EC Travel: “A EC Travel é uma lição de vida”

Já lhe chamaram o Mourinho do Turismo e o epíteto assenta bem. Eliseu Correia criou a EC Travel em 2010, numa altura em que tudo, desde o mercado às expectativas de compra no setor do turismo, estava em queda acentuada. Com base na confiança que tinha granjeado ao longo dos anos a trabalhar neste setor, no profissionalismo da sua equipa – a quem apelida de Galáticos – e no slogan ‘fazer mais, com menos e mais rápido’, Eliseu Correia conseguiu criar uma filosofia dentro da empresa que a fez ser, por várias vezes, PME Líder e Excelência, ganhar repetidamente o Prémio de Melhor PME na área de Serviços e ser distinguida como uma das melhores empresas para trabalhar em Portugal.

Numa conversa intimista, o CEO da empresa explicou o porquê de ter investido numa empresa própria, e as razões que o levaram a fazê-lo, após mais de 20 anos a trabalhar no setor do turismo.
“Há pessoas que são empreendedoras e criam logo a sua empresa, dispensando a necessidade de trabalhar para outros, mas comigo não foi assim. Comecei a trabalhar em restauração, quando ainda era adolescente e depois enveredei pela área do turismo. Trabalhei durante algum tempo numa empresa de aluguer de viaturas, onde tinha um bom salário e um bom ambiente de trabalho, mas a verdade é que aquele trabalho já não me preenchia. Foi por isso que arrisquei e fundei a EC Travel”.

Uma empresa única
A EC Travel é uma DMC (Destination Management Company), uma empresa de incoming, cujo posicionamento no mercado a distingue das restantes empresas do setor. “Quando quis fundar a empresa, tinha de perceber se havia espaço no mercado para mim e posicionei-me como sendo uma empresa média, no setor das DMC. Existem as empresas muito grandes e as muito pequenas, e depois existe a EC Travel. Não há mais nenhuma igual, porque queremos ter como clientes aqueles operadores que ainda não são muito grandes, mas que querem crescer. O nosso slogan é ‘fazer mais, com menos e mais depressa’, para conseguir combater precisamente as dificuldades sentidas por DMC maiores, que têm um serviço mais lento, dada a sua dimensão, e oferecer preços mais competitivos, porque temos mais capacidade de compra, que é algo que as DMC mais pequenas não conseguem ter”.
A empresa de Eliseu Correia não efetua serviços para retalhistas ou para o consumidor final, apenas vende pacotes de serviços a operadores turísticos offline e online, grossistas, que depois os vendem a retalhistas e consumidor final: “um operador estrangeiro vem falar comigo e pede-me 400 hotéis, sendo que 100 seriam no Algarve, outros 80 noutra região do país e outros noutros lugares do país. Além disso, pede-me também que, destes hotéis, 150 sejam de cinco estrelas, 50 de quatro e 200 de três estrelas. O que a minha equipa faz é construir um pacote que respeite estas especificações e vender-lho”. Para isso, a EC Travel investe anualmente cerca de três a quatro milhões de euros em compra de camas, em todos os locais em que está presente. “A EC Travel nasceu e cresceu no Algarve, mais propriamente em Faro, pela proximidade com Montenegro, que é a minha terra, tendo-me mudado para Olhão há quatro anos, por isso é natural que o peso da operação esteja concentrado aqui, mas estamos presentes, fisicamente, na Madeira, em Lisboa e no Porto, e estes três últimos mercados estão em franca ascensão, face ao algarvio, que já não tem muito mais por onde crescer”.

“As pessoas são 90 por cento do sucesso da EC Travel”
Quando Eliseu Correia criou a empresa, quis criar uma filosofia de trabalho muito própria, deixando de fora tudo aquilo que tinha aprendido de errado: “trouxe para a empresa valores como a amizade, a transparência, a honestidade, o respeito e a proximidade entre as pessoas. Eu não sou ‘patrão’, sou quem atrai as atenções para que a minha equipa possa trabalhar à vontade. Somos uma família e aqui ninguém fica para trás. Estou sempre disponível para os defender”.
A equipa da EC Travel tem, no total, 21 pessoas, mas o CEO deixa claro que a empresa é muito maior que isso. “A EC Travel é feita daqueles que aqui trabalham todos os dias, e que são os meus Galácticos, mas também daqueles que confiaram em nós desde o início, e nos apoiaram para podermos crescer. Temos a obrigação de retribuir à sociedade aquilo que ela fez por nós e é por isso que a responsabilidade social é tão importante”.
A EC Travel apoia em permanência mais de 13 causas sociais, nas áreas do desporto, da cultura, do apoio social a crianças e idosos e na saúde: “vamos ter agora a MamaMaratona, em conjunto com a Associação Oncológica do Algarve, da qual somos patrocinadores e apoiamos repetidamente pessoas que precisam de ajuda para tratamentos caros e indispensáveis, aquisição de equipamentos de saúde e cadeiras de rodas, por exemplo. A responsabilidade social faz parte da filosofia da EC Travel e os próprios colaboradores trazem-nos casos para ajudarmos”. Como explicação para este empenho, Eliseu Correia lembra um acordo que fez com Deus: “combinei com Ele que, caso a empresa tivesse sucesso, que uma parte desses lucros seria destinado a ajudar quem precisav, porque acredito que aquilo que nos sobra, faz falta a alguém. Ele tem cumprido a parte Dele, e eu também”.
Frenético, Eliseu Correia pensa e faz acontecer muito rápido. “Às vezes, tenho que me desculpar com a minha equipa, porque eu acredito que eles estão a perceber o meu raciocínio quando, na verdade, eu só lhes disse metade. Tenho necessidade de viver, de fazer acontecer. Percebi, depois de perder a minha mãe quando tinha 14 anos, de forma repentina, que a vida não avisa quando vai acabar, por isso enquanto cá estiver quero garantir que faço tudo o que posso e que não deixo nada por dizer. Falo com Deus todos os dias, para ver se ele me dá mais um dia para continuar a realizar projetos”.
Com oito anos completos, a EC Travel já venceu todos os prémios possíveis, nomeadamente os de PME Líder e Excelência, e já por várias vezes foi considerada a melhor PME de Serviços e uma das melhores empresas para trabalhar. Para Eliseu Correia, o fundamental é que isso não deslumbre a equipa, nem lhes permita facilitar. “Podemos sempre melhorar, e trabalhamos todos os dias para continuar a crescer. O ano passado faturámos 33 milhões e temos crescido desde que nascemos. Este é o nosso caminho”.

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