Riscos e Rascunhos: Da crise nasceu uma oportunidade
Em entrevista à Revista Business Portugal, o Engenheiro Alberto Carvalho contou que, em plena época de crise, decidiu avançar com a sua própria empresa. Depois de receber vários pedidos de uns Riscos e Rascunhos por parte dos clientes, o nome do empreendimento ficou definido, contando hoje 13 anos de história.
Foi em 2006 que o nosso entrevistado, em conjunto com um sócio, fez nascer o projeto assente na engenharia. Com o agravamento da crise, os dois sócios decidiram seguir caminhos diferentes, tendo ficado Alberto Carvalho “com a criança” e, desde então, não parou de crescer, tanto a nível profissional como pessoal.
Ao dia de hoje, a equipa da Riscos e Rascunhos é composta por quatro engenheiros: para além do nosso entrevistado, fazem parte Rui Oliveira, Nuno Pereira e Ágata Mascarenhas, que se dedicam a tempo inteiro ao projeto. Em part-time, contam ainda com outros colaboradores que vêm complementar o serviço já prestado, possibilitando trabalharem com os mais variados trabalhos, desde projetos de estabilidade, de estruturas, de gás, de segurança de incêndio, projetos de AVAC, entre outros. A equipa no seu todo tem uma vasta experiência e assegura uma panóplia de serviços de qualidade.
“Já passamos a fase dos três B’s: Bom, Bonito e Barato”
Pautado por ser competente e racional, Alberto Carvalho defende que “um verdadeiro engenheiro é aquele que faz com um euro, o que um curioso faz com mil, ou seja, um bom engenheiro é aquele que procura soluções racionais, económicas e consistentes”. Após vários anos de investimento numa imagem de competência e qualidade, hoje a Riscos e Rascunhos trabalha para que as estruturas que desenvolvam sejam bem enquadradas, bem executadas e a um preço justo.
Já são uma referência na região e para vários clientes espalhados pelo país, tendo também presença no mercado internacional: “fazemos projetos de construção mais simples (como moradias), unidades industriais e projetos de reabilitação e edifícios, seja o material utilizado betão, madeira, ferro ou aço. Já fizemos projetos no Chile de estruturas industriais para a construção de casas pré-fabricadas, em Moçambique projetos de condomínios de luxo, em Angola projetos de bibliotecas, edifícios, instalações industriais, edifícios de restauração (com um conceito não muito comum em Portugal – estruturas de contentores marítimos) e também em São Tomé, Rússia e Inglaterra”. Em Portugal, também se envolvem em alguns projetos de obras públicas de relevo: “fizemos o projeto da esquadra da PSP do Barreiro, vai começar agora o edifício dos bivalves do Barreiro, também para o Estado. Temos ainda alguns projetos para as Pousadas de Portugal, a remodelação e ampliação do Convento dos Lóios, em Évora e um hostel para a Costa da Caparica. Projetos de alguma dimensão, ligados à reabilitação”.
Evolução do setor
O setor da engenharia está em constante evolução, até porque estão sempre a ser introduzidos novos materiais: “para continuarmos a ter desafios, com estruturas mais esbeltas, mais complicadas, no sentido daquilo que é o tradicional de executar, tem de se introduzir novos materiais”, explica o Engenheiro Alberto Carvalho, acrescentando que “o que sabia ontem, dá para hoje, mas tem de ser complementado com as novas técnicas. O que fazia há 10 ou há 15 anos, hoje posso fazer de maneira diferente, mais barata e com outros materiais. Os próprios materiais estão a evoluir, há materiais mais resistentes, completamente diferentes. Hoje já se fazem estruturas com fibra de carbono, temos os limites de resistência muito superiores do que tínhamos há 30 ou 40 anos, com outros tipos de betão”.
Outra novidade do setor, são as construções em LSF, o chamado aço leve, que tem vindo a aumentar nas reabilitações de edifícios em Portugal e que também não passa ao lado dos projetos da Riscos e Rascunhos. Segundo o nosso entrevistado, as construções “são rápidas de fazer, leves e a nível de custos não são muito diferentes”. Apesar de, no início, os portugueses se terem mostrado um tanto reticentes a esta inovação na construção, já há uma maior aceitação por parte dos clientes: “já fizemos desde moradias completas, a reabilitações de edifícios e funciona bem. É um material leve, com um nível de resistência muito satisfatório”, revela.
Onde querem apostar: obras de reabilitação
O nosso entrevistado confessa que tudo o que está ligado à construção lhe dá prazer, sendo que pensar e criar as estruturas é das coisas mais desafiantes. Após vários anos de experiência e com o acumular de obras, tem hoje muito mais interesse em fazer conceção de estruturas, de estudá-las e reabitá-las: “é diferente. É nascer a partir de um ponto que já existe e perceber a solução que se pode fazer. Neste momento, a reabilitação de estruturas é o que me dá mais interesse e gozo profissional”.
Segundo o Engenheiro Alberto Carvalho, dos principais desafios nas obras de reabilitação, é conseguir-se chegar a uma solução quando não se consegue ver o estado completo de um edifício: “até chegar a esse ponto, é sempre uma situação difícil para perceber qual a solução a aplicar. Quando se tratam de edifícios a reabilitar, muitas vezes não conseguimos ter uma solução inicial, ou podemos ter, mas essa não ser a definitiva, porque à medida que se vai destruindo para construir temos surpresas. Surpresas, essas, que muitas vezes obrigam a mudar a solução pensada inicialmente, ou por questões estruturais, ou por questões de arquitetura”. Claro que, o facto de serem projetos mais exigentes, obrigam a um acompanhamento muito maior e, como remata o nosso entrevistado, “despoletam desafios mais interessantes”.