CHEP: Tecnologia e Inovação direcionam o futuro

Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade foram o mote para a entrevista exclusiva com Ana Paula Sardinha, country manager da CHEP Portugal, que sublinhou a importância crescente das soluções digitais na melhoria de eficiência das cadeias de abastecimento e, simultaneamente, no reforço das práticas de sustentabilidade nas operações.

 

 

Ana Paula Sardinha, Country Manager

 

 

Como é que a CHEP utiliza a inovação e a tecnologia para promover a sustentabilidade nas suas soluções de cadeia de abastecimento?

A CHEP entende que uma empresa que opera no setor da logística deve ter uma enorme responsabilidade para com o planeta, tornando-se imperativo procurar fórmulas inovadoras para reduzir o impacto das operações e criar modelos verdadeiramente sustentáveis. Neste sentido, a digitalização desempenha um papel fundamental no reforço desta premissa, de modo a que existam sinergias que contribuam para tornar os nossos clientes muito mais eficientes, inovadores e sustentáveis.

A título de exemplo, as soluções tecnológicas tornaram-se um forte aliado na proteção dos ativos da CHEP. A necessidade de rastreabilidade e a implementação de soluções tecnológicas, como sensores de localização e dispositivos GPS, ajudam a melhorar a visibilidade e o controlo das paletes em trânsito, reduzindo assim a perda de paletes, o que acaba por reduzir também o impacto ambiental.

Ao longo dos últimos anos, a automatização e a mecanização das operações da CHEP traduziram-se, por exemplo, na transformação dos processos de inspeção e reparação, com ganhos notáveis não só em termos de eficiência, mas também em termos de segurança. Paralelamente, a adoção de tecnologias como a robótica ou a utilização de algoritmos inteligentes para gerir o big data recolhido diariamente pela CHEP, ajudam a melhorar a eficiência operacional e proporcionam uma maior redução de custos e uma melhor experiência do cliente.

Em suma, a combinação de tecnologia de ponta nos Centros de Serviço da CHEP e nas nossas operações e formas de trabalhar, aliada a uma vasta experiência e conhecimento da marca, permite-nos oferecer serviços abrangentes de cadeia de abastecimento, sempre com foco na qualidade das paletes colocadas no mercado e na circularidade dos nossos ativos.

 

Como é que o modelo de negócios da CHEP, baseado em “Partilha e Reutilização”, contribui para a eficiência ecológica das cadeias de abastecimento?

Começaria por dizer que o modelo de “partilha e reutilização” da CHEP é intrinsecamente sustentável. Estamos a contribuir para a eficiência ecológica das cadeias de abastecimento desde a nossa criação, há mais de 70 anos, quando o conceito de “economia circular” ainda nem sequer existia.

Ao partilhar, reparar e reutilizar constantemente as nossas paletes e contentores, estamos a contribuir para a redução dos resíduos, da madeira e das emissões de CO2 nas cadeias de abastecimento dos nossos clientes. E, no entanto, estamos sempre a esforçar-nos por encontrar novas formas de colaboração, indo além das nossas paletes e oferecendo serviços como as Soluções de Transporte Colaborativo para eliminar quilómetros vazios, reduzir custos e complexidade e acelerar cada parte da componente logística, tornando-a de facto mais eficiente, tanto operacional como ecologicamente.

Como pioneira da economia circular, a CHEP criou uma das empresas de logística mais sustentáveis do mundo, com uma oferta baseada em soluções logísticas reutilizáveis, mais eficientes e sustentáveis, em alternativa às soluções de utilização única.

 

Quais são os principais desafios tecnológicos enfrentados pela CHEP na implementação e manutenção de uma rede eficiente de partilha de paletes e contentores?

A gestão de dados, gerados por mais de 350 milhões de paletes em todo o mundo, pode ser um grande desafio. Mas é possível fazê-lo se trabalharmos com as competências e ferramentas corretas. Para além dos dados, a necessidade de colaboração entre diferentes parceiros, incluindo concorrentes, é outro desafio, no sentido em que é necessário garantir sinergias entre todos. Sendo um parceiro neutro entre estes intermediários, a CHEP tem a posição e os meios para facilitar estas colaborações.

 

Como é que a CHEP utiliza a tecnologia para otimizar a gestão de inventário e logística dos seus clientes? Existem exemplos específicos de soluções tecnológicas que a empresa oferece nesse sentido?

Com a chegada da era digital na última década, a CHEP conseguiu dar forma ao big data, graças a diferentes soluções concebidas pela BXB Digital, uma empresa também pertencente à nossa empresa-mãe, a Brambles, especializada em tecnologias digitais aplicadas à nossa atividade.

Estas novas tecnologias permitem, por exemplo, melhorar a visibilidade dos ativos na cadeia de abastecimento, reduzindo as ineficiências que, em última análise, se traduzem em poupanças de tempo, dinheiro e recursos para as grandes empresas de bens de consumo.

Ao combinar paletes e contentores com tecnologia, a CHEP pode acompanhar a cadeia de abastecimento através de dados quase em tempo real, ajudando os principais fabricantes e retalhistas a identificar “estrangulamentos”, melhorar a segurança e a rastreabilidade dos produtos, fazer previsões e tomar decisões mais inteligentes e sustentáveis.

 

Podemos considerar que a CHEP está na vanguarda da inovação em termos de design e manufatura de paletes e contentores reutilizáveis. Como é que a empresa procura continuamente melhorar os seus produtos em termos de sustentabilidade e eficiência?

Procuramos inovar no mercado através da oferta de produtos que permitam uma eficiência cada vez mais personalizada em cada caso, garantindo sempre a qualidade e robustez destes bens. Sendo uma empresa com a sustentabilidade no seu ADN, a análise das matérias-primas destes produtos é crucial e materializa-se na apresentação de novas soluções com uma percentagem considerável de recursos reutilizados, como é o caso do quarto de exposição Q+, que é circular por design, corporizando os princípios fundamentais de partilha e reutilização que definem o modelo de negócio da CHEP, uma vez que é inteiramente fabricado com resíduos pós-consumo. Para além das suas credenciais de sustentabilidade, o Q+ distingue-se por características como o Blue Click®, um sistema patenteado de ligação de cartão que reduz o tempo de co-embalagem, proporciona estabilidade e minimiza os danos nos produtos que podem ocorrer durante o transporte de expositores de cartão pré-preenchidos para a loja.

Um outro exemplo é o novo contentor dobrável ZirConic®, uma inovação muito aguardada no segmento de equipamentos de “partilha e reutilização” para produtos secos, feito a partir de 97% de resíduos plásticos pós-consumo. Para além do fator ecológico, o design do contentor ZirConic® dá prioridade a melhorias em termos de ergonomia e segurança para os clientes, incorporando várias características inovadoras de design para facilitar os processos e operações manuais e automatizados.

Quais são os principais critérios utilizados pela CHEP para avaliar a qualidade e durabilidade das suas paletes e contentores reutilizáveis?

Através de uma operação totalmente automatizada, as paletes CHEP são constantemente inspecionadas quanto a defeitos, danos ou contaminação, satisfazendo sempre a procura constante. Quando uma palete chega ao fim da sua vida útil e já não pode ser reparada, é 100% reciclada.

 

Como é que a CHEP utiliza a análise de dados e a inteligência artificial para otimizar as suas operações e proporcionar um melhor serviço aos clientes? Existem exemplos concretos de como é que essas tecnologias são aplicadas na prática?

Enquanto empresa líder no setor da logística, as soluções digitais têm uma importância crescente na melhoria de eficiência das cadeias de abastecimento e, simultaneamente, no reforço das práticas de sustentabilidade nas operações. Por exemplo, através das nossas Soluções de Transportes Colaborativos, utilizamos análises avançadas de dados para identificar sinergias de transporte com os clientes e entre eles, otimizando o espaço de carga e reduzindo as emissões de carbono ou incentivando a colaboração entre as partes interessadas da cadeia de abastecimento.

Para além das sinergias, a CHEP lançou o “projeto Predict” há um ano para iniciar uma abordagem orientada por dados à recuperação de activos. Utilizando tecnologia de Machine Learning combinada com dados recebidos de fabricantes, transportadoras e clientes retalhistas, é possível desenvolver uma série de algoritmos que criam tarefas semanais para os agentes nos centros de serviço.

A CHEP também disponibiliza um sistema Track & Trace para rastrear dispositivos e evitar a sua perda ao longo das cadeias de abastecimento. Estes dispositivos permitem aceder a informações como a localização e o estado das paletes e contentores à medida que se deslocam na cadeia de abastecimento.

 

Como é que a CHEP está preparada para lidar com os desafios futuros no campo da inovação e tecnologia, especialmente considerando as exigências crescentes por soluções mais sustentáveis e inteligentes nas cadeias de abastecimento?

A CHEP está atenta a todos os desenvolvimentos que ocorram no campo da inovação e tecnologia que nos permitam melhorar as nossas operações ou ganhos de eficiência competitiva no mercado, como tem sido evidente na nossa trajetória até agora. Estamos constantemente à procura de novos talentos e de competências que possibilitem materializar a nossa estratégia.

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