Uma Voz ambiciosa e irreverente
Considerado pelo próprio um “produto da terra” onde nasceu, pela forma de ser e estar na vida, Coutinho Duarte orgulha-se do tanto que já fez pela aldeia que lhe enraizou a vontade de fazer mais e melhor. Princípios e valores que impõe em todos os projetos em que se envolve e dando voz às causas que defende.
A aldeia da Burinhosa, localizada na freguesia de Pataias, concelho de Alcobaça, ostenta, hoje, um rico e vasto património e um reconhecimento do seu papel no desenvolvimento da região envolvente. O lugar que conhecemos hoje como a “aldeia do futsal” e detentora das portas mais altas de Portugal (8,5m altura e 15m largura), é fruto da paixão do Engº Coutinho Duarte pelas suas origens.
Há 36 anos que Angola é a “casa” de Coutinho Duarte, um empresário de sucesso que não esquece a infância humilde e extremamente pobre de uma criança muito irrequieta, ambiciosa e irreverente, características que o acompanharam até aos dias de hoje. A vida humilde empurrou o empresário para o trabalho muito cedo, mas a ambição, que tanto o caracteriza, não lhe permitiu desistir dos seus sonhos e, contra todas as adversidades, licenciou-se em Engenharia Cerâmica e do Vidro. A maturidade pessoal e profissional, fê-lo abraçar o mundo empresarial a título individual e atualmente gere três projetos ligados à construção civil e obras públicas; logística e trânsitos de mercadoria; e o mais recente, um resort no sul de Angola. Coutinho Duarte reconhece a vida de luta e sacrifício que teve de ultrapassar para se tornar no homem que é hoje, aquele que valoriza as mais pequenas coisas.
Uma das vozes da CPLP
Coutinho Duarte não tem dúvidas de que a sociedade atual não vai viver no futuro, como viveu a anterior, porque é evolutiva e está em constante, e rápida, mudança. Será uma mudança para pior ou melhor? Não sabe, mas reconhece que seja qual for o papel que desempenhemos na vida, o legado que podemos deixar é o trabalho no coletivo e pelo bem comum, porque “todos nós temos responsabilidades para que a sociedade possa usufruir dos bens da vida”. Que pessoas podem participar no desenvolvimento sem ter o mínimo para viver? Ninguém, a resposta segura de alguém que já passou pelas mesmas dificuldades e que reconhece que todos devemos ter acesso ao essencial para viver. Chefes de Estado, Primeiros-Ministros e outras grandes figuras de cada estado-membro dos vários cantos do mundo: África, América do Sul, Ásia e Europa, são a esperança desses povos e os principais responsáveis por estabelecer esse acesso aos bens essenciais da vida.
Hoje quando os países, através dos seus dirigentes, se reúnem para tratar de assuntos comuns, a sociedade em geral fica muito atenta, porque esperam decisões que se vêm adiando e que entendem ser significativas para alguns problemas que os afetam. Recentemente, na cimeira de Luanda da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa -, chegaram algumas dessas esperadas decisões, nomeadamente no que à mobilidade diz respeito, “que ainda é tão pouca”, mas que realmente se espera ver aprovada em cada um dos seus países.
Coutinho Duarte tem sido, ao longo dos anos, um acérrimo defensor da livre circulação de pessoas, bens e capitais, que segundo o empresário conduz à melhoria de problemas que assolam diariamente a sociedade: a falta de emprego, de saúde e a emigração. Uma mobilidade que, na sua opinião tem acontecido, “mas de uma forma não muito favorável, porque é condicionada pelas burocracias”. Mas não só na livre circulação residem os problemas desta “comunidade”, que se vê, em alguns casos privada do que outros conhecem de bens essenciais, como o acesso à formação e ensino. São países jovens “e que precisam de criar condições”, não só para os que querem ter acesso, mas também para os técnicos de ensino “para que possam ter condições de trabalho, permanência e de estabilidade de vida”. Para que tudo isto se materialize “é preciso trabalhar mais e dar mais força à CPLP”. E o que parece travar este avanço é o “receio dos dirigentes em ampliar o mercado, trazer pessoas para a sociedade de consumo, para a vida e conhecimento”.
Há um potencial técnico que se pode oferecer ao nível do ensino, da saúde, do conhecimento geral e há, felizmente exemplos de que se têm feito coisas, “mas ainda há muito para fazer”. A sociedade globalizada, neste mundo que fala a mesma língua, tem de avançar, porque “há a necessidade absoluta de cada um de nós deixar um mundo melhor do que aquele que encontrou”. Coutinho Duarte é claro nas suas palavras e há um objetivo comum em tudo o que transmite e partilha com o próximo: que a sociedade abrace projetos e necessidades comuns”, porque “há aspetos a ultrapassar, mentalidades a mudar, e há que ver o mundo de outra maneira”
Coutinho Duarte acredita que a CPLP é uma solução que pode diminuir determinadas carências e melhorar a vida de muitas pessoas. Em África, uma realidade, neste momento, mais perto da sua, a luta é continuar a trabalhar na fabricação do amanhã, dar melhores condições de vida, dar mais acesso ao trabalho, à alimentação, ao ensino e conhecimento. Uma região com um “potencial tremendo”, mas que não é autossuficiente, como nenhuma realidade o é. Há condições locais específicas que têm de ser conhecidas, há bons estudos económicos, mas falta a base. O mundo é de todos e onde nos sentirmos bem. A explosão que se deu em determinada altura, em Angola, Moçambique, e outros lugares, surtiu uma melhoria significativa do estado de vida e social das pessoas, que não está a acontecer agora e a responsabilidade é de todos nós.
O empresário acredita que, para o futuro, somos obrigados a pensar mais global. A sociedade precisa que a CPLP não tenha receio de tomar decisões e é preciso saber trabalhar para os outros.