Diretores de Recursos Humanos precisam de adquirir novas competências para enfrentar o futuro

Nuno Arruda, Head of Sales and Client Management da Willis Towers Watson em Portugal

A consultora Willis Towers Watson, em conjunto com a HR People + Strategy, realizou um estudo, junto de mais de 500 diretores de Recursos Humanos, com o objetivo de analisar as mudanças necessárias para o desenvolvimento e crescimento da próxima geração de responsáveis de Recursos Humanos, nas organizações.

 

Uma das principais conclusões do estudo realizado é que a maioria dos Diretores de Recursos Humanos (CPO’s) tem consciência de que necessitam de novas competências para desempenhar as suas funções em pleno século XXI, mas poucos estão preparados, apontando como razões principais a falta de desenvolvimento profissional e investimento por parte da direção de topo das empresas.

Os especialistas recomendam o desenvolvimento de competências digitais e o reskilling necessário para responder aos novos desafios laborais. No futuro, os CPO’s necessitarão de competências diferentes das que têm hoje e, para isso, precisam de ter programas de desenvolvimento que lhes permitam evoluir.

 

Para enfrentar este cenário, o estudo identifica cinco imperativos:

  1. Potenciar a agilidade organizativa: 99 por cento dos inquiridos acreditam que os CPO’s devem ter agilidade e coragem para evoluir. No entanto, apenas 35 por cento consideram que estão preparados para responder à complexidade que a sua função adquirirá no futuro. Será necessário promover formas de trabalho mais ágeis para garantir que a organização e os recursos humanos possam responder a um ambiente empresarial em constante mudança.
  2. Impulsionar as competências digitais: apenas 36 por cento dos participantes no estudo estão dispostos a considerar a utilização da tecnologia como parte do seu trabalho no futuro; e apenas um quarto – 26 por cento – afirma ter as ferramentas e o conhecimento necessários para considerar o uso de novas tecnologias. As capacidades digitais necessitam de ser desenvolvidas e entendidas como críticas, assim como o conhecimento acerca de como aplicar a tecnologia digital e a automação no trabalho. Será essencial compreender a forma como a tecnologia está a mudar a natureza do trabalho e como as tarefas administrativas e operacionais podem ser libertadas para permitir o foco em atividades de maior valor.
  3. Reinventar-se através de formação e reskilling: embora 94 por cento considerem uma prioridade passar da formação pontual para uma aprendizagem contínua, apenas 18 por cento estão preparados para formar os seus funcionários. Os participantes do estudo também destacam que existe muita margem para melhorar o reskilling. Apenas 43 por cento dos entrevistados em geral e 31 por cento dos CPO’s em particular têm uma opinião favorável sobre o progresso da sua organização na transição da formação pontual para a aprendizagem contínua. O trabalho está a ser desconstruído em tarefas fundamentais que são atribuídas ao recurso ideal para a sua realização (por exemplo, automação, parcerias, freelancers etc.) e o restante é consolidado em trabalhos reinventados. A natureza do trabalho está em constante evolução e isso afeta diretamente as competências necessárias para o realizar. Desta forma, as empresas devem equipar os seus diretores de RH com formação prática para que saibam gerir continuamente as mudanças, ajudando-os a ser mais versáteis e a adquirir competências complementares.
  4. Cultura inclusiva para potenciar a liderança: os CPO’s devem posicionar a cultura inclusiva como um imperativo comercial e não como uma iniciativa de Recursos Humanos. No entanto, o estudo da Willis Towers Watson identifica uma lacuna entre os CPO’s e os CEO’s em relação ao seu progresso nessa área. 79 por cento dos CEO’s têm uma visão favorável em comparação com os 49 por cento dos CPO’s. Será necessário repensar a cultura, a transparência, a proposta de valor dos colaboradores e a liderança para liderar pessoas em organizações cada vez mais fluidas, onde o talento é orientado para inovar e sente-se parte de um propósito comum.
  5. Impulsionar a ciência dos dados: o estudo também destaca lacunas nas áreas de análise de dados e ciência da decisão. Apenas 8 por cento indicam ter dados agregados estrategicamente, relevantes e fiáveis, e menos de um terço – 31 por cento – afirma ter pessoal para os traduzir em conhecimento útil. Os profundos conhecimentos empresariais que os RH adicionaram ao uso de métodos preditivos de análise e pensamento comportamental, bem como o uso de modelos de risco baseados em tecnologias como Inteligência Artificial, serão fundamentais para os CPO’s demonstrarem o impacto das decisões sobre talento no desempenho e crescimento da empresa.

 

De acordo com Nuno Arruda, Head of Sales and Client Management da Willis Towers Watson em Portugal, “à medida que o ritmo da inovação e das mudanças tecnologias acelera, os CPO’s terão que se reinventar. Com a disrupção que estamos a enfrentar, as organizações vão precisar de líderes de Recursos Humanos fortes e visionários, capazes de pensar na política de pessoas e talentos e de trabalhar com a direção na estratégia empresarial. Infelizmente, como mostra o nosso estudo, a maioria dos CPO’s ainda não está preparada para isso”, finalizando “embora não tenham de ser peritos em tecnologia, os CPO’s devem entender como a evolução tecnológica pode ter um forte impacto no trabalho e nos Recursos Humanos, perseguir estes cinco imperativos que destacam as competências, os comportamentos e as experiências de que necessitarão para gerir o ambiente de trabalho em constante mudança”.

 

Saiba mais em https://www.willistowerswatson.com/pt-PT

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