Junta de Freguesia de Paço de Sousa: Uma terra com história
Paço de Sousa foi elevada a vila há 28 anos, no dia 20 de junho de 1991. A localidade, do concelho de Penafiel, é das que tem maior número de habitantes. Adelino Teixeira de Sousa é o presidente da Junta de Freguesia que deu a conhecer, nesta entrevista, o que de melhor há para visitar na região.
Apresente-nos a freguesia de Paço de Sousa.
Paço de Sousa é uma vila acolhedora e distingue-se pela sua ruralidade. Tem cerca de 3200 eleitores e 4000 habitantes. É marcada, essencialmente, pelo comércio, agricultura, pecuária e serviços, dos quais se destacam a piscina municipal, o centro de saúde, o quartel do bombeiros, o posto de correios, o espaço cidadão, o posto da GNR e um Lar e Centro de Dia vocacionado para a população sénior. A vila dispõe ainda de dois jardins-de-infância, duas escolas primárias e uma escola de segundo e terceiro ciclo. Estamos localizados perto da estação de comboio (Linha do Douro) e da A4, o que nos coloca de transporte público ou particular a cerca de meia hora do Porto.
No que diz respeito às festividades, património histórico e gastronomia, o que destaca na região?
No dia 20 de junho, festejamos o aniversário de elevação a vila e mantivemos as habituais comemorações oficiais. Sendo que, este ano conseguimos com a colaboração de uma associação local iniciar um evento com música, entretenimento e gastronomia, intitulado “Festa do Egas”. Com esta designação pretende-se também homenagear uma figura histórica das nossa terras e do nosso país. Falamos de Dom Egas Moniz, aio de D. Afonso Henriques, o primeiro Rei de Portugal. Em julho decorre também um festival internacional de rancho, organizado pelo Centro Cultural e Rancho Folclórico de Paço de Sousa. As festividades religiosas também estão presentes e, entre elas, destacam-se as Festas em Honra de São Lourenço, a 10 de agosto, e em Honra da Nossa Senhora de Lurdes, a 15 de agosto.
Há muito património histórico para visitar, mas o ex-libris é o Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa, classificado em 1910 como património nacional, que integra a Rota do Românico e onde se encontra o túmulo de Egas Moniz. A Casa e Quinta da Companhia merece também destaque na nossa história. Classificada como monumento de interesse público, a Quinta da Companhia deve a sua designação à Companhia de Jesus, original possuidora desta propriedade, e está intimamente associada à história do Mosteiro de São Salvador de Paço de Sousa.
Com uma história mais recente temos a Obra da Rua e a Casa do Gaiato. Aqui o património é sobretudo humano. Fundada pelo Padre Américo Monteiro de Aguiar, a Obra do Padre Américo continua a dedicar-se aos mais desfavorecidos da sociedade. A obra de rapazes, para rapazes, pelos rapazes, deu, a Paço de Sousa, homens que se integraram na comunidade e nas associações locais, com contributos preciosos para o desenvolvimento da localidade. O Património dos Pobres, também existente na nossa vila, e popularmente conhecido como casas dos pobres, consiste em pequenas e humildes casas, que ainda hoje albergam os mais necessitados.
A nível gastronómico, não podemos afirmar a existência na vila de um prato típico. A gastronomia insere-se, sobretudo, na gastronomia típica entre Douro e Minho. Por cá é possível saborear dos mais diversos caldos, assim como os rojões, a vitela, o lombo e até um bom cozido à portuguesa ou uma massa à lavrador. O bacalhau está também muito presente nas ementas. Podemos ainda sugerir um daqueles lanches ajantarados à beira rio, à beira do nosso Rio Sousa, com broa de milho, com presunto, com moelas e tantas outras iguarias. E claro, acompanhado de um bom Vinho Verde. Restaurantes como o Moleiro (situado junto ao rio), Vila do Paço, Eles e Elas, Churrasqueira Egas Moniz e Flor da Reta são algumas das referências.
De que forma divulgam a vila e que projetos têm desenvolvido para a promoção do turismo?
Somos a parte de um grande todo. Fazemos parte do Município de Penafiel que, por sua vez, faz parte da Comunidade Intermunicipal Tâmega e Sousa. O nosso território está também integrado no Turismo do Porto e Norte. Estas instituições têm feito o seu trabalho e estamos gratos por isso. Por exemplo, a Rota do Românico é de extrema importância para nós, porque dessa Rota faz parte o nosso Mosteiro. A criação de alojamentos na vila era uma preocupação sendo que, atualmente, já temos algumas de que são exemplos a Casa do Passal e o Solar Egas Moniz.
O que o motivou a candidatar-se ao papel de presidente da Junta de Freguesia?
O que me motivou e o que mais me motiva é cumprir com as promessas que foram feitas na campanha, como é o caso do pavilhão gimnodesportivo, o parque de lazer e o parque infantil. São valências de que ainda não dispomos e que são importantes para a população. Para o parque de lazer já se começou a aquisição de terreno e o projeto para o pavilhão gimnodesportivo já está concluído. A obra vai iniciar-se no próximo ano e deverá estar concluída em 2021. Por outro lado, iremos continuar com o melhoramento das estradas, visto que temos muitas ainda em terra batida e outras em calçada antiga.
Que balanço faz do trabalho realizado pela Junta de Freguesia em 2019?
As obras que fazemos não têm grande visibilidade, nem são de grande envergadura. Para essas contamos com a Câmara Municipal de Penafiel que é o maior parceiro da Junta de Freguesia. A nossa ação, como disse, nem sempre tem grande visibilidade, mas faz a diferença. São pequenas obras importantes para as necessidades dos nossos habitantes. É um trabalho de proximidade com a população. Para os mais idosos temos atividades como o movisénior (ginástica), terapia de reiki para todas as idades e aulas de karaté. A escola de música da Banda Musical de Paço de Sousa também utiliza as nossas instalações para ensaios. Tudo isto é feito em parceria com as mais diversas associações de Paço de Sousa que são fundamentais para a dinâmica da vila.
Mensagem de natal para os nossos leitores e para a população.
À população de Paço de Sousa, desejo que se sintam em casa, que desfrutem dos prazeres de estar no campo e que tenham um Feliz Natal e um próspero Ano Novo, com muita saúde e harmonia. Aos leitores desta revista, reitero os mesmos votos, fazendo-lhes um convite para que venham descobrir ou redescobrir esta vila com história.
Personalidades que marcaram Paço de Sousa:
Já falamos de duas, Egas Moniz e o Padre Américo, que marcaram indubitavelmente a Vila de Paço de Sousa. Nos nossos dias, e em áreas diferentes das referidas anteriormente, Alberto Santos é provavelmente o nome a que mais depressa se faz a ligação a Paço de Sousa. Natural de Paço de Sousa, tornou-se presidente da Câmara Municipal de Penafiel em 2001, cargo que exerceu até 2013. Em 2008 surpreendeu-nos ao revelar a sua veia de escritor publicando “A Escrava de Córdoba”, o seu primeiro romance histórico. Exerce advocacia e é o atual Presidente da Assembleia Municipal de Penafiel. Tornou-se uma das referências da vila pela sua carreira enquanto político e escritor.