“O bem-estar da população é o essencial”
Figueira de Castelo Rodrigo foi dos primeiros municípios a aprovar um pacote de medidas para ajudar a minimizar os impactos da pandemia nas famílias, empresas e instituições. O Presidente do Município, Paulo Langrouva apresenta, em entrevista à Revista Business Portugal, um balanço positivo.
Como têm decorrido estas medidas?
Temos estado a cumprir com o pagamento desses apoios, tentando garantir algum conforto e segurança, principalmente às empresas, que estavam a passar grandes dificuldades. Tínhamos de acautelar a manutenção e continuidade das mesmas e, portanto, garantimos uma almofada financeira de forma a conseguirem realizar as suas iniciativas.
Que tenha conhecimento, não fechou nenhuma empresa fruto da Covid-19, é um sinal de que conseguimos dar alguma margem de segurança às empresas. Tudo está a decorrer da melhor forma, felizmente.
A situação epidemiológica tem vindo a evoluir, favoravelmente, possibilitando o retorno presencial às atividades da Academia Sénior. Uma instituição com uma importância social significativa que fomenta a proximidade?
Entendemos que com este desconfinamento, e verificando zero casos da Covid-19 no concelho, estavam reunidos os requisitos necessários para reiniciar, paulatinamente, as iniciativas da Academia Sénior. A instituição era um ponto fundamental de apoio aos nossos seniores, dando-lhes um alento para que diariamente tenham vontade em estar em comunidade e convivência com outros colegas. Possibilitar, desta forma, um convívio saudável e importante para eles, que estavam há muitos meses ansiosos por regressar. Estamos a falar de atividades como a realização de aulas de zumba, caminhadas, relacionadas com as TIC e, também, estamos a fazer uma exploração de espaços no exterior do concelho para meditação e conhecer monumentos. Era, portanto, fundamental, termos estas iniciativas e voltar a ter a Academia em pleno funcionamento.
Para o presente ano, está previsto um maior investimento em novas tecnologias, para dar uma resposta eficiente e minimizar impactos negativos em caso de uma outra inesperada situação pandémica?
Estamos a fazer alguns investimentos na aquisição de alguns computadores, para dotar a Câmara Municipal dos meios tecnológicos necessários, para garantir não só questões de segurança, mas também, eventualmente, e se voltar a acontecer situações em que tenhamos de confinar, possamos garantir a continuidade do teletrabalho. Esperamos que não aconteça, mas temos de estar precavidos e preparados para outras situações, como vão acontecendo, infelizmente, para garantir a prestação de serviços essenciais às nossas populações.
A adjudicação da empreitada para a requalificação do edifício do Centro de Saúde, dotando-o de mais e melhores condições é uma intervenção já há muito solicitada e urgente para a comunidade?
Sim, estamos a remodelar um antigo hospital, onde funcionava, anteriormente, o Centro de Saúde, para que, numa das alas, se possa vir a instalar uma Clínica de Imagiologia e, na ala esquerda, uma Clínica de Fisioterapia Geriátrica. Desta forma, estamos a tentar complementar um serviço essencial que já prestávamos à população através do seguro de saúde municipal, no qual se garante consultas de clínica geral e especialidade, bem como os meios de diagnóstico complementares, necessários para garantir a tranquilidade, em termos de saúde. Continuamos a ter de prestar este auxílio a uma população envelhecida, que esteve muito tempo confinada. Muitos não foram a consultas, e, agora, estes serviços são essenciais. É importante prestarmos estes serviços, acrescentando valências.
Figueira de Castelo Rodrigo dispõe de um conjunto de valências e oportunidades que estão em constante melhoria?
Queremos que o concelho seja uma referência na prestação de cuidados de saúde. Quem vive e tem residência fiscal em Figueira de Castelo Rodrigo, tem de ter apoios complementares, através destas valências diversas, no âmbito da saúde, para que as nossas populações continuem a ter bem-estar e qualidade de vida. Queremos criar um cluster de saúde no concelho, porque são serviços essenciais. Não existe, a nível nacional, um município que tenha garantido esta prestação de serviço como se fez aqui. Por isso, é importante que as pessoas percebam que estando no litoral ou no concelho, continuam a ter acesso à saúde.
A educação, é outra área essencial em que a aposta tem sido forte. Complementando a plataforma da ciência aberta, temos uma parceria muito estreita e regular com o agrupamento de escolas, para garantir aos jovens, na disciplina de cidadania, conhecimentos de cultura geral e da realidade local. Estamos a tentar trazer valor acrescentado, através da melhoria das infraestruturas escolares, para garantir um futuro risonho, sem comprometer o conhecimento.
O município tem evitado o encerramento das empresas e minimizar os impactos económico-financeiros. Para além do apoio do governo, o município está sempre ao lado dos seus munícipes?
No que diz respeito a Figueira de Castelo Rodrigo, o município irá homenagear, no dia 7 de julho, os recursos humanos, principalmente, os trabalhadores que, entretanto, já se aposentaram, mas que, durante anos, muito deram em prol do município. Para além disso, um conjunto de inaugurações vão ocorrer ao longo desse dia, nomeadamente o Centro de Dia; mais um espaço na zona industrial de acolhimento empresarial; e, ainda, áreas de lazer e de estacionamento, juntos às escolas, garantindo mais segurança.
É importante que as autarquias percebam que o bem-estar da população é essencial. Naturalmente, implica recursos humanos, mas também financeiros e, por isso, é que estamos sempre dispostos a receber essa transferência de competências, olhando sempre para a questão dos recursos financeiros necessários para dar continuidade ao trabalho junto da comunidade.