“Sente-se uma dedicação à terra cada vez maior”

Miranda do Douro é o lugar onde a sustentabilidade e a qualidade de vida são uma só essência. Segundo Helena Barril, Presidente da Câmara, aqui, a agricultura prospera, enquanto a cultura e gastronomia transformam a estadia numa experiência enriquecedora.

Helena Barril, Presidente

Como parte das celebrações do Dia Mundial das Cidades, que se realiza com o tema “Cidade Melhor, Vida Melhor”, quais projetos o município está a promover para tornar a cidade mais sustentável e melhorar a qualidade de vida dos habitantes?

Miranda do Douro é uma cidade situada no Nordeste Transmontano, por conseguinte, é uma cidade sustentável por essência, pela natureza que a rodeia e a qualidade de vida dos seus habitantes é uma constante. Miranda está inserida no Parque Natural do Douro Internacional, que obriga a boas práticas no que concerne à perseveração da Fauna e da Flora, que maior reflexo tem na qualidade de vida.

A bolsa de terras e as hortas biológicas comunitárias são iniciativas valiosas em termos sociais e ambientais. Como vê o papel da agricultura na região de Miranda do Douro? Quais os impactos positivos destas iniciativas na economia local e no bem-estar da comunidade?

A agricultura em Miranda do Douro é um setor que tem um peso enorme. Estamos no planalto mirandês, território com características únicas para a criação de gado. Temos as nossas raças autóctones, a vaca mirandesa, as ovelhas da raça churra galega mirandesa, o burro mirandês e o cão de gado transmontano. E estas raças são apoiadas por associações de criadores e criam a dinâmica no território. A maior preocupação que temos está relacionada com o impacto sentido com as alterações climáticas. O que se produz no planalto mirandês são produtos de excelência, desde os frutos secos, azeite, vinho, entre outros produtos agrícolas. Sente-se uma dedicação à terra cada vez maior.

Os jovens desempenham um papel fundamental no futuro de qualquer comunidade. Que programas oferecem para apoiar os jovens locais em termos de cultura, emprego e formação profissional? Como avalia o desenvolvimento e a retenção dos jovens na região?

Estamos num território de baixa densidade, em que o envelhecimento da população é a nossa maior preocupação. Os jovens têm um papel primordial porque são a esperança no futuro do território. A fixação de jovens no território é o maior dos desafios que qualquer autarquia destes territórios tem. A fórmula mágica não existe e o facto de não termos ensino superior no concelho obriga muitos dos jovens a sair para estudar. A agricultura é um setor que tem ajudado na fixação dos jovens. A cultura tem um peso enorme e traz os jovens ao concelho. O turismo é também um fator de fixação. Precisamos de jovens mais empenhados e mais empreendedores, porque o município de uma forma ou de outra, com todas as iniciativas que concretizamos, está na retaguarda.

Miranda do Douro é conhecida pela rica herança cultural, gastronomia única e hospitalidade calorosa. De que forma o município colabora com a comunidade local para criar experiências imersivas que permitam aos visitantes não apenas saborear a culinária local, mas também vivenciar a cultura e a história únicas da região durante a sua estadia?

Desde o início do mandato que colocámos Miranda no lugar que lhe é devido. A riqueza cultural de Miranda é ímpar. Um dos nossos maiores desafios tem sido dinamizar a cultura, com festivais, programações culturais “fora da caixa” e trabalhar com os nossos ovos de ouro, com a língua mirandesa, os pauliteiros de Miranda, a paisagem, os nossos velhos, as raças autóctones, a gastronomia. Assumimos esta identidade como uma marca do território e trabalhamo-la como atração turística.

 

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