Inovação, Diversificação e Compromisso Sustentável

Em entrevista, o Presidente da RODI Industries, Armando Levi, enfatiza o compromisso sustentável da empresa e a importância da diversificação produtiva aliada ao equilíbrio entre funcionalidade e design estético.

Armando Levi, Presidente

A RODI fabrica aros e rodas de bicicleta, bem como lava-louças e acessórios em aço inoxidável. Como a empresa conseguiu realizar esta diversificação e encontrar um equilíbrio entre a funcionalidade e o design estético nos seus produtos?

Sempre foi natural para a RODI diversificar aquilo que é a sua atividade. Começámos nas motorizadas, cuja procura declinou no início da década de 80, e como já tínhamos experiência em produzir aros e rodas para este tipo de veículos, a passagem para as bicicletas foi natural. Quanto aos lava-louças, foi um acaso que surgiu de uma experiência feita numa prensa antiga para depósitos de combustível. Por esta altura, na década de 80, fomos pioneiros Ibéricos na estampagem de lava-louças de duas cubas sem qualquer tipo de soldadura. Já na altura tínhamos o bichinho da criação e muitas vezes da invenção! Nem sempre corre como esperamos, mas é assim que nascem muitas das nossas criações. Hoje em dia, temos uma equipa de Investigação & Desenvolvimento que está em constante crescimento. Queremos apostar na criação de novos produtos e, para isso, é necessária uma equipa capaz de desenhar componentes altamente funcionais. Tanto na cozinha como no ciclismo, os nossos produtos não têm margem para falhar nas mãos do cliente, sendo que mesmo apostando na inovação, a fiabilidade tem de estar em primeiro lugar. Igualmente importante é a estética do produto, pois é um atributo cada vez mais valorizado pelo cliente. Em especial com os lava-louças, podemos torná-lo numa statement piece na cozinha, através do desenvolvimento de um design inconfundível e com destaque. É através desta forma de pensar que já conseguimos arrecadar alguns dos mais prestigiados prémios de design de produto a nível europeu.

Foi atribuído, pelo segundo ano consecutivo, à RODI o estatuto de Inovadora Cotec 2023. Como interpretam esta distinção e qual o impacto que pode ter na marca?

Receber o Estatuto de Inovadora Cotec, pelo segundo ano consecutivo, é um reconhecimento muito positivo para a RODI, que vem validar o nosso plano estratégico e de investimento, e confirmar que estamos no caminho certo. Desde 2020, temos acionado um plano de investimento bastante desafiante, que não seria possível sem o crescimento sustentado da empresa ao longo dos anos, assim como sem o contributo dos nossos stakeholders. Não só queremos apostar na diversificação e criação de novos produtos, como no desenvolvimento tecnológico dos nossos processos. Para isso é necessário construir novas instalações, apostar na profissionalização das nossas equipas, instalar novos equipamentos com tecnologia de ponta, redesenhar processos e layouts de áreas fabris, entre outros. Tudo se resume numa série de projetos ambiciosos que têm como objetivo cimentar a robustez do negócio e potenciar a sua rentabilidade e o seu crescimento sustentado. Acreditamos que, desta forma, não só estamos a trabalhar o potencial da empresa, como a imagem da marca RODI, que tem como bandeira a inovação. São também prémios como estes que potenciam a nossa marca, especialmente no mercado nacional.

A RODI demonstra um compromisso notável com a sustentabilidade. Como a empresa incorpora valores sustentáveis nos processos de gestão e como estes contribuem para o sucesso da RODI?

Os mercados onde a empresa marca presença exigem que a RODI se desafie constantemente, de modo a distinguir-se da sua concorrência, mas também a aplicar as melhores práticas de gestão. A sustentabilidade é um tema relativamente recente em Portugal na ótica empresarial, mas muito importante para os nossos clientes e, portanto, um foco na nossa gestão diária. Todos os anos, a empresa alavanca parte dos seus lucros para soluções amigas do meio ambiente, quer via investimentos em recursos de energia renovável, como em soluções alternativas no fabrico dos seus produtos. O nosso foco anual é diminuir o impacto ambiental das nossas fábricas e melhorar todos os nossos indicadores de sustentabilidade. No que diz respeito à governação e ética, procuramos implementar o estabelecimento de normas que garantam o bem-estar e segurança de todos os nossos colaboradores, assim como incentivem os mesmos a se relacionarem numa base de respeito e colaboração.

A cultura organizacional da RODI é baseada em valores como família, respeito e ambição. De que maneira a empresa pretende continuar a influenciar positivamente a comunidade local e a indústria global?

Desde 1976, data em que o meu pai adquiriu a empresa, a RODI tem vindo a ser construída numa base familiar e de constante contributo para a comunidade em que estamos inseridos. Não só a RODI é gerida por uma família, como emprega muitas outras, algumas que já trabalham connosco há muitos anos. Numa perspetiva de negócio pode parecer algo difícil de gerir, mas do qual nunca abdicámos, pois sentimos um forte sentimento de responsabilidade para com as pessoas que cá trabalham e a nossa comunidade. Como costumo dizer “nunca quisemos sair de Eixo, porque a nossa ligação vai muito para lá daquilo que é a indústria’’. Temos presente uma componente social muito relevante, e enquanto pudermos continuar a apostar na criação de emprego, no desenvolvimento dos nossos colaboradores, e na dinamização de diversas iniciativas sociais e culturais, será sempre aqui. Pensando na indústria a um nível global, acreditamos que são esses mesmos valores, aliados a uma procura constante pela inovação de produto e evolução tecnológica, que tanto nos ajudam a resistir a momentos de maiores oscilações nos mercados, como nos dão uma vantagem competitiva e contribuem para manter a nossa posição de referência.

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