100 Anos de Insulinoterapia

A insulina foi descoberta em 1921 por Frederick Banting e Charles Best, no laboratório do professor de fisiologia John J. R. MacLeod, durante experiências que tinham como objetivo o isolamento da secreção interna pancreática. Esta descoberta foi uma das maiores revoluções na área da saúde e é considerada uma das mais importantes inovações científicas do século XX. A partir de janeiro de 1922, momento em que se inicia a administração de insulina em humanos, assiste-se a um aumento exponencial da qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo. A descoberta da insulina veio a ser merecidamente premiada com o Prémio Nobel da Fisiologia/Medicina em 1923, atribuído a Frederick Banting e John J. R. Macleod.

A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose proveniente dos alimentos. É uma doença em crescimento, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e em idades mais jovens. As pessoas com familiares directos com diabetes, homens e mulheres obesos, com tensão arterial alta ou níveis elevados de colesterol, com problemas no pâncreas ou com doenças endócrinas, mulheres que contraíram a diabetes gestacional na gravidez e crianças com peso igual ou superior a quatro quilogramas à nascença devem ter particular atenção.

Nos adultos, a diabetes é, geralmente, do tipo 2 e manifesta-se através dos seguintes sintomas:

– Urinar em grande quantidade e muitas mais vezes (especialmente durante a noite)

– Sede e fome constante

– Fadiga

– Comichão (prurido) no corpo (sobretudo nos órgãos genitais)

– Visão turva.

Nas crianças e jovens, a diabetes é quase sempre do tipo 1. Aparece de maneira súbita e os sintomas são, regra geral, muito nítidos:

– Urinar muito, podendo voltar a urinar na cama

– Sede constante

– Emagrecer rapidamente

– Fadiga, com dores musculares intensas

– Comer muito sem nada aproveitar

– Dores de cabeça, náuseas e vómitos.

Na presença de alguns ou vários destes sintomas deve consultar o médico, a fim de realizar análises ao sangue e à urina. Se tiver uma glicemia ocasional de 200 miligramas por decilitro ou superior com sintomas ou se tiver uma glicemia em jejum (oito horas) de 126 miligramas por decilitro ou superior em duas ocasiões separadas de curto espaço de tempo pode ser diabético. A diabetes Tipo 2 (Diabetes Não Insulinodependente) é a mais frequente (90 por cento dos casos). Neste tipo de diabetes, o pâncreas produz insulina, mas as células do organismo oferecem resistência à sua acção. Desta forma, o pâncreas é obrigado a trabalhar cada vez mais, até que a insulina produzida se torna insuficiente e o organismo tem dificuldade em absorver o açúcar proveniente dos alimentos.

Este tipo de diabetes aparece normalmente na idade adulta e o seu tratamento, na maioria dos casos, consiste na adopção duma dieta alimentar, de forma a normalizar os níveis de açúcar no sangue. Recomenda-se também a actividade física regular.

Em alguns casos é necessária a medicação ou mesmo a insulina.

A diabetes Tipo 1 (Diabetes Insulinodependente) é mais rara. Aqui, o pâncreas produz insulina em quantidade insuficiente ou em qualidade deficiente (ou ambas as situações). As células do organismo não têm capacidade para absorver, do sangue, o açúcar necessário, ainda que o seu nível se mantenha elevado e seja expelido para a urina. Os doentes podem ter uma vida saudável, sem grandes limitações, bastando que façam o tratamento prescrito pelo médico correctamente. Deve ser acompanhado por um médico e visa, essencialmente, a adopção de uma dieta alimentar adequada, a prática regular de exercício físico e o uso da insulina. Contrariamente à diabetes tipo 2, esta aparece com maior frequência nas crianças e nos jovens, podendo também aparecer em adultos e até em idosos. Não está directamente relacionada, como no caso da diabetes tipo 2, com hábitos de vida ou de alimentação errados, mas sim com a manifesta falta de insulina. Os doentes necessitam de uma terapêutica com insulina para toda a vida, porque o pâncreas deixa de a produzir.

Existe ainda a diabetes Gestacional, que surge durante a gravidez e desaparece, habitualmente, quando concluído o período de gestação. Mesmo sendo passageira, é fundamental que se tomem medidas de precaução para evitar que a diabetes do tipo 2 se instale mais tarde no seu organismo.

A diabetes gestacional requer muita atenção, sendo fundamental que, depois de detectada a hiperglicemia, seja corrigida com a adopção duma dieta apropriada. Quando esta não é suficiente, é preciso recorrer ao uso da insulina. Uma em cada 20 grávidas pode sofrer desta forma de diabetes.

Existem alguns cuidados para prevenir a diabetes:

– Controlo rigoroso da glicemia, da tensão arterial e dos lípidos

– Vigilância dos órgãos mais sensíveis, como a retina, rim, coração, nervos periféricos, entre outros

– Bons hábitos alimentares

– Prática de exercício físico

– Não fumar

– Cuidar da higiene e vigilância dos pés.

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