“O nosso foco é a satisfação do cliente”
Venâncio Fernandes, CEO da Arcobarca, em entrevista à Business Portugal, dá a conhecer a génese da empresa, destacando como esta tem evoluído e quais as suas especificidades. Ao mesmo tempo, realça que tem dos melhores profissionais da área, uma realidade que se explica através da política empresarial e dos valores basilares da Arcobarca.
Em que momento surge o projeto da Arcobarca e como descreve o percurso que têm vindo a traçar? Sempre se interessou pela área do imobiliário?
O meu percurso profissional teve origem na área de seguros, mais precisamente, na companhia de seguros “Bonança”, onde ingressei em 1981. Em março de 1994, ingressei na área da Banca, como colaborador do BCP, assumindo desde 1996, funções de gerência na área comercial. Nessa qualidade, desenvolvi uma especial apetência na área do credito à habitação, quer a particulares, quer a empresas, os denominados “CPI’ (crédito promoção imobiliária). Vem daí o meu interesse pela área, com a mais-valia de ter como suporte uma excelente escola de formação (o BCP).
A vontade do conhecimento, levou-me a não aprovar qualquer operação sem previamente analisar no local o imóvel que serviria de garantia para o Banco, esta atitude permitiu-me ter uma das mais baixas taxas de crédito malparado na instituição na minha zona geográfica. Em 2008, por acordo entre as partes deixei de estar no activo no BCP, e segui a minha carreira, adquirindo a Arcobarca, empresa dedicada à mediação, fi-lo convicto de que teria sucesso. Fui surpreendido logo no início com a crise do sub-prime, mas ao contrário do que seria de esperar, serviu de alerta para a necessidade de muito rigor na gestão da empresa, o que me permitiu um crescimento sustentado, suportado em muito rigor, cautelas e na necessidade de inovar e ter uma elevada preocupação com a qualidade e o rigor do serviço prestado ao cliente. Desta postura, resultou que num período em que, todos os dias, fechavam agências imobiliárias, nós conseguíssemos abrir novos pontos de venda, nomeadamente, Ponte da Barca, depois Ponte de Lima e Paredes de Coura.
De que forma descreve a equipa de profissionais que o acompanha? Quais os valores e a missão que assumem na prática desta profissão? Qual o impacto que pretendem deixar na região?
Sem qualquer presunção, considero que tenho dos melhores profissionais da área. Esta realidade é fruto da política da empresa e dos seus valores. O nosso recrutamento é feito, em primeiro lugar, no respeito pela pessoa, na consciência de que ninguém pode começar a trabalhar pagando despesas operacionais, também aqui nos diferenciamos dos demais. Uma política que privilegia a permanência dando conforto aos nossos clientes. A formação como principal fator de crescimento. Todos os nossos consultores, dominam as obrigações formais de qualquer propriedade, para além de conhecimentos que lhes permitem aconselhar com rigor os nossos clientes na compra e venda. A gestão da nossa empresa é feita em partilha, as nossas reuniões semanais são geridas, semana a semana, de forma rotativa, por todos os consultores. O nosso foco é a satisfação do cliente, temos um compromisso de empenho e de rigor.
Sempre que assinamos um contrato de mediação, todos estão obrigados a princípios de ética na relação com os clientes e com os nossos concorrentes. Isto não impede de sermos defensores intransigentes na defesa dos interesses na nossa empresa, mas com flexibilidade e bom senso.
Tendo em conta que foram premiados, em 2022, pela terceira vez consecutiva, como Top 5% PME, qual o significado das distinções? Estas são o reflexo do trabalho que têm desenvolvido?
Esta distinção, é o corolário do nosso trabalho ao longo dos anos. Do rigor que imprimimos na gestão da empresa e do cuidado com a satisfação dos nossos clientes. Sermos distinguidos com um “Excelente” no índice de desempenho e solidez financeira, orgulha-nos, mas entendemo-lo como uma responsabilidade acrescida, porque queremos continuar a merecer esta distinção e melhorar até onde for possivel, isto só se consegue, com muito trabalho, humildade e seriedade, e nós vamos consegui-lo, porque na empresa, independentemente do regime de contratação, todos estão empenhados no cumprimento dos objetivos.
Uma vez que têm agências em Arcos de Valdevez, Paredes de Coura, Ponte de Lima e no Porto, têm planos para abrir mais alguma noutro ponto do país?
Para além destas, temos também em Ponte da Barca; no mundo empresarial ou somos dinâmicos ou temos os dias contados. Definimos como objetivo, para 2022 e 2023, tornar a empresa mais conhecida, a nível internacional através da nossa presença em vários eventos que possam potenciar essa notoriedade. Temos tido presença no Porto (IMOBINVEST), em Lisboa na (SIL), em Paris, em Cenon, em Toulouse, estaremos ainda este ano na Suiça, para além dos eventos locais. Para 2024, logo veremos, mas o crescimento é fundamental para as empresas, tenho estado atento a algumas possíveis oportunidades, mas com os pés assentes na terra.
Como imagina o futuro da área do imobiliária? Quais as estratégias que as agências podem implementar, para ultrapassar obstáculos que possam surgir?
Em primeiro lugar, penso que a atividade da mediação necessita de alterações significativas em termos de regulamentação, hoje é já reconhecido pela esmagadora maioria dos players esta necessidade. Depois, precisamos de acompanhar a evolução das necessidades das populações atuais, assim como as ferramentas digitais que são colocadas à nossa disposição. Tudo isto, tem de ser feito aliado à génese do negócio, a credibilidade que gera confiança. O mundo está numa fase de transformação a uma velocidade nunca vista antes, é preciso acompanhar. Qualquer que seja o destino, o ser humano vai necessitar sempre de se abrigar, vamos continuar a ter casamentos e divórcios, vai sempre existir sucessão, vão existir aqueles que prevalecem e aqueles que ficarão pelo caminho. Pese embora a globalização, continuo a acreditar no sucesso das empresas tradicionais, no relacionamento de proximidade e na capacidade de perceber os sentimentos dos outros, se o fizermos bem teremos sucesso. A inteligência artificial está aí, mas dificilmente substituirá o calor de um aperto de mão.