Oportunidades e desafios na Logística pós-pandemia
A pandemia foi o catalisador de uma autêntica revolução nos hábitos de consumo levando milhões de pessoas a confiarem no e-commerce uma parte substancial das suas compras. Este afluxo massivo de consumidores ao mercado digital acabou por ter um impacto profundo a jusante, em particular na Logística das empresas.
Mais compradores implicou, à cabeça, uma gestão mais eficaz dos stocks e do fluxo de encomendas, o tratamento de uma elevada quantidade de dados e processos de distribuição e entrega seguros e, acima de tudo, rápidos.
Apesar de colocar as empresas sob uma forte pressão, os tempos e necessidades do consumidor online são mais exigentes e apertados, esta situação teve o condão de acelerar a inovação tecnológica e a implementação de processos mais simples e eficazes na gestão logística lançando aproximando as organizações empresariais no séc. XXI.
Chegados a este ponto de análise, a pergunta impõe-se: que oportunidades e desafios esperam a Logística no pós-pandemia?
Organização Interna
Desde logo, as medidas de contenção da pandemia levaram a que a circulação e a forma de laboração dos trabalhadores dentro da empresa sofresse alterações profundas.
O desfasamento de horários de entrada e saída das equipas, a criação de corredores de circulação e a implementação de medidas de higienização dos espaços de trabalho foram, desde logo, alguns dos desafios que tiveram de ser vencidos e que aportaram uma maior agilidade logística às empresas.
De igual modo, o assumir de um modelo de negócio “omnichannel” (articulação entre loja física e loja online) e o respetivo aumento do fluxo de encomendas provenientes da faceta digital das empresas, obrigou a uma reconfiguração do corpo de trabalho e da forma como se passou a gerir o armazenamento.
Se, no primeiro caso, as soluções passaram pela realocação de trabalhadores e contratação de motoristas, gestores de controlo de qualidade e de tráfego e outras profissões semelhantes que conduzam à otimização de todas as etapas da cadeia de abastecimento, no segundo caso a opção recaiu sobre novos modelos de stockagem como o “dropshipping” (utilização do stock de terceiros para vender online sem custos de armazenamento de produtos associados) ou o inovador sistema de self storage.
Na prática, self storage é um sistema de armazenamento em que as empresas com falta de espaço ou dificuldades de stockagem (algo muito usual nos negócios de e-commerce) podem alugar espaços devidamente preparados para o efeito (segurança, ventilação, limpeza, higiene, etc.) por um determinado período de tempo (normalmente curto, mas com possibilidade de extensão) que podem utilizar e visitar sempre que necessário.
Em Portugal, este mercado de self storage está em crescimento e já apresenta soluções muito interessantes como é o caso dos serviços disponibilizados pela lisboeta All Storage, uma empresa de aluguer de armazéns e arrecadações self storage em Lisboa com provas dadas no mercado e com várias soluções a nível de dimensões e preços.
As arrecadações self storages da All Storage estão preparadas para acomodar, sob fortes medidas de higiene e segurança, todo o tipo de bens por um período mínimo de permanência de 30 dias. O contrato é feito à medida das necessidades do cliente, podendo entrar na data que pretender, devendo, no entanto, confirmar a disponibilidade do mini armazém em Lisboa, como Sete Rios, Saldanha ou Benfica (locais onde a All Storage tem instalações) que pretende.
Investimento tecnológico
Como vimos no ponto anterior, a agilização e gestão do processo de stockagem é um elemento fundamental numa era em que o comércio digital medra e assiste ao nascimento de um consumidor mais exigente com a velocidade do processo de compra.
Para além da integração de profissionais especializados na área do e-commerce e uma relação mais próxima com novos parceiros de negócio, as empresas devem guardar uma parte do seu orçamento para o investimento tecnológico.
A automatização, a Internet das Coisas (IdC) e a utilização de drones em armazéns são algumas das tecnologias já utilizadas por algumas das maiores empresas de e-commerce a nível planetário e a tendência é a de que, nos próximos anos, estas soluções inovadoras se democratizem e cheguem a todo o tecido empresarial com ambições no mercado online.
Veja-se o caso da Amazon que, antecipando esta realidade já utiliza drones nos seus armazéns e prepara-se para os incluir no serviço de entregas através do Amazon Prime Air que, apesar de ainda restrito a itens pequenos (máx. de 5kg), pode levar uma encomenda a casa de um cliente em apenas 30 minutos.
Estre investimento não se esgota, contudo, neste tipo de tecnologias. O e-shopper (consumidor 4.0) exige uma resposta pronta às suas necessidades sob pena de abandonar o seu carrinho de compras antes de finalizar uma compra. Por isso, torna-se necessário ponderar investimentos a nível de análise de dados em tempo real, interpretação de padrões de consumo, cibersegurança e proteção de dados de forma a melhorar as capacidades de previsão e resposta.
Otimização do processo de entrega
De acordo com um estudo da consultora Deloitte, os operadores portugueses demoram, em média, 3,5 dias a entregar os produtos adquiridos online. Para um e-shopper, isto significa um tempo de espera demasiado longo e uma possível avaliação se vale a pena continuar a comprar nas plataformas de e-commerce dessa empresa.
Servir bem e rápido é, assim, uma necessidade premente que requer a otimização do percurso entre a saída da encomenda do centro de distribuição até chegar ao consumidor.
A resposta de muitas empresas têm sido a de criarem modelos de entrega diversificados como a receção em casa, recolha em loja ou num ponto de recolha previamente designado, mas no futuro as soluções podem passar pelo aumento de centros de distribuição localizados em pontos estratégicos pelo país ou da adoção de diferentes formas de mobilidade dentro das cidades para assegurar a rapidez e a qualidade do serviço.
Personalização da experiência de compra
Simplicidade, preços baixos e conveniência foram os três motivos mais referidos pelos consumidores portugueses para preferirem as compras em meio online em detrimento das lojas físicas, de acordo com o CTT e-Commerce Report 2020.
Uma das formas de ir ao encontro das expetativas e necessidades de um consumidor tão exigente como o online, vem colocar em cima da mesa a urgência das empresas que operam neste setor melhorarem o seu serviço de atendimento.
O omnichannel que referimos anteriormente, a inclusão de chatbots no site que acompanhem o cliente ao longo de toda a jornada de compra online e de especialistas que o façam, igualmente, no pós-venda para informar os clientes de eventuais atrasos e garantir devoluções sem complicações, são algumas das estratégias colocadas em prática por um já longo rol de empresas, mas ainda há muito mais para explorar neste campo.
Providenciar opções de tracking, conversar com o consumidor sobre alternativas a produtos esgotados e a utilização correta dos equipamentos de proteção individual durante a entrega também ajudam a criar uma experiência de consumo positiva.