Rodi – Sinks & Ideas: Líderes no Mercado europeu

A maior fabricante europeia de rodas e aros de bicicleta é portuguesa. Falamos da empresa aveirense, Rodi – Sinks & Ideas. Demarcada pela inovação tecnológica e constante investimento, a empresa é hoje uma referência no mercado pelo rigor e pela excelência que apresentam nos seus produtos e serviços.

Nos últimos anos, milhares de portugueses aderiram a uma tendência que já tinha décadas de vida em cidades como Amesterdão, Copenhaga e Budapeste: passaram a usar bicicletas como meio de deslocação principal. Em muitos locais, onde antes havia estradas, há agora ciclovias; as ofertas são cada vez mais e melhores; e, para muitas pessoas, as suas bicicletas tornaram-se quase como uma extensão, algo indispensável em todas as ocasiões. A mobilidade feita com bicicleta é cada vez mais frequente; as vantagens são imensas, essencialmente para moradores em grandes centros urbanos. As e-bikes (bicicletas elétricas) vieram completar a oferta neste mercado e reinventar o gosto de andar de bicicleta. No segmento da indústria de velocípedes surge a Rodi, uma empresa portuguesa de aros e rodas de bicicleta que já conquistou a europa.
A empresa surge na década de 50, na altura focava-se na produção de acessórios para veículos de duas rodas. Mas é em 1976 – aquando adquirida pelo pai do atual presidente do Conselho de administração, Armando Levi -, que a empresa alcançou uma dimensão industrial. Posteriormente dedicou-se, essencialmente, ao ciclismo, na produção e comercialização de aros e rodas em alumínio. Mais tarde, na década de 80, surge a unidade de lava-louças em aço inox. Hoje, com duas unidades fabris, a Rodi produz cerca de 5 milhões de aros e 400 mil pares de rodas. Na área dos lava-louças produz cerca de 700 mil unidades por ano.

Internacionalização
Aguentar os primeiros embates do mercado, ganhar capacidade de resistência às adversidades e não viver dos sucessos já alcançados. Do passado ao futuro, passando pelas incertezas do presente, estes são os maiores desafios que se colocam às empresas portuguesas que suportam os negócios na exportação e internacionalização. A Rodi, surge neste contexto, como um caso de sucesso.
Desde a década de 80 que a Rodi se aventura no mercado externo. Está presente em mais de 90 países, entre os quais, China, Austrália, Nova Zelândia, Dubai, França, Alemanha e Holanda. Uma obrigação que levou a empresa a crescer de forma sustentada ano após ano.
Quando começou a exportar nos anos 1980, o ‘made in’ Portugal era um obstáculo para a empresa e foi precisa muita insistência para mostrar aos clientes que conseguia fazer tão bem ou melhor que os restantes concorrentes europeus. Hoje a Rodi é a maior fabricante europeia de rodas de bicicleta, exportando 90 por cento da produção anual, sobretudo para a Alemanha e Holanda.
O rigor faz transparecer a qualidade do produto, mas o sucesso veio por um conjunto de fatores, como a eficiente gestão de encomendas: “somos muito competentes na entrega. Desde que é feita a encomenda até ao produto chegar ao cliente, é um processo muito rápido. Conseguimos concluir uma encomenda na sexta e na segunda estarmos a fazer a entrega na Alemanha ou na Holanda. Essa flexibilidade é sempre muito importante para os nossos fornecedores, depois temos também o cuidado de fazer o acompanhamento direto sempre que existe alguma questão a ser resolvida com o cliente. É importante fomentar o elo de ligação e de confiança com o cliente”, explicou o diretor financeiro, Rémy Silva.

Equipa
De mãos dadas com uma equipa inteiramente especializada, a administração reconhece a capacidade humana como sendo o ponto fulcral para atingir os objetivos. São mais de 250 colaboradores, sendo que nenhum recebe um salário abaixo dos 700 euros brutos, aliado do subsídio alimentação e de uma gratificação anual atribuída com base nos resultados da empresa entre outras medidas.
Tão fundamental como a roda e o aro para a bicicleta andar, Rémy Silva destaca, de igual forma, as pessoas como o ativo mais importante da empresa: “sem as pessoas não somos nada. A rentabilidade da empresa depende delas e é por isso que fazemos os possíveis para lhes dar o reconhecimento devido e para que tenham alguma alegria em vir trabalhar connosco”.

Investir e antecipar o mercado
Ao fim de quatro décadas a Rodi continuar a crescer na produtividade e na faturação, a isso deve-se uma gestão exímia. É certo que o segredo é, em grande parte, a alma do negócio, no entanto, o diretor financeiro, revelou duas características empresariais por detrás do sucesso da administração: “investimento e a capacidade de ler o mercado”.
As antecipações às movimentações do mercado levaram a empresa a adaptar-se a novas exigências e a desenvolver novos produtos, mediante as necessidades dos clientes. O exemplo mais recente é a aposta na produção de aros de carbono: “desenvolvemos esta área do zero. Criamos um departamento para desenvolvimento, com investimento novo e uma formação de uma equipa totalmente nova”, referiu Rémy Silva. “Esta época o Campeão Europeu de Downhill – Francisco Pardal e a equipa W52 – FC Porto – equipa profissional continental, irão correr com as nossas rodas de carbono Blackjack, significa que o nosso trabalho está a ser bem feito e que é reconhecido”, acrescentou. Para além da aposta no carbono como matéria, a Rodi prepara-se para reforçar a produção de aros e pneus para e-bikes, “um mercado que se perspetiva ter um grande crescimento nos próximos anos”.
Desafiados pelos próprios cliente a apresentar novos projetos, o investimento dentro da Rodi é permanente. Sempre à procura de novas soluções, realizam anualmente investimentos em novos equipamentos, um sinal de dinamismo tecnológico e de uma resposta contínua com valor acrescentado para que exista retorno. A inovação é uma obrigatoriedade no que diz respeito aos objetivos da administração. Rémy Silva sublinhou o investimento constante realizado: “é essencial esta dinâmica de nos recriarmos e de procurarmos regularmente, respostas tecnológicas mais eficientes. O investimento anual mais baixo que fizemos durante a última década foi de dois milhões de euros, sendo que este ano iremos investir cerca de 6 milhões de euros nas duas unidades fabris. Somos líderes de mercado e temos por isso uma exigência acrescida em fazer bem”.

Rodi, uma PME Excelência 2018
Não é algo de novo este reconhecimento como PME Excelência. A Rodi é já sinónimo de tecnologia, inovação, qualidade e design. Mas também é um exemplo de gestão e de visão empreendedora. Estas são razões que levam a que a Rodi seja uma presença assídua na lista que reconhece as melhores PME do país. São já vários os prémio e reconhecimentos que a empresa vai acumulando e que reforçam, segundo Rémy Silva, uma posição sólida no mercado e um estatuto de confiança: “acima de tudo é um reconhecimento importante para a empresa e para as pessoas que trabalham. No mercado nacional é um prémio que reforça a nossa posição distinta e demonstra que somos uma empresa de confiança”.

A Triangle’s é um projeto tripartido entre a Rodi e as empresas Miranda e Irmão e o grupo Ciclo Fapril. Fundada em 2015, demarca-se por ser a primeira fábrica do mundo a produzir quadros de bicicleta em alumínio de forma robotizada. No entanto o objetivo ambicioso da Triangle´s é especializar-se na produção de e-bikes.

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