Há sete anos a promover inovação na saúde feminina, a Procare Health Portugal tem vindo a consolidar a sua missão com soluções terapêuticas diferenciadoras e um compromisso claro com a qualidade de vida da mulher. Em entrevista exclusiva, Miguel Coelho, Country Manager da farmacêutica, faz um balanço do percurso da empresa no país e destaca o impacto das suas abordagens no tratamento do HPV, na fertilidade e na menopausa. À luz do Dia Internacional da Saúde Feminina e do Mês da Fertilidade, Miguel Coelho defende uma abordagem personalizada, preventiva e colaborativa para responder aos desafios das várias fases da vida da mulher.

A Procare Health Portugal celebrou em abril o seu 7º aniversário. De que forma a missão da empresa evoluiu nestes sete anos e que impacto concreto teve na saúde da mulher em Portugal?
Estes sete anos de vida em Portugal têm sido de contínua aprendizagem sobre como intervir na Saúde da Mulher. Quando lançámos a empresa em Portugal, trazíamos já uma experiência, apesar de curta, noutras regiões, nomeadamente em Espanha, onde estrategicamente foi estabelecida a casa-mãe da Procare Health.
É com orgulho que afirmo, nesta fase da vida da empresa, que entendemos muito bem as necessidades terapêuticas e desenvolvemos respostas adequadas. Fomos muito bem recebidos pelos profissionais de saúde e agregamos valor para garantir uma melhor qualidade de vida.
Como é que a Procare Health está a inovar no diagnóstico e tratamento do HPV? Há produtos ou abordagens diferenciadoras? Qual o papel dos profissionais de saúde na melhoria da adesão ao rastreio e à vacinação contra o HPV?
O HPV é responsável pelo desenvolvimento de cancro do colo do útero, entre outros. A experiência e conhecimento dos nossos investigadores permitiram identificar a necessidade de desenvolver uma terapêutica. De facto, temos no mercado uma vacina para prevenção da infecção por HPV, mas não existia nenhuma solução para tratar essa infecção e eliminar o vírus, excepto os métodos invasivos, guardados para estádios de maior desenvolvimento da doença.
O desenvolvimento do exaustivo programa de avaliação clínica pós-comercialização do tratamento que oferecemos é um ponto estratégico decisivo, ter a validação de eficácia e segurança do produto. Ter os resultados dessa investigação apresentados nos mais importantes congressos nacionais e internacionais e publicados nas mais relevantes revistas da especialidade é a validação de que estamos no bom caminho.
Como tem sido a resposta da população às campanhas como o #DontWaitActNow e #NoEsperesActúa?
Esta questão permite-me reforçar a mensagem de quão importante é saber mais sobre este vírus. Não me canso de repetir que morrem cerca de 400 mulheres em Portugal, vítimas do cancro do colo do útero. Esta campanha inclui um programa de chamada de atenção para saber mais sobre esta doença, a mais frequente infecção por contágio sexual.
Fomos para a rua perguntar às pessoas o que sabem sobre o HPV. O resultado acaba por ser preocupante, quando percebemos o que pouco se sabe. Utilizamos as redes sociais para divulgar esta realidade e estamos, neste momento a desenvolver um plano estratégico que apresentaremos, em breve, aos profissionais de saúde para juntos, melhorarmos o conhecimento desta doença.
O Dia Mundial da Fertilidade é comemorado a 4 de junho, sendo este igualmente o mês dedicado à Consciencialização sobre a Fertilidade. Quais são as principais iniciativas que a Procare Health está a implementar para educar e apoiar as mulheres na preservação da sua saúde reprodutiva?
Atuamos na área da fertilidade em duas situações distintas: temos uma oferta terapêutica para aumentar a taxa de gravidezes naturais com sucesso e uma outra opção para intervir nos processos de reprodução medicamente assistida. Em ambos os casos lidamos com uma elevada pressão emocional porque os insucessos numa gravidez natural vão conduzindo a estados de ansiedade que acabam sendo prejudiciais a todo este processo. O que fazemos ao nível de apoio às mulheres e famílias que desejam formar ou aumentar a sua família passa por ajudar a lidar com a situação e recordar que o facto de falharem às primeiras tentativas é algo normal, trazendo alguma tranquilidade, que irá ser colaborativa para que mais uma criança nasça. Isso é o que fazemos todos os dias do ano.
De que forma a colaboração com universidades, como a NOVA Medical School ou a FML, tem contribuído para a inovação na área da ginecologia e medicina reprodutiva?
A proximidade à Academia é uma posição que considero essencial num laboratório de investigação. É na Academia que se formam os nossos profissionais de saúde e entendo como fundamental que os estudantes tenham contacto com uma realidade que é a coexistência com os laboratórios que desenvolvem a inovação. Se nalgum lado existe a percepção de que esta posição de parceria com as universidades é uma perda de tempo, eu direi que a Procare Health leva a sua função social muito a sério.
Como é que a Procare Health encara o impacto crescente da menopausa na qualidade de vida das mulheres? Que tipo de investigação científica esteve na base do desenvolvimento da solução terapêutica da Procare Health para a menopausa e qual é o diferencial dessa abordagem?
A menopausa é uma fase da vida da mulher que aparece no seu tempo próprio e que é inevitável. Já não faz sentido assumir alguma inevitabilidade face à forma como as mulheres lidam com essa passagem. Hoje existem formas eficazes e seguras de viver a menopausa sem sobressaltos e com segurança.
A mulher de hoje com 50 anos em nada se assemelha ao tempo das nossas avós. Também as exigências são maiores numa idade em que se está na plenitude da vida. É, contudo, fundamental falar com os médicos assistentes para que se preparem para entrar no que designo como “age d’or”.
No âmbito do Dia Internacional da Saúde Feminina e considerando as particularidades das várias fases da vida da mulher, como a adolescência, a maternidade e a menopausa, de que forma as políticas de saúde pública podem ser mais eficazes em garantir que as necessidades de saúde da mulher sejam atendidas de forma personalizada e preventiva?
A saúde tem de ser gerida com o foco nos doentes. Para poder oferecer um serviço de saúde com qualidade é fundamental contar com todos os intervenientes que podem influenciar positivamente a qualidade de vida das populações. Eu acredito que um dia, todas as organizações, públicas, privadas, sociais, saberão conjugar esforços e recursos numa abordagem doente-cêntrica. Da nossa parte, enquanto elemento activo na saúde da mulher, focamo-nos cada vez mais na contribuição para que possamos envelhecer sem nos tornarmos velhos, somando anos de vida com qualidade.