Um quarto de século no mar
A Intermesum, sediada em Leça da Palmeira, celebra 25 anos de existência. Em entrevista à Revista Business Portugal, José Lino Freitas – mentor do projeto – e Rita Freitas – que continua agora o legado –, revelam o segredo para se ser uma referência num sector tão competitivo como o dos serviços aduaneiros e marítimos.
A Intermesum atinge este ano a admirável marca de 25 anos no mercado, num sector extremamente competitivo. Que balanço fazem do vosso percurso e como se sentem por terem toda esta experiência acumulada?
José Lino Freitas: No meu caso em particular, dado ter sido o fundador, sinto um enorme orgulho pelo reconhecimento dos nossos parceiros, clientes e entidades oficiais, no âmbito da nossa atividade.
Rita Freitas: Em primeiro lugar, sinto que devo prestar uma singela homenagem ao meu pai por todo o seu percurso e história de vida alcançados até aqui. Demonstrando-lhe todo a minha gratidão, compreensão, amizade e amor por tudo o que fez e continua a fazer. Em segundo, parabéns por estes 25 anos de vida da empresa. Bom, tendo em conta a longa história da Intermesum, o meu percurso ainda é pequeno, resume-se a oito anos, mas é exaustivo e, apesar de tudo, gratificante. Sinto que ainda tenho muito que aprender e apreender com o meu pai, que me dá todo o apoio e transmite todo o seu conhecimento e sabedoria profissional.
Inicialmente, estavam vocacionados para a área marítima, tendo sentido a necessidade de se adaptarem ao mercado. Ao dia de hoje, que serviços disponibilizam e em que áreas de atuações laboram?
JLF: Para além de continuarmos a prestar os nossos serviços na área marítima, prestamos também serviços de importação, exportação e trânsitos, bem como consultadoria aduaneira.
RF: Continuamos a oferecer serviços na área marítima. Disponibilizamos serviços de despacho aduaneiro de importação, exportação e os trânsitos. Bem como todos os outros serviços e procedimentos inerentes à atividade aduaneira.
Há vários anos que se destacam e são uma referência na importação, gestão aduaneira e trânsito de mercadorias. Qual é o segredo para esta consistência?
JLF: Profissionalismo, seriedade e acompanhamento constante junto dos nossos clientes, para lhes proporcionar um serviço de qualidade.
RF: Talvez o segredo esteja na forma como foi transmitido pelo seu fundador, os valores pelos quais se rege a Intermesum. A integridade pessoal e profissional, o brio profissional, a ética e a transparência com que cada trabalhador executa a sua função, em prol e ao serviço do cliente, é primordial para o sucesso de qualquer organização e isso reflete-se, inevitavelmente, na eficácia e eficiência da nossa empresa.
Foi Lino Freitas, que já conta 48 anos de experiência no sector, que iniciou este projeto, passando agora o testemunho para a segunda geração da família. Como tem sido transmitir todo o seu conhecimento à sua filha? E, dirigindo-me agora a Rita, como despertou o interesse em seguir as pegadas do pai?
JLF: Tem sido gratificante para mim poder deixar todo o conhecimento adquirido ao longo destes anos a alguém como a Rita, que tem demonstrado abraçar este legado de forma exemplar, seguindo, de certa forma, o nosso lema, dando-lhe, naturalmente, o seu cunho pessoal, fruto também da sua capacidade académica nesta área.
RF: A minha formação base são as Relações Internacionais, estando eu mais vocacionada para a área da diplomacia política, no entanto, mais tarde, por imperativos da vida, pensando num futuro próximo e por forma a poder dar seguimento ao legado que ia ter, decidi adquirir conhecimento na área aduaneira e optei por tirar o mestrado em Marketing e Comércio Internacional, algo que meu deu imenso prazer e com o qual me identifiquei. A partir daí foi o querer mais e mais conhecimento e o desejar, de facto, abraçar a profissão do meu pai. Neste seguimento, num passado recente, candidatei-me a um estágio profissional de acesso a Despachante Oficial/Representante Aduaneiro, promovido pela Ordem dos Despachantes Oficiais, o qual foi realizado com sucesso, o que contribui para um crescente gosto por esta área profissional.
2019 foi um bom ano para a Intermesum, mas, inevitavelmente, sentiram impacto com a Covid-19. De que forma se reinventaram e adaptaram a este período? Neste momento, como se encontra o mercado?
JLF: Inevitavelmente, sentimos o impacto da Covid-19, tal como os nossos clientes. No entanto, tivemos sempre algum trabalho e todos os nossos colaboradores estiveram sempre ativos para corresponderem às necessidades, com todo o seu empenho e prontos para resistir, sabendo eles que por parte da gerência é feita uma gestão muito cuidada na salvaguarda dos postos de trabalho.
RF: Sim, o ano de 2019 foi um ano feliz para a empresa. No entanto, como é do conhecimento geral, estamos todos a viver momentos complexos e desafiantes. É transversal a todas as áreas de negócio o impacto negativo causado pelo novo Coronavírus (Covid-19). Há uma efetiva redução no volume de negócios. Contudo, a Intermesum acabou por diversificar a oferta, explorando novos segmentos e nichos, bem como na prestação de auxilio às empresas em consultadoria internacional, tendo em conta a fase excecional que o mundo está a viver.
Depois de 25 anos de vários sucessos alcançados, o que almejam conquistar no futuro?
JLF: Após 25 anos de existência, enquanto fundador da Intermesum, o que me deixará descansado quando entregar, de vez, o comando à Rita, será ver darem seguimento ao que foi conquistado, mantendo sempre uma relação de estima para com os clientes e toda a cadeia que nos envolve e, naturalmente, aumentando o que até agora foi conseguido, com toda a humildade.
RF: Podemos dizer que o planeamento estratégico futuro da empresa é um processo contínuo e pretendemos, obviamente, crescer, paulatinamente, a longo prazo, sem perder a eficiência, a humildade e a qualidade que nos caracteriza. Os projetos a curto e médio prazo vão, neste momento, aguardar para serem implementados, uma vez que as relações económicas internacionais atravessam uma fase de incerteza, o que nos obrigada a rever as estratégias e os planos mais imediatos.