Este é o momento da nossa Transição Digital

Vanda Jesus, Diretora Executiva do “Portugal Digital”

Vamos, todos, transformar o país numa nação digital. E quando falamos de “todos”, falamos dos cidadãos, das empresas e do Estado, porque todos fazemos a diferença na missão mais agregadora e arrojada que temos a decorrer desde março passado: o Plano de Ação para a Transição Digital.

Na conjuntura de pandemia em que vivemos hoje, tornou-se evidente que o papel da digitalização e do acesso à tecnologia é premente. Fomos obrigados a reinventarmo-nos em tempo recorde, do pessoal ao profissional: encontrámos formas de entretenimento e comunicação online que nos mitigassem os impactos do distanciamento social, acelerámos a transição nas nossas escolas, nos nossos postos de trabalho e no acesso às instituições do Estado, digitalizámos ao máximo as cadeias de valor das nossas empresas para que a produção e serviços não fossem interrompidos.

Mas o Plano português estrutura e planeia uma transição que chegue a todos. Através de três pilares, projetamos uma transição digital, com 57 iniciativas, que capacite os cidadãos, transforme as empresas e digitalize o Estado.

A ordem estabelecida não é aleatória: primeiro, estarão sempre as pessoas. São elas o motor da transformação e são também as melhores lideranças as que conseguirão capacitar as suas organizações. Não basta termos cidadãos preparados para a mudança. As empresas e as instituições das quais fazem parte precisam de se adaptar e considerar novos métodos de trabalho, hábitos laborais mais flexíveis e melhores formas de comunicar. No competitivo contexto económico, agravado pela COVID-19, a adoção de competências digitais que tornem os fluxos de trabalho mais céleres e com menos margem para falhas é, hoje, essencial a quase todos os negócios. Neste sentido, o Plano de Ação para a Transição Digital tem várias iniciativas inovadoras para a potencialização da experimentação e inovação no tecido empresarial, das quais destaco duas que se encontram a decorrer: os Digital Innovation Hubs e o desenvolvimento das Zonas Livres Tecnológicas.

Estas iniciativas, como outras do Plano, permitem fomentar a competitividade das empresas e centros de investigação portugueses, promovendo o posicionamento do País e colocando-o na linha da frente da inovação em toda a Europa. Por um lado, temos a iniciativa dos Digital Innovation Hubs, que funcionam como uma rede nacional de polos de inovação digital. Em ligação com os clusters de competitividade e centros de interface tecnológico, os Digital Innovation Hubs portugueses estarão interligados com a rede Europeia de hubs da Comissão Europeia e permitirão o acesso aos mais recentes conhecimentos, experiências e tecnologias, auxiliando as empresas a automatizarem os seus processos. Por outro lado, temos as Zonas Livres Tecnológicas, para as quais estamos a preparar um enquadramento legal com a regulação necessária que permita a possibilidade de experimentação e testagem de tecnologias emergentes, para os mais variados produtos e serviços, como o 5G.

A necessidade de um processo de digitalização é incontornável, mas é também um caminho com mudanças constantes. Depois das dinâmicas a que esta pandemia nos obrigou – de que é exemplo o teletrabalho –, nada voltará a ser o que era. Todos os dias, teremos de nos adaptar ao que de mais recente é desenvolvido e posto em prática. Sabemos que o Plano de Ação para a Transição Digital ainda tem um longo trabalho pela frente, mas, em consciência, temos também a certeza de que o melhor da inovação e tecnologia poderá ser fruto da investigação e do trabalho desenvolvido em Portugal. E ninguém ficará para trás nesta missão de acelerar o país.

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