NPLs em Espanha: Um mercado maduro que está a mudar o seu ciclo e onde as oportunidades estão a diversificar-se

Até há um par de anos, a grande questão que se colocava era se a vaga de incumprimentos iria chegar e se os vários agentes do setor estariam preparados para a gerir. Entretanto, as condições macroeconómicas alteraram completamente este cenário, tornando o incumprimento subjetivo, ou seja, a venda de carteiras de dívida mesmo sem incumprimento ou com performing, mas com a classificação de unlikely to pay ou doubtful for the future, um tema central de debate.

 

Paola Ortega

 

 

O setor bancário deixou claro que, desde a crise de 2008 até à data, passou por uma enorme curva de aprendizagem e a entidade reguladora estabeleceu parâmetros segundo os quais os bancos têm de provisionar a dívida desde o seu primeiro atraso. Consequentemente, surgiram conceitos que se tornaram tópicos em voga, como os empréstimos com desempenho positivo e negativo, que se referem à dívida que teve algum tipo de atraso, mas continua a ter um bom desempenho, ou à dívida que foi refinanciada, mas continua a estar em dia com o seu calendário de pagamentos.

Em Espanha, o stock de NPL ascendia a 77 mil milhões de euros no terceiro trimestre de 2023, o que faz deste país o segundo com maior quota (21%) do stock total de NPL na Europa (362,7 mil milhões de euros). O que é interessante é que grande parte da dívida que falta gerir em Espanha tem as características que mencionei acima, o que altera as regras do jogo para todos os intervenientes no setor.

Por um lado, os bancos tradicionais encontraram uma oportunidade de vender carteiras que estavam a gerar um custo de capital e a afetar os seus ratings, mas de uma forma em que os seus clientes são atendidos, uma vez que a gestão da cobrança desta dívida é diferente da de uma dívida não paga, o que cria uma oportunidade para empresas especializadas em prestar este tipo de serviços personalizados.

É neste contexto que temos assistido também a uma maior frequência de operações de titularização de dívida, onde surge uma oportunidade para os investidores que apostam na rentabilidade gerada por estes fluxos de caixa e, por isso, temos assistido recentemente a um maior número de operações em que a banca de investimento, um ator que tem sido protagonista neste tipo de operações, está repetidamente envolvida.

Outro mistério ainda por desvendar é o dos empréstimos ICO e da dívida das PME, numa história intrigante de consolidações e mudanças de modelos de negócio. Será interessante ver onde o regulador vai virar o leme quando chegarem os prazos de 2025, numa perspetiva não tão positiva, em que já foram proferidas decisões a favor dos credores. O que é claro é que a reestruturação da dívida das PME é uma grande oportunidade para os intervenientes nestas operações e que o volume de dívida neste segmento está a crescer.

Assim, no dia 10 de abril, na Fundación Pablo VI, em Madrid, terá lugar a décima terceira edição do Fórum Ibérico NPL do Grupo CMS, sob o lema “Taking NPLs to the Next Level”. Este evento é apresentado como o encontro imperdível para todos aqueles que procuram um futuro melhor para esta indústria em Espanha.

Nunca como agora foi tão interessante fazer parte deste sector onde existem claramente actores que irão liderar esta mudança de ciclo, sabendo adaptar-se ao novo contexto devido à grande experiência que acumularam.

 

 

 

 

 

______ versão em espanhol ____

 

NPLs en España: Un mercado maduro que cambia de ciclo y donde las oportunidades se diversifican

Hasta hace un par de años, la gran pregunta a responder era si la ola de impagos llegaría y si los distintos actores de la industria estarían preparados para gestionarla. En medio, se han dado condiciones macroeconómicas que han cambiado por completo ese panorama poniendo hoy como tema central de debate la mora subjetiva, es decir, la venta de carteras de deuda incluso cuando esta no ha tenido impagos o se encuentra Performing, pero se ha etiquetado bajo una categoría de Unlikely to pay o de dudoso cobro a futuro.

Y es que la banca ha dejado claro que, desde la crisis de 2008 hasta la fecha, ha pasado por una gran curva de aprendizaje y el ente regulatorio ha sentado parámetros bajo los cuales la banca tiene que aprovisionar deuda desde su primer retraso. Consecuentemente, han surgido conceptos que se han vuelto trending topics como el RePerforming y SubPerforming Loans, que hacen alusión a deuda que ha tenido algún tipo de retraso, pero que sigue performando bien, o deuda que ha sido refinanciada, pero que continúa al día en su calendario de pagos.

En España, el stock de NPL ascendía a 77.000 millones de euros en el tercer trimestre de 2023, hecho que la sitúa como el país con la segunda mayor cuota (21%) del stock total de NPL de Europa (362.700 millones de euros). Lo interesante es que gran parte de la deuda que queda por gestionar en el Estado español es de las características que comentaba anteriormente, lo cual cambia las reglas del juego para todos los actores del sector.

Por un lado, la banca tradicional ha encontrado una oportunidad para dar salida a carteras que le estaban generando un costo de capital e impactando en sus ratings, pero de una manera en la que su cliente esté cuidado, ya que la gestión de cobro de esta deuda es distinta a la de una deuda que está impaga lo cual deriva en una oportunidad para empresas especializadas en dar este tipo de servicios personalizados.

Es en este contexto que además se ha visto con más frecuencia operaciones de titulización de deuda, donde surge una oportunidad para inversores que apuestan por la rentabilidad que generan estos flujos de caja y, por ello, hemos evidenciado últimamente muchas más transacciones donde se encuentra repetidamente involucrada la banca de inversión, un actor que ha sido protagonista en este tipo de operaciones.

Otro misterio cuyo desenlace está por develar es el de los créditos ICO y la deuda de SMEs, en lo que ha sido una intrigante historia de consolidaciones y cambios de modelo de negocio. Será interesante mirar hacia dónde gira el timón el ente regulador una vez lleguen los plazos en 2025 en un panorama no tan positivo, donde ya se han dictado sentencias a favor de los prestamistas. Lo que está claro es que la reestructuración de deuda PYME es una gran oportunidad para los actores que forman parte de estas operaciones, y que el volumen de deuda en este segmento está creciendo.

Es así que el 10 de abril, en la Fundación Pablo VI de Madrid, llega la Decimotercera edición del NPL Iberian Forum de CMS Group con el lema “Taking NPLs to the Next Level”. Este evento se presenta como el encuentro ineludible al que acuden todos aquellos que buscan un mejor futuro para esta industria en España.

Nunca antes ha sido tan interesante como ahora ser parte de esta industria donde claramente hay actores que liderarán este cambio de ciclo, sabiéndose adaptar al nuevo contexto debido a la gran experiencia que recogen.

 

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