“A descarbonização é um passo crucial para o setor ótico”

 

Pedro Rebelo de Sousa, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da AASO Senior Partner da SRS Legal

 

 

As Associações são um elemento essencial no tecido empresarial e no contexto da defesa de valores essenciais de cidadania.

A AASO não foi criada para ser mais uma entidade de defesa de interesses setoriais, mas sim para a promoção da sustentabilidade ambiental, da reciclagem e do reaproveitamento de materiais, em todas as entidades, coletivas ou singulares, que atuem na cadeia de valor da atividade da ótica em Portugal.

Nesse sentido tem orientado a sua ação ou dado testemunho da concretização de parcerias que afirmam seja o princípio da diversidade, como o que tem desenvolvido com o CADIn seja, mais recentemente, em conjunto com a Quercus, a dinamização de uma metodologia para apurar o impacto da pegada de carbono no mercado do retalho da ótica.

A descarbonização é um passo crucial para o setor ótico, não só em termos de responsabilidade ambiental, mas também para garantia da sustentabilidade econômica a longo prazo.

O rasto que a ótica produz no seu quotidiano, quer seja resultado da sua atividade direta, v.g. na produção de armações e corte de lentes, quer seja indireto, pela logística do transporte de mercadorias e pessoas, é muito relevante.  O conhecimento dessa variável expresso em toneladas de CO2 permitirá adotar e implementar medidas necessárias a fim de reduzi-la. Tal promoverá a atribuição do Selo da Sustentabilidade aos seus associados.

 

 

 

Tudo, no fundo, numa sequência que se inicia nos materiais ecológicos com utilização de elementos biodegradáveis ou recicláveis para a produção de armações de óculos, como acetato de celulose, bioplástico e bambu e se desenvolve em processos eficientes de fabricação que utilizem menos energia e recursos, como a impressão 3D, que pode reduzir o desperdício de materiais.

Instalação de painéis solares nas fábricas e lojas para reduzir a dependência de fontes de energia não renováveis e implementação de tecnologias de eficiência energética, como a iluminação LED, passando pela utilização de sistemas de climatização mais eficientes, tudo contribuirá nesse mesmo sentido.

O estabelecimento de programas de reciclagem para lentes, armações e embalagens usadas e a redução de desperdício mercê de estratégias determinadas a minimizar o desperdício de materiais durante a fabricação e operação tudo será determinante para atingir essa mesma meta.

Acrescem uma logística sustentável otimizando as rotas de transporte e utilização veículos elétricos ou híbridos para reduzir as emissões de CO2 bem como a preferência por fornecedores locais a fim de diminuir a pegada de carbono associada ao transporte de materiais.

 

 

 

Lojas e operações verdes com design sustentável com a construção e renovação de lojas com materiais sustentáveis e práticas de construção verde igualmente serão desejáveis.

Em suma tudo, permitirá a consciencialização do consumidor promovendo os produtos sustentáveis e educando os clientes sobre a importância da descarbonização.

Claro, sem esquecer a inovação tecnológica v.g. lentes eficientes que que possam ser reutilizadas ou recicladas mais facilmente.

Produção Inteligente com implementação de tecnologias de manufatura avançada, como a Internet das Coisas (IoT) e inteligência artificial, para melhorar a eficiência dos processos de produção estará igualmente na lista de prioridades.

As certificações ambientais, como a ISO 14001, para demonstrar o compromisso com práticas e parcerias sustentáveis colaborando com outras empresas e organizações para promover práticas de descarbonização ao longo de toda a cadeia de valor representarão o coroar de toda uma trajetória.

A somar a economias significativas, o marketing dos consumidores valoriza cada vez mais empresas com práticas sustentáveis, o que pode fortalecer a marca, atendendo a regulamentações ambientais que se estão a tornar cada vez mais rigorosas. Será sempre uma situação win-win.

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