra se está a preparar para esses desafios?

A Frutorra ao operar no mercado FMCG, alinha-se com as tendências gerais da categoria: uma alimentação mais nutritiva e equilibrada, um estilo de vida mais saudável, a promoção de informação ao consumidor e produtos mais sustentáveis, seja a nível de packaging ou mesmo da rastreabilidade e origem de produtos, sempre que possível. O que será expectável é um consumidor cada vez mais atento, informado e exigente, mas que também pretende, acima de tudo, transparência e preços de mercado justos.

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