Um projeto pensado para dar respostas integradas e multidisciplinares

Fátima Nunes é Diretora e Psicológa Clínica do Instituto do Desenvolvimento e apresenta uma vasta formação, em vários campos da Psicologia, como a psicoterapia de crianças e adultos, a especialização na área do autismo, entre outros. Em entrevista à Revista Business Portugal, falou sobre a importância da preservação da saúde mental e da afirmação feminina no mundo dos negócios.

Fátima Nunes, Diretora e Psicóloga Clínica

A Dr.ª Fátima tem uma vasta formação e experiência em diversas áreas e campos da Psicologia. Como surgiu o interesse por estas temáticas na sua vida? Criar um projeto como o Instituto do Desenvolvimento sempre esteve nos seus planos?

A Psicologia surgiu, desde muito cedo, como um interesse, nomeadamente, através de um professor de Psicologia cego. Como delegada de turma, passava mais tempo com ele, e fiquei fascinada pela área.

O autismo foi onde, inicialmente, foquei o meu interesse e, por isso, fui para os EUA, para me especializar. Tornei-me Psicoterapeuta, com a formação que fiz para tal. Continuo a estudar e a manter-me atualizada pois, se assim não for, paramos no tempo e não podemos dar respostas eficazes aos nossos pacientes, que nos confiam a sua saúde mental.

O Instituto do Desenvolvimento foi um projeto pensado para dar respostas integradas e multidisciplinares aos meus pacientes. Foi pensado com muito carinho, sempre mantendo o foco em quem nos procura e dando o melhor de nós a quem confia em nós.

 

Enquanto Diretora e Psicóloga Clínica, qual é a principal missão e propósito do Instituto? Que especialidades disponibilizam aos pacientes e que mais-valias é que estas têm trazido para a vida dos mesmos?

O Instituto do Desenvolvimento é uma clínica que se assume como uma resposta especializada, na área do Desenvolvimento e da Saúde Mental e Física, composta por uma equipa multidisciplinar qualificada/especializada. A equipa clínica intervém, respeitando as características e idiossincrasias de cada individuo e atuando em todas as etapas do desenvolvimento: crianças, adolescentes, adultos e séniores.

O Instituto tem um compromisso de responsabilidade social baseado na transparência da sua atividade e na conciliação entre a prestação de cuidados e o envolvimento, motivação e satisfação de todos os intervenientes, colaboradores, clientes, familiares e parceiros.

Pensando naqueles que, por alguma razão, estão mais fragilizados, promovemos iniciativas a diversos níveis, sempre com a preocupação de contribuir para a formação dos nossos colaboradores e para uma sociedade mais saudável e solidária, seguindo o lema “Um Desenvolvimento em Forma de Sorriso”.

Temos especialidades médicas e não médicas, desde a Psiquiatria, Pedopsiquiatria, Neurologia, Neuropediatria, Pediatria, Fisiatria, Ortopedia, Medicina Geral e Familiar, Psicologia, Terapia da Fala, Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Podologia, Nutrição, Audiologia, Psicomotricidade e Educação Especial.

Dentro da Psicologia, temos a Psicoterapia e a Neuropsicologia, com todas as vertentes interventivas, mas deixo a ressalva para consultarem o nosso site, onde temos todas as especialidades descritas, bem como os profissionais excelentes que trabalham connosco. Para além disso, temos a descrição dos treinos intensivos em diferentes áreas e com resultados evidentes, e o tipo de técnicas e intervenção na nossa piscina de água quente, onde são usadas técnicas distintas para diferentes patologias, ou apenas para relaxamento, que é tão importante. Este é um conceito de saúde totalmente integrado, com respostas eficazes e profissionais de excelência, que representam totalmente a humildade e honestidade profissional e humana, a quem estou muito GRATA.

 

Considera que as pessoas dão cada vez mais importância à preservação da saúde mental?

Felizmente, sim. Há uns anos, as pessoas não acreditavam na doença mental. Ou eram casos severos, ou era considerado mania, cisma, vontade de não fazer nada, enfim… O estigma estava muito presente, assim como a vergonha de dizer que se ia ao psicólogo e ao psiquiatra, e o não querer sequer ser visto a entrar para o consultório. Hoje, apesar de ainda existirem alguns casos, há, sem dúvida, uma maior abertura para a aceitação da doença mental e a procura mais precoce de ajuda. Espero que continue este registo de entendimento, de que sem saúde mental não há saúde física, e vice-versa.

No seu ponto de vista, esta questão devia ser mais valorizada no contexto empresarial?

Não tenho dúvida nenhuma. Funcionários e chefias assertivos com saúde mental, são mais eficientes, mais proativos e mais empenhados nas suas funções, logo, há um aumento de produtividade. Ganham todos com isso, a empresa trabalha melhor, aumenta os rendimentos e poderá aumentar os ordenados, ou premiar os trabalhadores pela sua eficácia. Pessoas felizes produzem mais.

 

Uma vez que é mulher, empreendedora e desempenha um cargo de líder, qual é a sua visão sobre a afirmação das mulheres no mundo dos negócios?

As mulheres, pela sua polivalência e criatividade, conseguem criar cenários laborais de grande eficácia. Tem sido uma luta para chegar a cargos de chefia, apesar de, cada vez mais, as empresas apostarem nas mulheres para cargos de liderança. Ainda se sente que não há equidade entre o número de chefias homens e mulheres e os vencimentos para os mesmos cargos também são diferentes, já menos notório, mas ainda existe.

Ainda há um caminho a percorrer, mas com a união entre mulheres penso que se conseguirá criar um equilíbrio justo.

 

Acredita que estas têm mais dificuldade do que os homens em alcançar posições de liderança?

Disso não tenho dúvida, e existem sectores empresariais em que isso é muito notório. E para conseguirem um cargo de liderança, têm de ter o dobro do esforço, não pela falta de competência, mas porque ainda precisamos de provar que somos realmente eficientes e capazes de ocupar os mesmos cargos, com a mesma capacidade para atingir os números que agora são exigidos. Cada vez mais, tudo são números, as pessoas são números, vidas são números… espero, realmente, que algo mude nos próximos anos e que as pessoas passem a ser respeitadas como tal.

 

 

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