Inovações e desafios na Medicina Capilar e Dermoestética

Augusto Guerreiro, Diretor Clínico e CEO da Clínica LHR, partilha a sua paixão pela Medicina Capilar e Dermoestética, desmistificando mitos sobre transplantes capilares e defendendo a importância de planos terapêuticos personalizados e uma abordagem artística para resultados naturais e harmoniosos.

 

 

Augusto Guerreiro, Diretor Clínico e CEO

 

 

O que o motivou a especializar-se nas áreas de Medicina Capilar e Dermoestética, e quais foram os principais desafios que enfrentou?

Desde cedo, sempre tive um interesse especial pela interseção entre ciência, estética e bem-estar. A Medicina Capilar, em particular, chamou a minha atenção porque mexe diretamente com a autoestima das pessoas. A perda de cabelo pode parecer, à primeira vista, apenas uma questão estética, mas na realidade afeta a forma como cada um se vê e, consequentemente, a confiança no dia a dia. Ver o impacto que um tratamento bem-sucedido pode ter na vida de um paciente foi o que me motivou a especializar-me nesta área.

Claro que o caminho não foi fácil. A Medicina Capilar evoluiu muito, nos últimos anos e, ao longo do meu percurso, tive de acompanhar essa evolução, estudando novas técnicas e garantindo que a Clínica LHR se mantinha na vanguarda. Outro desafio tem sido desmistificar conceitos errados sobre transplante capilar. As pessoas, muitas vezes, chegam com receios ou expetativas irreais, e é fundamental esclarecer o que é possível fazer e garantir que cada paciente toma uma decisão informada.

Aliás, uma questão que me fazem, frequentemente, é porque não faço um transplante capilar, sendo eu próprio especialista na área. A verdade é que não sou um bom candidato! Tenho uma alopecia de Grau VII, o que significa que, mesmo que fizesse um transplante, o resultado seria muito limitado. Além disso, sinto-me bem com a minha imagem. E isso é algo que reforço muitas vezes aos meus pacientes: o transplante capilar é indicado para quem não está realmente satisfeito com a sua aparência e quer mudar. Se alguém está confortável com a própria imagem, então não há necessidade de alterar.

Como garantem que cada paciente recebe um plano terapêutico verdadeiramente adaptado às suas necessidades?

Cada pessoa tem um padrão de perda capilar diferente, um tipo de cabelo específico e expectativas próprias. Não acreditamos em soluções padronizadas. O primeiro passo é sempre uma avaliação minuciosa, onde lisamos não só o estado atual do cabelo do paciente, mas também o seu histórico clínico e o que espera alcançar.

Com base nessa análise, desenhamos um plano personalizado. Pode ser um transplante capilar, um tratamento complementar como o PRP, ou até uma combinação de terapias para potenciar os resultados. Além disso, explicamos tudo com total transparência, desde as limitações do procedimento até o que esperar a curto e longo prazo. Esse cuidado faz toda a diferença, porque um paciente bem informado toma melhores decisões e fica mais satisfeito com o resultado.

De que forma a combinação do conhecimento científico com uma abordagem artística na Medicina Capilar e Dermoestética influencia a sua prática diária e os procedimentos que realiza?

A Medicina Capilar não se resume a técnica e conhecimento científico. Há uma componente artística que é essencial para que o resultado seja natural e harmonioso. No transplante capilar, por exemplo, não basta apenas colocar os folículos no couro cabeludo. É preciso respeitar a direção natural do cabelo, a densidade adequada e a distribuição certa para que o transplante fique impercetível. Cada detalhe importa. Pequenos ajustes podem fazer uma grande diferença na aparência do paciente, e esse olhar atento é o que garante um resultado que não só parece natural, mas que respeita a individualidade de cada pessoa.

Sendo a Clínica LHR uma referência internacional, como encara esta responsabilidade e que estratégias adota para manter os mais elevados padrões de qualidade?

É uma grande responsabilidade saber que pacientes de várias partes do mundo escolhem a Clínica LHR para realizar o seu transplante capilar. Isso significa que construímos uma reputação baseada na qualidade e na confiança, e manter esse padrão exige um compromisso constante com a excelência.

O nosso foco está sempre na formação contínua da equipa, na utilização de tecnologia de ponta e, acima de tudo, na experiência do paciente. Queremos que cada pessoa que passa pela clínica sinta que está a receber o melhor acompanhamento possível, desde o primeiro contacto até ao pós-operatório. Para quem vem de fora, oferecemos um serviço completo que inclui apoio logístico, acompanhamento personalizado e um ambiente confortável. Tudo isso faz parte da experiência e contribui para os resultados que entregamos.

Como equilibra a ética médica com as expetativas dos pacientes quando estas não são realistas ou quando um procedimento pode não ser a melhor solução para o seu caso?

A transparência é fundamental. Nem todos os pacientes são bons candidatos para um transplante capilar, e nem sempre o que a pessoa deseja fazer é a melhor opção para o seu caso. O meu compromisso é sempre explicar a realidade de forma honesta e fundamentada.

Muitas vezes, as pessoas chegam com expectativas muito altas ou com imagens de celebridades como referência. O nosso papel é mostrar o que é possível e o que não é, garantindo que a decisão do paciente seja baseada em informação realista.

O mais importante é que cada paciente se sinta confortável e seguro com a sua decisão. A cirurgia capilar não é apenas uma questão estética; é uma escolha que tem de fazer sentido para a pessoa e que deve trazer um impacto positivo na sua vida.

 

 

 

 

 

Como a personalização do tratamento, com base na genética do paciente, pode influenciar a eficácia dos tratamentos capilares disponíveis na Clínica?

A queda de cabelo pode ser influenciada por fatores hormonais, ambientais e, até mesmo, pelo estilo de vida, mas a genética desempenha um papel central. O teste genético capilar é uma ferramenta avançada que permite lisar as variações genéticas de cada paciente e identificar quais os fatores que mais contribuem para a sua queda capilar. Ao termos essa informação, conseguimos criar um plano de tratamento muito mais direcionado e eficaz. Por exemplo, há pacientes que respondem melhor a determinados fármacos, enquanto outros podem beneficiar mais de terapias como PRP (Plasma Rico em Plaquetas) ou suplementação específica. Sem esta personalização, os tratamentos são muitas vezes feitos com base na tentativa e erro. O teste elimina essa incerteza e permite-nos recomendar a abordagem mais indicada para cada caso, aumentando significativamente a taxa de sucesso.

Quais são os critérios médicos essenciais para determinar a elegibilidade de um paciente para um transplante capilar? Quais são os principais fatores que podem comprometer os resultados do procedimento?

O principal critério para determinar a elegibilidade é a presença de uma zona dadora com densidade suficiente. O transplante capilar consiste em redistribuir os folículos capilares saudáveis da zona dadora (geralmente a parte de trás e os lados da cabeça) para as áreas afetadas pela calvície. Se essa zona não tiver cabelo suficiente, o resultado pode ser insatisfatório. Além disso, fatores como a idade, o padrão da queda capilar e a causa subjacente da alopecia também são determinantes. Pacientes muito jovens, por exemplo, podem ter uma progressão imprevisível da calvície e podem beneficiar mais de um plano de estabilização antes de considerar o transplante. Da mesma forma, certas condições médicas, como doenças autoimunes ou alterações hormonais descontroladas, podem comprometer os resultados.

Somos honestos na avaliação e só avançamos com o transplante se soubermos que podemos garantir um resultado de qualidade.

Quais são as tendências que acredita que vão marcar o futuro desta área e como se prepara para integrar essas inovações na Clínica LHR?

A evolução nesta área tem sido impressionante e acredito que os próximos anos vão trazer ainda mais avanços. Estamos a assistir a um grande desenvolvimento nas terapias regenerativas, como o uso de fatores de crescimento e tratamentos celulares que estimulam o crescimento capilar, e que podem vir a ser grandes aliados do transplante capilar. Além disso, a inteligência artificial está a começar a ter um papel importante na análise capilar e na personalização dos tratamentos. Na Clínica LHR, temos a preocupação de acompanhar estas inovações de perto e de integrar as melhores soluções nos nossos protocolos. O nosso objetivo é continuar na vanguarda da Medicina Capilar, garantindo que os nossos pacientes têm acesso ao que há de mais moderno e eficaz. Acima de tudo, o nosso compromisso mantém-se inalterado: oferecer resultados naturais, seguros e personalizados, sempre com um padrão de excelência que faz da Clínica LHR uma referência nesta área. Seja com transplante capilar, terapias complementares ou novas tecnologias que venham a surgir, a nossa prioridade será sempre proporcionar aos nossos pacientes a melhor experiência possível e a confiança de que estão a fazer a escolha certa.

No âmbito da Medicina Estética, como a combinação de técnicas de tomia facial e envelhecimento cutâneo pode melhorar o equilíbrio estético do rosto, sem comprometer a naturalidade dos resultados?

O segredo de qualquer procedimento estético bem-sucedido está no equilíbrio e na naturalidade. A tomia facial muda com o tempo, e a perda de volume, a flacidez e as alterações na textura da pele fazem parte desse processo. Ao combinarmos diferentes técnicas – como preenchimentos dérmicos, bioestimulação de colagénio e harmonização facial – conseguimos restaurar esse equilíbrio sem alterar a essência da expressão do paciente. A abordagem que seguimos na Clínica LHR não é de transformação, mas sim de realce. Pequenos ajustes estratégicos podem suavizar os sinais do tempo, reequilibrar proporções e proporcionar um aspeto mais descansado e rejuvenescido, sem aquele efeito artificial que muitas pessoas temem. Para isso, é essencial um planeamento cuidadoso e uma execução precisa e que respeite as características individuais de cada rosto.

Como funciona a Laserterapia ResurFX no tratamento de manchas, cicatrizes e estrias? E que cuidados pré e pós-procedimento são necessários para otimizar os resultados e minimizar riscos para o paciente?

O ResurFX é um laser fracionado de última geração que atua na pele de forma minimamente invasiva, que estimula a produção de colagénio e promove a renovação celular. O que o torna especial é que consegue tratar a pele de forma eficaz sem causar uma agressão excessiva, o que significa menos tempo de recuperação para o paciente. O mecanismo de ação baseia-se na criação de microzonas de coagulação térmica na pele. Essas microlesões desencadeiam um processo natural de regeneração, o que acaba por melhorar a textura da pele, reduzir cicatrizes e suavizar manchas. Para otimizar os resultados, há cuidados essenciais antes e depois do procedimento. No pré-tratamento, é importante evitar exposição solar direta e suspender o uso de ácidos ou outros ativos que possam sensibilizar a pele. No pós-tratamento, é fundamental usar protetor solar rigorosamente, evitar calor excessivo e seguir as recomendações médicas para hidratação e regeneração da pele. Cada caso é acompanhado de perto para garantir um processo seguro e com resultados satisfatórios.

 

 

 

 

Como funciona a tecnologia do Ultraformer e quais são os tipos de pacientes que mais se beneficiam deste tratamento não invasivo para o rejuvenescimento e firmeza da pele?

O Ultraformer é um dos tratamentos mais inovadores para combater a flacidez e redefinir os contornos faciais e corporais sem necessidade de cirurgia. Ele utiliza a tecnologia de ultrassom micro e macrofocado para atingir diferentes camadas da pele e estimular a produção natural de colagénio. A grande vantagem deste procedimento é que conseguimos tratar desde a camada superficial até à camada muscular, o que proporciona um efeito lifting progressivo e natural. Este tratamento é ideal para pessoas que começam a notar sinais de flacidez e perda de firmeza na pele, mas que ainda não necessitam de um procedimento invasivo, como um lifting cirúrgico. Também é muito eficaz na melhoria da textura da pele e na redefinição do contorno facial e corporal, pelo que pode ser aplicado em áreas como o rosto, pescoço, papada, abdómen, braços e coxas. A grande vantagem do Ultraformer é que o paciente pode retomar as suas atividades imediatamente após o procedimento, pois não há tempo de recuperação necessário. Os resultados começam a ser visíveis após algumas sems, à medida que o novo colagénio é produzido, e continuam a melhorar ao longo dos meses seguintes. Na Clínica LHR, utilizamos o Ultraformer como parte de uma abordagem integrada de rejuvenescimento, associando-o a outras terapias para potenciar os resultados e garantir um efeito natural e duradouro.

De que forma a análise dos telómeros pode orientar a personalização dos tratamentos anti-envelhecimento? Quais são os principais fatores que influenciam a preservação da saúde celular ao longo do tempo?

Os telómeros são estruturas essenciais para a longevidade celular. Funcionam como pequenas “capas” que protegem o nosso DNA e, à medida que envelhecemos, vão-se encurtando. Quando atingem um limite crítico, as células perdem a capacidade de se regenerar e começam a entrar num estado de senescência, o que contribui para o envelhecimento do organismo. A análise dos telómeros permite-nos avaliar a idade biológica do paciente e perceber como está a sua capacidade de regeneração celular. Com essa informação, conseguimos personalizar estratégias para retardar o envelhecimento e melhorar a saúde a longo prazo. Fatores como a alimentação, o stress, a qualidade do sono e a prática de exercício físico influenciam diretamente a preservação dos telómeros. Além disso, terapias específicas, como suplementação antioxidante, otimização hormonal e até protocolos de estimulação celular, podem ajudar a prolongar a vitalidade das células e melhorar a longevidade com qualidade de vida.

Como é que a integração de testes genéticos, terapias hormonais e estratégias nutricionais pode melhorar a gestão de peso e contribuir para a longevidade, reduzindo o risco de doenças relacionadas com o envelhecimento no âmbito da medicina preventiva?

O peso corporal não é apenas uma questão estética; é um reflexo do funcionamento do organismo e um dos fatores mais críticos para a saúde a longo prazo. A abordagem que seguimos na Clínica LHR não se limita à perda de peso, mas sim à otimização da composição corporal – ou seja, reduzir a gordura acumulada de forma saudável, preservando a massa muscular e garantindo um metabolismo equilibrado. O teste genético específico para a nutrição permite-nos perceber como o corpo de cada paciente responde a diferentes tipos de alimentos e quais os nutrientes mais adequados para o seu perfil genético. Essa informação é essencial para definir um plano alimentar verdadeiramente eficaz, evitando dietas genéricas que não funcionam a longo prazo. Além da nutrição personalizada, avaliamos o impacto das hormonas no metabolismo. Desequilíbrios hormonais podem dificultar a perda de peso e aumentar o risco de doenças como diabetes e síndrome metabólica. Quando necessário, recorremos a terapias hormonais para corrigir essas alterações e otimizar os resultados.

Ao integrar todas estas estratégias – genética, hormonas, nutrição e acompanhamento médico – conseguimos um controlo de peso sustentável e, mais importante, uma melhoria significativa da saúde e da longevidade. Afinal, o objetivo não é só viver mais anos, mas sim viver com mais qualidade de vida.

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