RDLM: Quando a arquitetura se cruza com a irreverência
De geração em geração, a RDLM, localizada em Espinho, tem percorrido um caminho pautado pelo sucesso. A seguir as pisadas do pai, Diogo Lacerda, arquiteto, conversou com a Revista Business Portugal sobre os projetos que têm desenvolvido e mostra como são o reflexo da filosofia que, desde cedo, os diferenciou no mercado.
Qual foi o percurso profissional de Diogo Lacerda até chegar à RDLM – Arquitectos Associados?
O meu percurso é um pouco diferente do que é o normal. O meu avô já era arquiteto, bem como o meu pai. Este gabinete conta já com a terceira geração. Desde pequeno que tenho o “bichinho” do desenho. Enquanto os meus colegas iam para a praia, eu antes de ir vinha para o escritório desenhar, ver, aprender e fazer maquetes. Desde aí, despertou-me uma vontade e uma curiosidade enorme em ser arquiteto. Esta vontade foi aumentando cada vez mais durante o meu percurso. Quando acabei o curso, em vez de trabalhar com o meu pai (que seria o mais comum), eu quis sair da minha zona de conforto e aprender com outras culturas, para que quando voltasse pudesse estar ao lado do meu pai com uma visão diferente e poder discutir aquilo que é a arquitetura.
A minha vontade de ser arquiteto partiu um bocadinho desta forma. Nunca fui influenciado pelo meu avô, nem pelo meu pai. A vida assim o proporcionou.
A arquitetura tornou-se numa área cada vez mais ampla. Assim, quais são os serviços disponíveis no vosso gabinete de arquitetura?
Temos serviços desde a arquitetura e decoração até às pessoas. Acredito que para fazer arquitetura é preciso conhecer para quem estamos a fazer determinado projeto. A arquitetura não se centra apenas no desenho de uma casa ou das paredes, até porque para as desenhar é preciso saber quem vai estar lá dentro. As pessoas é que habitam o espaço e temos um papel cada vez mais importante em saber como chegar a quem nos pede um projeto para depois proporcionar um projeto bem feito.
Temos todo o tipo de projetos, nomeadamente hotéis, residencial, apartamentos e comércio. Os projetos são feitos de uma forma cada vez mais abrangente.
Quais são as regiões onde o vosso trabalho tem maior destaque?
Estamos mais implantados no norte do país, mas também temos trabalhos em Lisboa e no Algarve. No que diz respeito ao mercado internacional, estamos presentes em Espanha, em Moçambique, em Angola, na Argélia e no Brasil. Cada vez mais a nossa ideia é o trabalho não estar só em Portugal. Temos de levar as nossas raízes e a nossa cultura para fora do país. É muito bom fazermos projetos fora, a nível cultural, e sermos reconhecidos por isso, ou seja, pelo nosso trabalho bem feito. Porém, gostava que houvesse mais reconhecimento do nosso trabalho dentro do nosso país e das nossas cidades.
Qual foi o projeto mais desafiante que desenvolveram até hoje?
Claramente que o projeto mais desafiante que eu tive e está a ser desenvolvido é a requalificação da alameda, em Espinho. Foi o meu primeiro projeto como arquiteto coordenador onde consegui juntar duas culturas diferentes: a espanhola e a portuguesa. Servi de intermediário das duas, ou seja, juntei o meu pai com outro arquiteto e eu estava a ser intermediário coordenador dos dois. Com o falecimento do meu pai, estou a dar seguimento ao projeto e esse é, sem dúvida, o projeto mais marcante, por eu ser o reflexo e os olhos daquilo que o meu pai não vai conseguir ver acabado, mas sei que vai vê-lo em mim. O outro projeto é o Estádio Municipal de Espinho que fiz com o meu pai e isso vai marcar-me para sempre. Vou levá-lo até ao fim e lutar para que seja feito.
Depois tenho vários projetos que são especiais pelos clientes. Os que referi anteriormente são especiais do ponto de vista emocional e os outros são especiais, porque cada cliente é especial à sua maneira.
Por que valores se rege a RDLM?
Considero que o principal valor é a dedicação máxima em cada trabalho. Portanto, o nosso trabalho é sempre feito para servir o cliente. Tentamos conseguir entrar naquilo que é o pensamento dos nossos clientes e conseguirmos ir ao encontro das necessidades deles, visto que são eles que vão habitar o espaço, quer seja privado ou público. A nossa mentalidade passa por estarmos muito próximos e acompanhar sempre, desde o início até ao fim, a evolução do projeto. Há um acompanhamento permanente que já irá desde a geração do meu avô, seguiu com o meu pai e vai continuar comigo. O meu interesse é que o cliente fique satisfeito com o meu trabalho.
Que objetivos pretende alcançar a curto/médio prazo?
Os próximos projetos passam por dar continuidade ao legado que me foi deixado, de uma forma mais irreverente e com uma postura um pouco diferente, porque os tempos assim o ditam e temos de nos adaptar àquilo que os clientes querem. A partir do momento em que este escritório já fez de tudo, só me resta dar continuidade igual e, se possível, melhor. O meu objetivo é sempre mais. Se for igual já fico muito contente, mas se fizer mais será ainda melhor.