“A Sandoz continuará o seu caminho como líder de mercado a nível mundial”

Bruno Crespo, Retail Head Sandoz Portugal, e Nelson Martins, Market Access & Hospital Portugal

Quase metade dos medicamentos vendidos em Portugal são genéricos, uma opção que chegou ao país há 30 anos, mas que demorou outros tantos a conquistar a confiança de profissionais e utentes e a ultrapassar a resistência dos laboratórios. Bruno Crespo e Nelson Martins, respetivamente, Retail Head Sandoz Portugal e Market Access & Hospital Portugal, em entrevista à Revista Business Portugal, destacam o portfólio da marca, a experiência no mercado português, bem como os mais recentes e os próximos lançamentos de produtos no mercado.

Este ano assinalam-se os 30 anos de medicamentos genéricos em Portugal e a Apogen  – Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares, da qual a Sandoz é associada, tem vindo a fazer, ao longo destas últimas décadas, um trabalho de divulgação e promoção junto da opinião pública, ao ponto de hoje os medicamentos genéricos terem atingido uma cota de mercado de quase 50%. Para além deste fator ter permitido uma significativa poupança, estimando-se cerca de cinco mil milhões de euros desde 2011, que outras mais-valias consideram relevantes?

Bruno CrespoUm dos aspetos mais relevantes com a utilização dos medicamentos genéricos e medicamentos biossimilares é o facto destes medicamentos permitirem um acesso mais vasto e equitativo das pessoas com doença aos tratamentos disponíveis garantido uma correta adesão à terapêutica. Para além da melhoria de acesso, o facto de serem utilizados os medicamentos genéricos e biossimilares permite que as poupanças geradas sejam reinvestidas para a entrada de mais inovação.

 

A Sandoz é líder global no sector dos medicamentos genéricos e biossimilares, oferecendo mais de mil produtos. A que principais áreas terapêuticas se destinam?

Bruno Crespo – O portfólio da Sandoz, em termos de cobertura terapêutica, é muito vasto, assegurando presença nas principais áreas terapêuticas. Posicionámo-nos, inicialmente, como líderes no mercado dos anti-infeciosos, com os nossos antibióticos, no entanto, temos evoluído noutras áreas terapêuticas como o sistema nervoso central, diabetes, sistema cardiovascular, respiratório, hemato-oncologia, reumatologia e doenças auto-imunes.

A história da Sandoz remonta a 1886, ano da sua fundação. Há quantos anos está a Sandoz em Portugal e como descrevem a sua experiência no mercado português?

Bruno Crespo – A  Sandoz, em Portugal, foi criada em 2003, quando a Novartis uniu todos os seus medicamentos estabelecidos sob o nome Sandoz – uma marca global com uma longa história. Desde então, a Sandoz tornou-se uma empresa líder global neste tipo de medicamentos.

O lançamento dos primeiros genéricos em Portugal ocorreu há 18 anos e, desde esse momento, que temos vindo a crescer em termos de portfólio, garantindo o nosso propósito principal de trazer alternativas terapêuticas para o mercado português.

O ano de 2023 não será uma exceção e manteremos a dinâmica de novos lançamentos no mercado em diversas áreas terapêuticas. O nosso foco tem sido desenvolver formas inovadoras de valor acrescentado a pensar no ecossistema de saúde no centro das várias atividades que desenvolvemos.

Todas as atividades desenvolvidas são construídas juntamente com os nossos parceiros, atividades de formação a nível da farmácia comunitária, Pharma Academy para os nossos profissionais de saúde, serviços de apoio ao doente com o nosso Biocare para os medicamentos biossimilares, entre outros, demonstram o nosso foco principal de disponibilização dos nossos serviços, ao encontro das necessidades que vão sendo identificadas.

Aproveitando o facto de termos uma estrutura Ibérica, desde 2021, temos também desenvolvido ideias inovadoras de trazer medicamentos em embalagens bilingue para o mercado português, garantindo a continuidade de disponibilização dos nossos produtos, considerando todos os constrangimentos atuais de fornecimento contínuo de mercado que se tem repercutido por toda a Europa e que tudo indica agravamento nos próximos anos, dada a conjuntura política e económica que atravessamos.

No ano de 2023, iremos intensificar o número de produtos com embalagens bilingues aumentado, desta forma, a garantia de sustentabilidade dos mesmos, numa tentativa de garantirmos o normal abastecimento do mercado.

 

Os medicamentos biossimilares são uma realidade mais recente do que os medicamentos genéricos. Em que consistem os biossimilares e qual a importância que têm na oferta da Sandoz?

Nelson Martins – São medicamentos biológicos desenvolvidos para serem similares a um medicamento biológico existente (“medicamento de referência”). Diferem dos genéricos que são medicamentos com estruturas químicas mais simples.

Neste momento, a Sandoz é a empresa que tem mais medicamentos biossimilares disponíveis em Portugal, estando oito medicamentos biossimilares a serem comercializados.

Considerando que o tratamento com medicamentos biológicos representa um custo muito elevado para o Serviço Nacional de Saúde, o facto de termos disponíveis medicamentos biossimilares veio trazer a possibilidade de tratamento de um maior número de doentes, gerar poupanças e reinvestimento em mais inovação.

 

O capital humano continua a ser a principal força motriz do progresso e desenvolvimento de grande parte das empresas. Como é que está estruturada a equipa da Sandoz em Portugal? Há planos de expansão?

Bruno Crespo – Neste momento, temos uma estrutura adaptada às necessidades do mercado em Portugal aproveitando as sinergias que advêm de sermos uma estrutura Ibérica.

Em Portugal, existe uma equipa com um grau de conhecimento  e experiência muitíssimo elevado que nos permite ter uma agilidade de decisão que acrescenta um valor imensurável à dinâmica da nossa presença. Considerando o Spin Off da Sandoz do Grupo Novartis, no decorrer de 2023, os planos de expansão estão a ser considerados numa perspetiva de crescimento.

Quais são os lançamentos mais recentes da Sandoz e que produtos pretende lançar a empresa no mercado?

Nelson Martins – Os lançamentos mais recentes para área de retail são os antidiabéticos orais, uma área em que a Sandoz está particularmente focada, considerando o impacto positivo que terá na disponibilização de alternativas terapêuticas para esta patologia com uma prevalência tão grande no nosso país.

Para a área de bio/hospitalar o lançamento mais recente é a Pirfenidona, um imunossupressor para o tratamento da fibrose pulmonar idiopática.

O pipeline de lançamento da Sandoz é bastante vasto para os próximos anos e será focado nas principais áreas terapêuticas, diabetes, esclerose múltipla e oncologia.

 

Dada a atual conjuntura internacional, os efeitos do aumento da inflação e dos custos da energia poderão comprometer falhas de abastecimento dos medicamentos genéricos?

Nelson Martins – Sim, como já tem sido a ser divulgado em todos os órgãos de comunicação social, começa a haver escassez de medicamentos no mercado, originadas pela falta de matérias-primas para a sua produção.

O objetivo é tentar colmatar estas falhas, buscando formas alternativas de trazer os medicamentos para o mercado português e trabalhar, em conjunto com os vários parceiros, na busca de melhoria de condições para tornar viável a continuidade de produção e disponibilização de medicamentos.

Como preveem o futuro da Sandoz? Haverá novidades para breve?

Bruno Crespo – A Sandoz, a partir de 2023, irá posicionar-se como uma empresa independente do Grupo Novartis e continuará o seu caminho como líder de mercado a nível mundial, garantindo acesso aos seus medicamentos genéricos e biossimilares a milhares de doentes por todo o mundo.

O foco da Sandoz será sempre o doente e a confiança dos nossos parceiros que se inicia, antes de tudo, na confiança que depositamos na nossa equipa.

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