Figueira de Castelo Rodrigo: bom para viver, visitar e investir
Paulo Langrouva, Presidente da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, em entrevista à Revista Business Portugal.
Figueira de Castelo Rodrigo é um concelho com grandes potencialidades como nos comprova Paulo Langrouva, Presidente do Município. Em entrevista à Revista Business Portugal, o autarca de uma das “7 Maravilhas de Portugal” apresentou os diversos projetos pioneiros do município.
Em 2017, na posse do atual mandato propôs-se a continuar a apoiar os cidadãos, assim como a estimular e dinamizar as forças motrizes do desenvolvimento económico do concelho. Que balanço faz deste mantado?
O balanço é positivo, embora tenha sido um mandato particularmente difícil, devido à pandemia que obrigou a Câmara Municipal a várias adaptações, tendo implicações também no desenvolvimento de vários projetos e iniciativas. Contudo, conseguimos concretizar vários projetos que considerávamos essenciais, apesar de termos as condicionantes de estarmos a trabalhar, muitas vezes, a 50%, e a um ritmo muito mais lento e de termos de afetar recursos para outras necessidades que se afiguraram primordiais nesta primeira linha de combate à Covid-19. Foi um ano exigente, mas foi aliciante ver a adaptação para resolver um problema gravíssimo como é a pandemia. Conseguimos concretizar vários projetos e programar outros que brevemente estarão em curso.
Uma das grandes apostas sempre foi o reforço da rede turística. Para além do desenvolvimento económico é também uma forma de preservar a cultura?
O turismo é uma peça âncora do desenvolvimento deste território. Em circunstâncias normais, entram neste território mais de 150 mil turistas por ano. Neste último ano, sofremos um revés substancial, mas o município tem um conjunto de potencialidades que estão em estudo para dinamização futura. O fluxo turístico obrigou-nos a repensar numa estratégia de dinamismo económico do concelho e, nesse sentido, tivemos de criar um conjunto de infraestruturas adicionais que obrigassem as pessoas a permanecer no concelho. Falo concretamente do Centro Interpretativo Ephraim Bueno, da requalificação da Torre das Águias e estamos em vias de conclusão do Centro Interpretativo da Batalha de Castelo Rodrigo. Estes equipamentos vão permitir que se estabeleça uma rede de visitação obrigatória no concelho, aliando à natureza que temos associada, por exemplo, a primeira reserva privada a nível nacional.
A cultura constitui uma forte aposta deste Executivo, contemplando os residentes e visitantes com eventos atrativos, dos que são exemplo: os Clássicos Vão ao Interior, “12 em Rede – Aldeias em Festa”, o “MosTo – Mostra de Teatro para Todos”, a Recriação Histórica da Batalha de Castelo Rodrigo (A SALGADELA) e a Semana Cultural do Livro e da Leitura. Temos um projeto inovador a nível nacional e internacional premiado- a Plataforma da Ciência Aberta – que decorreu de uma candidatura aprovada e que está a ser replicada em oito países da Europa. É um equipamento dotado de infraestruturas, mas também de recursos humanos altamente qualificados, com vários cientistas de renome internacional, por exemplo o Prof. Dr. Pedro Russo, um filho da terra. Este conjunto de valências e oportunidades atrai, definitivamente, mais visitantes ao concelho.
Anunciaram a construção de uma Clínica de Diagnóstico por Imagem e um Centro de Dia devido ao envelhecimento da população e à falta de equipamentos para este tipo de exames. Investimentos que vão disponibilizar meios e recursos para que as pessoas se mantenham no concelho?
Queremos manter os nossos jovens e temos tido a visão de diversificar as valências no domínio da saúde. O objetivo é criar um cluster da saúde no concelho, em que as pessoas não tenham de se deslocar para outros locais, exceto nos casos de cirurgias ou exames mais complexos.Este projeto é de extrema importância para o dinamismo da nossa economia porque permite garantir cuidados de saúde essenciais e criação de emprego. O equipamento vai ser alojado em instalações que estavam devolutas e praticamente inutilizadas no centro nevrálgico do concelho. É mais um equipamento que deixa de estar abandonado e que passa a ter uma revitalização importante para a dinâmica do concelho. Através destas valências começam-se a criar outras oportunidades de negócio complementares e que ajudam a fixar os jovens no concelho.
Em cinco anos 15 mil consultas foram proporcionadas a todos os habitantes que não tinham acesso a cuidados de saúde através de um seguro municipal. A saúde pública tem de ser uma preocupação constante?
Somos o único concelho do país com um seguro municipal que confere à população saúde gratuita (consultas de clínica geral, especialidade e meios de diagnóstico complementares). Inclui também o transporte às clínicas onde irão realizar exames mais complexos que não se conseguem realizar no próprio concelho. Complementamos este seguro de saúde com um seguro de estomatologia que veio dar uma valência adicional. A saúde é uma preocupação deste município e, por isso, estamos a fazer um upgrade deste projeto pioneiro. Estamos a criar o equipamento e infraestruturas necessárias para que uma empresa privada se possa estabelecer aqui e realizar exames de imagiologia. O mesmo sucede com a clínica de fisioterapia geriátrica que também será uma obra concretizada ainda neste mandato. Como somos uma população idosa, estes serviços são essenciais para garantir a qualidade de vida e mobilidade. Este executivo tem tido uma forte preocupação em garantir os serviços de saúde essenciais e com todas estas valências conseguimos proporcionar saúde às nossas populações. Um serviço diferenciador e motivo para que pessoas vindas de outros sítios se fixem aqui.
O Município aprovou medidas no valor de 240 mil euros para ajudar instituições sociais, empresas e famílias a ultrapassar dificuldades causadas pela pandemia da Covid-19. Que efeitos práticos terão estas medidas?
Fomos dos primeiros municípios a aprovar um pacote de medidas para ajudar a minimizar os impactos da pandemia. Evitarão o encerramento de muitas empresas, perdas de postos de trabalho e irão também minimizar impactos económico-financeiros nas instituições. Sabemos que as instituições têm aumentado as despesas com a aquisição de equipamentos de proteção individual e, por isso, atribuímos um valor de dois mil euros de forma faseada às instituições com valência de lar ou apoio ao domicílio; nas famílias tivemos a preocupação de reduzir o valor a pagar nos consumos de água, aprovamos para este 1º trimestre uma redução de 50% para o 1º e 2º escalão; para as empresas, atribuímos um valor equivalente a um salário mínimo nacional por mês a cada empresa para suportar várias despesas. Sabemos que há um pacote de medidas de apoio do governo, mas é sempre bem-vindo um complemento adicional.
O nosso concelho é bom para viver porque tem qualidade de vida; é bom para investir porque temos uma política direcionada para as empresas – Fiscalidade Zero; e é bom para visitar porque dispõe de um conjunto de valências e oportunidades.
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