Solar de Cister: Uma segunda casa entre o mar e Serra d´Aires e Candeeiros

O projeto surge de um sonho de Alda Costa que sempre teve um carinho especial pela terceira idade que complementava com a sua educação e formação de vida e é realizado pelo seu marido aquando da construção do edifício, tendo hoje como braço direito, o diretor técnico, Paulo Madeiras.

“Fazemos o melhor que podemos para marcar a diferença. Sempre foi a nossa intenção que os nossos utentes se sentissem em casa. Para além de ter de haver regras, não há restrições. No seu quarto, que é a sua casa, cada um pode receber a família, os amigos, fazer os seus lanches e acima de tudo pode ter os seus próprios horários. Uma liberdade e uma independência que raramente se vê”. Para tal também contribuiu o facto de uma horário de visitas rígido não existir, “os utentes podem receber visitas em qualquer dia e, praticamente, em qualquer hora”.
Para além da independência, a gerência aposta na proatividade. “É importante que estas pessoas, apesar da idade, se sintam integradas na comunidade e que, de certa forma, se consigam sentir úteis. A pensar nisso, temos uma animadora a tempo inteiro na nossa instituição para permitir uma dinâmica mais interessante”. É neste sentido que existe uma panóplia de atividades que são desenvolvidas diariamente e que fazem parte da vida dos utentes mudando a forma como os idosos encaram a estadia numa residência sénior. Fora as atividades do dia a dia, existe também uma preocupação em envolver os utentes com a comunidade local. “Nós temos a preocupação de os envolver através de festas temáticas como é o caso do carnaval em que desfilam com a escola, mas também através de visitas a outras instituições e passeios frequentes para ir ver o mar, comer um bolo e visitar monumentos. Por vezes pensamos que é um pequeno gesto, mas depois olhamos para eles e sabemos que fizemos o dia deles”, contam.
Os serviços prestados são também uma referência. Para além de prestar auxílio nas áreas comuns como alimentação e saúde, há também serviços como o ginásio, a capela, as massagens, o cinema, o teatro, as aulas de música (duas vezes por semana) e o salão de cabeleireiro (que segundo contam, faz fila à sexta-feira para os preparativos do fim de semana). Um espaço onde é valorizado o ‘eu’ de cada um para que aproveitam a última etapa de vida com a qualidade merecida e que muitas vezes faltou nos tempos de mocidade.
A instituição conta com um corpo clínico abrangente, com médica e enfermeiros e todo o espaço tem instalação de ar condicionado, para um maior conforto dos utentes.
Os utentes chegam de todas as partes do país e até mesmo do estrangeiro. O Solar de Cister já espalhou a sua boa imagem além-fronteiras. A capacidade total é de 53 utentes e que a taxa de ocupação é de, quase sempre, 100 por cento.
As dificuldades são diversas, mas é o gostar daquilo que se faz e respeitando o trabalho a realizar que se enfrentam as situações. “Todos os dias temos desafios e é importante sabermos reagir e saber dar resposta a esses entraves”, explicam. O fato de serem uma instituição privada ajuda na tomada de decisões, mas garantem que a maior ajuda vem da comunicação assertiva e clara entre todos.
Nos seis anos de atividade as histórias são muitas e relembram que nunca tiveram um utente que não se tivesse adaptado. “Tivemos uma utente que veio cá passar uns dias por necessidade para não estar sozinha e agora já não quer ir embora e temos aqueles que não vem agradados, mas a verdade é que todos se integram rapidamente e hoje, já nenhum quer ir embora. É gratificante quando ouvimos: “eu gosto de estar aqui e é aqui que eu quero ficar”, assim sabemos o valor do nosso trabalho. Este reconhecimento é a razão pela qual queremos continuar a marcar a diferença pelo trato, pelo amor e pelo carinho”.
Acreditam que para além de proporcionar uma melhor qualidade de vida, esta estadia serve para criar novas relações e para partilhar histórias e momentos. O Solar de Cister desenvolve todos os meses um jornal onde, a cada mês, dão a conhecer a história de vida de um dos utentes. “É interessante esta iniciativa porque cada um deles deixa de ser mais um para passar a significar mais para cada um de nós. Este projeto vai para além do nosso jornal e temos uma parceria com a escola primária em que recebemos as crianças e eles vêm com o intuito de saberem mais coisas sobre a infância dos nossos utentes”. Esta partilha é muito importante para que todos tenham a consciência do passado, do presente e do futuro das gerações.
“Ainda falta algo que nunca termina que é melhorar, melhorar, melhorar. Melhorar em todos os aspetos desde o bom funcionamento da equipa até ao cuidado que prestamos aos nossos utentes. Este nosso trabalho permite que possamos disser às famílias que o Solar de Cister é uma segunda casa onde os idosos podem sentir-se em segurança e onde serão bem tratados”, afirmam. É através de conversas que identificam as falhas e que a cada dia encontram novas e melhores alternativas para alcançar a fórmula do sucesso. “Esta missão nunca vai terminar porque depois de darmos um passo, há sempre mais um por dar”, rematam.

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