“A arquitetura como estímulo transversal a todo o processo…”

Vera Castro, Jurista, Diretora Financeira, Mariana Rodrigues, Arquiteta, Diretora de Operações, Rafaela Zanette, Arquiteta, Coordenadora de Obra e Raquel Guedes, Mediadora Imobiliária

 

Vera Castro, Jurista, Diretora Financeira

À arquitetura está inerente a criação de algo mais, algo para além de, o processo criativo e daqui podemos retirar vários conceitos que são transversais a uma boa gestão ou administração de uma empresa enquanto sistema organizacional. Enquanto ser participativo de uma estrutura organizacional, cujo escopo fundamental é a produção arquitetónica, entendo a arquitetura como um processo criativo com o propósito de organizar e ordenar o espaço, tendo em conta a finalidade última que é proporcionar ao ser humano o bem estar, tanto na vivência espacial como na vivência das relações humanas, utilizando da forma correta os recursos disponíveis.

Transpondo este conceito, não fechado, dentro da diversidade de definições possíveis, para um entendimento praticado na gestão/administração da nossa empresa, esta nada mais é do que um processo criativo com o propósito primordial de ordenar e organizar um espaço (empresa enquanto organização), absorvido pelos vários departamentos que o compõe, como os recursos humanos, gestão de projetos, gestão de obra, planeamento financeiro e estratégia comercial, arquitetando de forma eficiente a construção de um só corpo de crescimento sustentável e de evolução contínua, partilhado por uma linguagem comum a todos eles, criando sinergias, com o foco na constante melhoria da produtividade e em busca pela máxima eficiência organizacional do dito espaço, estabelecendo-se assim no nosso seio um ambiente de trabalho singular, agradável e organizado, através do diálogo, debate, partilha de conhecimento e visão estratégica, apreendendo-se o espaço (a organização) como um “open space”, onde não existem barreiras para o livre fluir das ideias, dos pensamentos, das opiniões, das razões, moldado sempre por um espírito inquieto de tentativa de superação do já edificado.

É essencial investir tempo e recursos no planeamento e criação dos projetos internos de uma empresa, definindo-se objetivos e metas que se pretendem alcançar, proporcionando assim uma boa qualidade no serviço prestado.

A nossa arquitetura empresarial fornece uma visão estratégica e holística, transversal a toda a nossa organização, adotando um vocabulário comum a todos, criando uma união e combatendo as forças disruptivas.

Toda a nossa organização é arquitetura!

Mariana Rodrigues, Arquiteta, Diretora de Operações

A procura da definição de “arquitetura” como disciplina, pressupõe um processo introspetivo de busca por algo complexo, algo indefinível como “matéria fechada”. Pressupõe pensar arquitetura.

E pensar arquitetura, é como uma linha interminável no espaço-tempo, onde as mais variadas circunstâncias, influenciam o rumo e o destino desse pensamento. Torna-se um sem fim de possibilidades, onde as diversas “artes” podem e devem dialogar, transmitindo e partilhando dinâmicas, instigando à discussão, à partilha de conhecimento, sempre tendo como base a criatividade – o processo criativo. E o que é o processo criativo senão um conjunto de influências, de referências, que pensadas de um qualquer ponto de vista, conjugadas perante determinados pressupostos, produzem “arte”?

O princípio do pensamento arquitetónico como processo criativo, estimula-nos diariamente a procurar expressar esta ânsia, em todos os projetos que envolvem o gabinete. Não procuramos apenas responder de uma forma direta e resolutiva, mas antes, acrescentar. Acrescentar sempre algo que possa influenciar, alterar, criar emoção. É nessa circunstância que, muitas vezes, saindo fora da nossa zona de conforto, exploramos áreas que não são puramente “arquitetura”.

Procuramos dessa forma estimular-nos a pensar arquitetura de uma forma que não apenas projetando, mas também sob outras formas de arte. A nossa participação na Bienalle de Veneza, sob a curadoria da exposição Time Space Existence, é um dos exemplos que nos permitiu explorar e pensar algumas temáticas que discutimos internamente no gabinete, e apresenta-las sob uma “expressão artística”. A participação em simpósios e conferências em que se discute o futuro das cidades, e como a arquitetura pode e deve intervir na sociedade, permite-nos dialogar interna e externamente sob esta perspetiva de interligação entre várias áreas, e toda essa partilha de conhecimento, influencia o desenho nos nossos projetos de arquitetura. Permite-nos projetar sob princípios sustentados.

Perante esta nossa realidade, é estimulante vermos o nosso trabalho ser reconhecido internacionalmente, quer através dos prémios de arquitetura atribuídos a algumas das nossas obras, quer através dos convites para participar nestas partilhas.

São estas dinâmicas, transversais, a base de trabalho do nosso gabinete. Os princípios que defendemos e que nos permitem tornar a arquitetura como algo muito mais abrangente que simplesmente o ato de projetar. É desta forma que pensamos arquitetura, e que fazemos esta “nossa” arquitetura.

 

 

Rafaela Zanette, Arquiteta, Coordenadora de Obra

A arquitetura, como atividade humana, desde os seus primórdios alia a “arte” de projetar ao construir. Apesar de se admitir a existência de construção, sem o contributo da arquitetura, quando ambas as “artes” se conciliam, é possível criar “obra”.

Partindo da premissa da arquitetura como processo criativo, a sua materialização através do processo construtivo, permite que seja criada uma sinergia entre as duas atividades, onde vigoram os estímulos partilhados e interligados, que resultam numa total apreensão do propósito e dos princípios inerentes à “obra”, elevando-a a arte.

Este estímulo é da mesma forma transportado para a equipa que executa, sensibilizando-os e formando-os no sentido de reunirmos as condições necessárias que permitam “olhar” para a atividade da construção como espaço “criativo”, através do qual se molda e se define o espaço.

A constante pesquisa e espírito colaborativo presente na nossa organização, caminha neste sentido, de pensar a “obra” como arte, como algo que acrescenta, que diferencia, que estimula.

É pela busca dessa “obra de arte” que “construímos”, e que, no final de todo o processo, entregamos ao cliente como reflexo de toda a transversalidade que esta representa.

Assim, construir, tendo como base estes princípios de arquitetura, é mais uma, nossa, forma de “expressão artística”.

 

Raquel Guedes, Mediadora Imobiliária

O estímulo da arquitetura é essencial na nossa visão estratégica, na forma como olhamos e nos posicionamos no mercado imobiliário. A arquitetura desempenha um papel fundamental, está intimamente ligada aos valores estéticos e funcionais dos imóveis, afetando diretamente a sua valorização e atratividade.

Projetos “inteligentes” têm o poder de extrair o máximo potencial dos ambientes, de acordo com aquilo que o cliente pretende, permitem maximizar o aproveitamento dos espaços e isso é especialmente relevante tanto para imóveis comerciais como residenciais, localizados em áreas urbanas onde cada metro quadrado é precioso.

Além disso, projetos que levam em consideração aspetos como sustentabilidade, eficiência energética e acessibilidade tendem a ser mais valorizados, pois a preocupação com a preservação do meio ambiente e com a redução de custos de energia, são fatores de relevância na ponderação da aquisição de um determinado imóvel.

Da mesma forma, projetos flexíveis e adaptáveis permitem que os espaços sejam modificados de acordo com as necessidades, contextos e especificidades, evitando grandes reformas ou até mesmo troca de imóveis. Essa flexibilidade pode ser um fator determinante na escolha de um imóvel, considerando que o estilo de vida está cada vez mais dinâmico e em constante transformação.

A arquitetura, da forma como a integramos no nosso pensamento organizacional, aparece como fio condutor desde o primeiro esboço, garantindo que os projetos sejam pensados de forma holística considerando os diversos aspetos físicos, estéticos, ambientais e sociais, envolvidos na conceção de um espaço habitável e significativo.

A estratégia de agregação de valências no nosso grupo, num pensamento transversal e inter-relacional entre os diversos departamentos, cria um valor acrescentado para o serviço e acompanhamento que prestamos aos nossos clientes, sendo a arquitetura o elemento agregador de todo este processo.

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