Casino Portugal adquirido pela multinacional espanhola Cirsa

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A empresa multinacional Cirsa conclui recentemente a aquisição de 68% do Casino Portugal, um dos operadores de maior relevância no mercado português de jogos de casino e apostas desportivas online.

Este é assim mais um movimento desta multinacional baseada em Espanha, na procura de continuar a expandir-se no mercado global, ganhando presença em solo português, onde a empresa vê um tremendo potencial.

Plataformas como a Fraudes.pt estão atentas a este tipo de operações, avaliando todo o processo de transação e dando informações relevantes sobre as grandes novidades no setor do jogo e entretenimento, tal como acontece nesta consecução.

 

Processo de aquisição que iniciou em 2024

O processo de aquisição por parte da Cirsa iniciou-se nas primeiras semanas de setembro, tendo a Autoridade de Concorrência recebido uma “notificação de operação de concentração”.

Assim sendo, a Cirsa passaria a controlar exclusivamente a SFP Online, sendo que esta era anteriormente detida por duas sociedades portuguesas – Sociedade Figueira Praia, S.A. e a Local Gate, Lda.

A Sociedade Figueira Praia está filiada ao grupo Amorim Turismo, que também faz a gestão do Casino da Figueira, na Figueira da Foz. Enquanto a Local Gate, é uma filial liderada por Jorge Gonçalves e António Couceiro Laranjo.

Estas duas empresas continuariam a deter uma percentagem de capital social na SFP Online, que mais adiante se revelaria ser na casa dos 32%.

A celeridade de todo o processo, que demorou cerca de dois meses a ser concluído, é uma prova que esta foi uma transação sem grandes obstáculos, sobretudo devido a todas as condições serem preenchidas sem grande dificuldade.

A 20 de dezembro, após a receção das aprovações regulatórias sobre anti competição e locais de jogo, todo o processo foi finalizado e tornado efetivo.

 

O domínio da Cirsa e a expansão global

O gigante espanhol do setor de jogo mantém a sua política de aquisições sobre empresas nacionais, para expandir o portfólio um pouco por todo o mundo.

Já no verão passado, a Cirsa tinha garantido a integração da empresa peruana “Apuesta Total”, adquirindo 70% dos seus direitos, um valor bastante significativo já que esta tem uma forte presença no continente sul-americano.

Faturando mais de 100 milhões no último ano, o Apuesta Total é assim um parceiro de luxo, contando com 19 casinos, 70 casas de apostas e mais de 3000 máquinas disponíveis em espaços físicos.

A empresa catalã controlada pela gestora Blackstone continua a dar assim passos para entrar em diferentes segmentos globais, aproveitando a sua estratégia de fusões e aquisições, com especial foco nos jogos online, para crescer significativamente.

É importante recordar que estamos a primeira empresa que entrou neste setor em Espanha, estando atualmente a registar lucros impressionantes, sendo que no último trimestre obtiveram mais de 173 milhões de euros.

 

Casino Portugal ao encontro do crescimento da Cirsa

O Casino Portugal entrou no mercado nacional em 2017, dois anos após a legalização do jogo online em Portugal, sendo uma das plataformas de referência no país atualmente e com uma receita bruta prevista que ultrapassou os 15 milhões de euros em 2024. Em comparação, a Cirsa roçou os 2 mil milhões em 2023, sendo este apenas mais um foco estratégico num mercado em ascensão.

Atualmente o Casino Portugal conta com mais de 900 slots disponíveis, sendo que também são o único casino online português que, relativamente aos jogos de mesa, disponibiliza bacará para os seus utilizadores.

Segundo o Portal da Queixa, o índice de satisfação encontra-se nos 68% no mês de março de 2025, números muito perto do top cinco em Portugal neste momento.

É importante referir que em Portugal existem 17 operadores licenciados e regulamentados pelo SRIJ, sendo ainda um mercado onde, apesar da competição existente, ainda se procura potenciar um maior desenvolvimento no futuro.

 

 

Cirsa com previsão de entrada na bolsa

A Cirsa registou um aumento de 11% no lucro operacional face ao ano anterior e, tendo em conta a situação financeira saudável, o próximo passo da multinacional parece ser mesmo entrar na bolsa de valores.

A ideia partiu do fundo de investimento Blackstone, cuja prioridade é realizar uma oferta pública inicial à Bolsa de Madrid na casa dos 700 a 1000 milhões de euros, por meio de uma combinação de ações existentes.

No entanto, o mesmo processo foi adiado em março desde ano, devido à instabilidade que os mercados financeiros vivem atualmente, sobretudo pelas tensões comerciais à escala global e à incerteza das tarifas impostas pelos EUA.

Todo o contexto de incerteza e negatividade existente fez com que a Blackstone adiasse esta entrada, sendo que tem um período de quatro meses a partir de fevereiro deste ano para concretizar a operação.

Este seria um passo gigantesco para a Cirsa, que veria assim com a entrada na bolsa um crescimento sustentado em várias possibilidades:

  • Recolha de capital para investimentos
  • Redução da dívida existente
  • Criação de maior liquidez para a Blackstone
  • Maior aproveitamento da expansão do jogo online

Todas as opções teriam um impacto direto também no Casino Portugal, já que esta é uma plataforma presente no portfólio da Cirsa.

 

Futuro risonho para ambas as jurisdições

A Cirsa entra assim como um “player” importante no mercado português, marcando presença atualmente em 10 países globalmente, aproveitando uma altura em que este setor se revela como um dos de mais rápido crescimento em toda a Europa,

É importante realçar que, segundo os números mais recentes do SRIJ, são mais de 4,7 milhões de jogadores registados em Portugal no último trimestre de 2024, um crescimento que ronda os 15% relativamente ao mesmo período no ano anterior.

Relativamente à receita bruta são mais de 323 milhões, o que representa um aumento de 21,3%, face ao terceiro trimestre de 2024.

Estes são números muito interessantes para o mercado nacional e que demonstram o porquê de este processo de aquisição ser tão apelativo para a Cirsa, que vê o potencial futuro da sua presença em solo português.

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