O Turismo como motor da economia
Depois de dois anos de pandemia, que resultaram em avultados prejuízos para as empresas turísticas, eis que nos deparámos, no início deste ano, com o que menos esperávamos: uma guerra em pleno coração da Europa.
E como todas as guerras, um conflito como aquele a que temos vindo infelizmente a assistir, traz consigo consequências muito negativas para a economia. Não é por acaso que o FMI já reviu em baixa as estimativas de crescimento económico mundial.
Espera o Fundo Monetário Internacional que o PIB global avance 3,6% este ano, menos 0,8 pontos percentuais em relação ao que as previsões apontavam em janeiro. Tudo por causa do atual conflito na Ucrânia.
Portugal não será exceção e o crescimento da nossa economia, apontam as previsões, será menor do que o que se previa no final do ano passado. Mas há sem dúvida um fator que poderá contribuir para amenizar esta previsível descida dos índices económicos: o crescimento do Turismo.
Este início de 2022, já dá sinais de que iremos ter um ano turístico de recuperação da procura, com mais turistas a chegarem a Portugal e a contribuírem para um aumento da ocupação hoteleira e do movimento aeroportuário.
Esta Páscoa foi já um excelente pronuncio, com taxas de ocupação nos hotéis acima dos 80% e um aumento muito considerável de clientes nos restaurantes e, por exemplo, em equipamentos culturais.
Estes estes dados do período de férias pascais confirmaram os números que já vinham a ser revelados desde o início do ano e que são confirmados pelo Eurostat (gabinete europeu de estatísticas), que revela como Portugal é, neste momento, o segundo país da União Europeia com o maior movimento de passageiros nos aeroportos, estando apenas a 8% de alcançar os dados de 2019, o melhor ano de sempre do Turismo em Portugal.
Todos esperamos que esta recuperação da atividade turística se venha a verificar durante o resto deste ano, para que o Turismo continue a ser motor da economia portuguesa e para que dê um forte contributo para o crescimento económico.
Mas não podemos esquecer que as empresas ainda estão a sofrer os impactos da pandemia e agora da guerra, a que se juntam a subida da inflação e os preços da energia e dos combustíveis. Ou seja, a recuperação não será tão rápida quanto desejável, porque as empresas ainda estão muito fragilizadas em termos da sua tesouraria e da sua capacidade de investimento e têm de fazer face a realidades conjunturais negativas.
Por isso, há medidas por parte do Governo que deverão ser implementadas. Para além do apoio à tesouraria das empresas, deverá ser também decidida uma diminuição da carga fiscal ao nível por exemplo do IRC e do IVA.
Não tenho dúvidas que as pessoas estão ávidas em viajar. Querem voltar a ter a sua liberdade de conhecer novos destinos, novas culturas, novas gastronomias, novas paisagens. Portugal tem muita diversidade e oferece também (importantíssimo nos dias de hoje), segurança em todos os sentidos.
Mas há problemas por resolver que têm impacto no Turismo e que têm de ser resolvidos o quanto antes. Falo principalmente do novo aeroporto na região de Lisboa. É que tendo em conta o crescimento de turistas que nos visitarão nos próximos anos, não haverá como dar cabal resposta a este crescimento se um aumento da procura do destino Portugal não for acompanhado por infraestruturas que respondam a essa maior procura. E um novo aeroporto é, como todos sabemos, essencial e urgente.