Fullest: Expansão aliada à diversidade, à excelência e à inovação

Gonçalo Fernandes viveu toda a vida dentro do ramo da restauração. A culpa é do pai. Foi através das diversas experiências que foi vivenciando e da sua formação na escola de hotelaria do Estoril que criou uma empresa de sucesso: o grupo Fullest.

 

O conceito ideal

Nos últimos anos, Gonçalo Fernandes, CEO do Grupo Fullest, tem vindo a expandir os seus negócios e a apostar no alojamento local, no turismo e nos eventos. Mas foi pela restauração que se apaixonou há quase 10 anos e, por isso, é aí que tem o seu core business principal. “Temos duas estratégias. A primeira, que adotamos quase desde o início, prevendo o aumento do turismo na baixa de Lisboa, foi começar a investir nesta zona que, sabíamos, viria a ser um grande centro de negócio. Depois de termos consolidado o mercado da baixa, o nosso objetivo foi expandir para as chamadas periferias ou grandes bairros de qualidade, como é o caso de Campo de Ourique, Saldanha, Estoril e, mais recentemente, Cascais onde inaugurámos, dia 8 de dezembro, o Cascais Club”. A expansão para o Porto também tem sido uma aposta ganha e confere à Fullest o estatuto de grupo nacional e não apenas de Lisboa.

“Os espaços aparecem como oportunidades. Depois, com as nossas equipas de arquitetos e decoradores, fazemos estudos intensivos e exaustivos de mercado para escolhermos o conceito”. É na diversidade de conceitos que encontra a motivação para continuar a fazer crescer o volume de negócios e aumentar, consequentemente, as referências em que se inspira e que cria. Explica ainda que “o que é difícil é conseguir aliar o espaço, a gastronomia, o local e o conceito para que exista uma harmonia”.

O grupo Fullest tem no seu ADN uma dinâmica de cross selling que, adianta o empresário, é a única forma de alcançar a “complementaridade em todos os serviços, adequando-nos a qualquer necessidade dos nossos clientes. Começámos com os tours, precisamente porque permitem uma ligação maior entre todas as unidades do grupo. Temos também um benefício para os nossos clientes que lhes permite usufruir de mais do que um dos nossos serviços com desconto”.

Estabilidade para os colaboradores

A Fullest conta, ao fim de nove anos de existência, com mais de 300 colaboradores que dão a cara pelo grupo. “Temos a preocupação constante de oferecer condições aos nossos colaboradores para que eles consigam ter uma vida estável e confortável”, explica. Nos últimos dois meses introduziu-se a política de dois dias de folga por colaborador. “Esta alteração surgiu porque pensamos que eles têm direito a ter uma vida profissional feliz, mas também serem recompensados no plano pessoal. Colaboradores felizes são, certamente, mais competentes e trabalham com mais brio. Nós somos exigentes com eles, mas em contrapartida também temos de dar-lhes condições que os satisfaçam”. Apesar de conhecerem os riscos da sazonalidade, trabalham sempre com a mesma qualidade para que essa taxa diminua, e para que, mesmo nos meses de menos procura, possam manter todas as equipas de colaboradores.

O ‘bem receber’ é, também, uma das preocupações e prioridades. Para isso, foram criados os manuais de procedimentos, que variam de conceito para conceito, e que, aliados aos briefings de comunicação constantes, servem para satisfazer as necessidades dos clientes da melhor forma.

Gonçalo Fernandes fala, orgulhosamente, dos seus espaços referindo que “quem entra nos nossos espaços, sente que tudo foi pensado. A comida, a decoração, o fardamento, a música, tudo é idealizado ao pormenor para que as pessoas se sintam bem. Prova disso mesmo, são os clientes que voltam e que nos avaliam nas diversas plataformas digitais”.

Restauração no Grupo Fullest

O Grupo Fullest tem no seu portfólio 16 restaurantes: La Vita è Bella, Tapas n’ Friends Trindade, Bellalisa Valmor, Tamariz Restaurante Bar, Bellalisa Elevador, Em Alta na Baixa, Tapas n’ Friends Campo de Ourique, Adega de S. Roque, Peixaria do Rossio, Tapas n’ Friends Rossio, Tapas n’ Friends Sé, Tapas n’ Friends Porto, BYF Steakhouse, Bacalhau com Todos, Sol Dourado e Mundo, a que se juntam a Lisbon Meeting, empresa que realiza tours turísticos emblemáticos como o Lisboa-Sintra-Cascais-Lisboa e gere os Fullest Apartments no segmento de negócio do alojamento local.

O CEO do Grupo Fullest fez uma viagem por alguns dos conceitos que oferece, e falou de como vão surgindo ideias e oportunidades. “Todos os conceitos que criamos são distintos, e cada um deles tem o seu público e o seu valor”.

Bellalisa

Elevador foi o segundo restaurante do grupo a ser fundado. A experiência podia até nem ser muita, mas a oportunidade surgiu e a ideia nasceu. Um restaurante que tem uma carta de cozinha internacional aliada à vista fabulosa sobre as sete colinas, a melhor da cidade de Lisboa. É no topo do elevador de Santa Justa que encontramos este belo espaço, requintado, onde podemos deliciar-nos desde que amanhece até ao final da noite.

“Temos uma carta internacional com produtos portugueses, mas que apesar de tudo é uma carta que dá para todos os clientes. É um restaurante onde temos 50 por cento de clientes portugueses e 50 por cento de turistas. Abre às 10 da manhã para servir os pequenos-almoços, e fecha à meia-noite”, explica. A escolha pode recair sobre um de três espaços distintos: esplanada exterior, esplanada de inverno e ainda sala interior. “A gastronomia tradicional portuguesa e os pratos italianos encontram-se numa combinação divinal para quem faz uma pausa no nosso terraço”, garante. É uma paragem obrigatória para beber um cappuccino e tirar fotografias com vista  da cidade, algo que já se tornou um hábito.

Rua Fullest

A rua Fullest surge de forma inesperada e em modo de desafio. Esta capacidade de arriscar e ousar investir tem vindo a dar frutos. O primeiro restaurante a nascer na rua de São Nicolau, em plena baixa de Lisboa, foi o Em Alta na Baixa. Seguiu-se o Bacalhau com Todos e, por fim, o La Vita è Bella. Três conceitos completamente distintos que transformaram por completo esta artéria histórica de Lisboa. Numa rua onde viviam sem abrigo, é hoje possível experimentar a sofisticação da cozinha internacional, os sabores tradicionais da cozinha nacional e o paladar inconfundível da cozinha italiana, tendo sempre por base elevados padrões de qualidade e de bem receber.

Em Alta na Baixa

É um espaço onde se pode disfrutar de uma boa refeição e deixar à porta todos os problemas. Assim que se entra fica-se rendido a tudo o que está à volta, desde a decoração à banda sonora cuidadosamente escolhida. Foi o quarto restaurante Fullest e transformou uma rua de sem abrigo num local de passagem obrigatória. “A rua tem uma pequena inclinação e está a cerca de 100 metros da rua Augusta. O meu pensamento foi: se fizer aqui um restaurante com muita classe, de qualidade e com um conceito único, vai ser espetacular. É um restaurante com dois pisos e com uma esplanada magnífica. Sempre achámos que seria um espaço em que as pessoas iam acabar por passar, parar e experimentar. E assim foi”. A carta é de cozinha internacional, a decoração e o ambiente convidam de imediato a entrar, e o restaurante foi automaticamente um sucesso. “Ninguém imaginava que iria ser assim. Ao lado do restaurante há um hotel, e eles ficaram tão espantados com o que estava a acontecer que nos pediram para expandirmos a nossa esplanada para o espaço deles porque vinha dar ainda mais dignidade ao hotel”.

Bacalhau com Todos

É segundo restaurante de São Nicolau e resultou da aquisição um antigo restaurante que ali existia. “Depois do sucesso do primeiro, tivemos a ideia de começar a expandir a nossa atividade nessa rua, com o objetivo de a tornar a rua Fullest. Surgiu a oportunidade, adquirimos o espaço e criámos este conceito tipicamente português”, explica. Tal como o nome indica, é um restaurante onde o bacalhau é rei. 80 por cento da carta é composta por receitas de bacalhau nas suas mais variadas formas. Mas a oferta contempla também outros pratos de peixe e de carne.

La Vita è Bella

A terceira, e por agora última unidade da rua Fullest, veio ocupar o lugar deixado vago por uma pastelaria. Nasceu, assim, o melhor restaurante Italiano de Lisboa. “Criar um italiano não era suposto ser um desafio, porque a receita baseada em pizzas e carbonaras está mais do que inventada. No entanto, quisemos fazer deste conceito um grande desafio, e decidimos importar o modelo usado em Itália propondo uma carta onde imperam um primeiro prato e um segundo prato”. Para além desta preocupação, Gonçalo Fernandes prende os seus esforços na elaboração de uma decoração pensada ao pormenor. “Todos os objetos que compõe este cenário vieram de Bali, onde o nosso decorador esteve um mês a fazer investigação e onde se inspirou e trouxe as peças ideais para o nosso espaço. Esse detalhe, torna o restaurante único e nunca antes visto em Portugal”. Imprimir qualidade não só pelo menu requintado, mas também pela beleza do restaurante era o objetivo que, uma vez lá dentro, percebemos que foi alcançado.

2017, um ano de sucessos

2017 foi marcado por três importantes conquistas que foram consolidadas no ano em curso de 2018.

Tamariz

100 lugares de esplanada, mais de 100 lugares interiores e capacidade para receber 1.500 pessoas na discoteca, fazem do Tamariz Restaurante Bar e do Tamariz Summer Club um dos maiores desafios já enfrentados pelo grupo. “Depois de fazermos o estudo, percebemos que tínhamos de mudar muita coisa para dar certo. Nós arriscamos. Os objetivos eram aumentar a cotação, a qualidade e diminuir a sazonalidade. É importante para nós que as pessoas digam: ‘Este foi o melhor ano de sempre do Tamariz, o que de facto se verificou’”, assegura. Este sucesso é notório, mas o caminho ainda está longe de terminado. O grupo enfrenta agora um novo desafio que quer ultrapassar. “O Tamariz hoje tem um restaurante de luxo, com uma gastronomia e vista maravilhosas. Pode e deve ser visitado durante todo o ano, e é esse paradigma que queremos alterar e estamos a trabalhar para isso. O Tamariz, ao contrário do que as pessoas historicamente intuem, é muito mais do que noite e vai muito para além do verão”. Um dos primeiros passos a dar para diminuir a sazonalidade é apresentar o espaço como o lugar ideal para o mundo empresarial desenvolver eventos e atividades. Muitos ainda estão a ser pensados, mas o balanço tem sido positivo.

BYF Steakhouse

É uma das meninas dos olhos de Gonçalo Fernandes. O BYF Steakhouse abriu as portas em 2017. “Quisemos fazer uma Steakhouse premium, e, para isso acontecer, a nossa maior preocupação era a qualidade. Para conferir essa qualidade, foi necessário investir em fornecedores de carne de qualidade e no melhor forno do mundo, um Josper, que potencializa ainda mais a elevada qualidade das nossas carnes”, explica.

Estes grandes investimentos têm valido a pena. Foram adquiridas máquinas para fazer a carne descansar, que é um dos segredos para as receitas saírem topo de gama. “Outro dos segredos é que as carnes vermelhas não devem ser temperadas antes de serem cozinhadas, por isso é que criámos algo que consideramos inovador”. A carne vai para a mesa sem qualquer espécie de tempero, e os clientes têm à disposição um jogo de 10 taças de flor de sal misturada com ervas aromáticas e outros sabores para poderem escolher os aromas de que querem disfrutar. Para além disso, os clientes são ainda desafiados a escolher que faca querem usar para cortar a carne, com mais ou menos serrilha e com cabos personalizados. “No fundo, é conferir a esta experiência um toque de diversão, e que torna única cada refeição”.

Mundo

O Mundo, na Rua da Picaria, é um dos melhores restaurantes do Porto e foi o último a juntar-se ao portfólio de 16 unidades do Grupo Fullest. É um restaurante que, por agora, trabalha exclusivamente à noite. “Em janeiro, vamos fazer alterações e uma remodelação. Vamos começar a servir também ao almoço. Vamos fazer obras e vamos ter mais 40 lugares. Vamos criar um jardim de inverno no andar de baixo ao qual vamos chamar ‘Submundo’. Já temos o Mundo e vamos passar a ter o ‘Submundo’, com outro conceito diferente”. O espaço vai sofrer alterações, mas quem o visita vai continuar a encontrar uma gastronomia que representa os cinco continentes. “Era essa diversidade que queríamos transmitir. Funciona como restaurante, mas também como bar, onde os clientes podem ir apenas para disfrutar de uma bebida que compõe a nossa carta de cocktails, conversar com os amigos, ouvir a música do nosso DJ e fazer ali o compasso de espera antes de partir para a aventura da noite. É um restaurante high profile, mas mais descontraído”.

O que ainda está para vir

“2018 foi um ano muito positivo porque conseguimos abrir unidades de muita qualidade e com sucesso. 2019 é para continuarmos a trabalhar com a mesma exigência e qualidade para conseguirmos evoluir”, assegura Gonçalo Fernandes. Aos colaboradores deixa uma mensagem de reconhecimento, garantindo que eles fazem parte do sucesso e que eles são os rostos dos negócios.

2019 reserva, naturalmente, novos investimentos e projetos, e a introdução no mercado hoteleiro. O empresário admite que a sorte não é algo exista por acaso, constrói-se e dá muito trabalho, e é por isso que é preciso ter a perspicácia de saber aguardar a chegada da oportunidade ideal sem comprometer o pilar fundamental do Grupo Fullest que é “servir a excelência todos os dias”.

 

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