Figueira: única no verão e no inverno

Dr. Pedro Santana Lopes, Presidente

A Figueira da Foz é o Município da Região Centro com mais bandeiras azuis atribuídas a praias costeiras, num total de dez. Em entrevista à Business Portugal, Pedro Santana Lopes, Presidente da Câmara Municipal, salienta as singularidades que tornam a Figueira única, quer no verão e no inverno.

Qual é a importância para o concelho de possuir dez praias galardoadas com a Bandeira Azul?

É inequívoca a importância do concelho possuir dez praias galardoadas com a Bandeira Azul, pois significa que somos um concelho empenhado na sustentabilidade do turismo, por reunirmos critérios de natureza ambiental que evidenciam a nossa responsabilidade social para assegurar o respeito pela segurança, conforto e informação de quem frequenta as nossas praias. Sem esquecer, claro, a repercussão a nível internacional deste galardão por ser reconhecido como um Ecolabel, pela Comissão Europeia e pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente.

 

Buarcos, Cabo Mondego, Costa de Lavos, Cova Gala, Cova Gala-Hospital, Figueira da Foz-Relógio, Leirosa, Murtinheira, Quiaios e Tamargueira são as praias distinguidas. Quais as principais características que destaca de cada uma delas que possa deslumbrar quem as visita?

Há uma característica que é transversal a todas as praias, a beleza que as mesmas encerram, em termos específicos, vou limitar-me a indicar apenas uma característica de cada uma delas:

Buarcos: conjuga um areal extenso, onde a prática de desportos de praia é uma realidade, a par do «Projeto Mais Mobilidade, Praia Segura para Todos», onde uma equipa permanente e exclusiva de dois nadadores-salvadores e uma cadeira anfíbia, conduzem veraneantes com mobilidade reduzida a tomar banho em segurança, sem esquecer a bonita baía que ali se forma, ao abrigo das Muralhas de Buarcos.

Cabo Mondego: Para além de ser uma praia integrada na Área Protegida do Monumento Natural do Cabo Mondego, é muito apreciada para algumas atividades desportivas. Note-se que é nesta praia que nasce a onda mais comprida da Europa e que, em dias de maré baixa, nas poças de maré formadas nas cavidades rochosas. é perfeita para os mais novos brincarem e conhecerem a vida marinha local.

Costa de Lavos: é uma praia perfeita para quem procura algum recato e tranquilidade, também apreciada pelos adeptos de desportos de água e por todos, em geral, aquando da reprodução de uma tradição piscatória: a famosa arte xávega.

Cova Gala: Uma praia para relaxar com privacidade. Dividida por dois esporões e pontões, oferece um mar mais tranquilo, com bonitos recantos para os veraneantes que procuram zonas menos frequentadas.

Cova Gala-Hospital: a quietude nas águas que resulta do facto da praia estar dividida por pequenos pontões que delimitam a agradável extensão de areia.

Figueira da Foz-Relógio: A praia com a icónica Bola de Nívea, apresenta, para além dos passadiços, no presente ano, uma viatura que transporta os veraneantes, encurtando distâncias, não esquecendo a Piscina Insuflável este ano instalada para delícia dos mais novos, dos 4 aos 14 anos.  Saliente-se que a Praia da Claridade, que percorre a Avenida 25 de Abril e a Avenida do Brasil, apresenta o areal de maior extensão urbana.

Leirosa: Esta praia é por excelência tranquila, com uma imensidão de areia, boas ondas para o surf e um refrescante pinhal frondoso.

Murtinheira: A praia que nos oferece um cenário único de beleza intacta onde a natureza e o mar se tocam, sem esquecer a riqueza dunar selvagem que a envolve. É uma praia muito popular entre adeptos da prática de surf e bodyboard.

Quiaios: A praia ideal que combina mar, natureza, família e divertimento, onde as ondas são um convite constante à ação, sem esquecer que fica inserida na Mata Nacional das Dunas de Quiaios.

Tamargueira: Praia para os apreciadores do sol, do mar e para aqueles que não dispensam o convívio entre amigos e família. Muito procurada por abrigar nas suas rochas uma grande quantidade de seres vivos como cracas, lapas e mexilhões.

 

Que tipo de ações têm sido desenvolvidas nas praias para cumprir com os critérios da Bandeira Azul e que no fundo foram cruciais para alcançar as recentes distinções?

O nosso serviço educativo programou um conjunto de atividades sobre o mote em causa, direcionadas a crianças de várias idades e que passaram e passam, pois ainda há atividades em curso, sujeitas a inscrição, por estarmos em período de férias letivas, por sensibilizar os mais novos para a importância de protegermos as nossas praias, conservando-as limpas. Desde logo, idas à praia para recolha de lixo e consciencialização do que não se deve fazer quando se frequenta uma praia; visualização de filmes seguidos de interessantes debates com esse público tão perspicaz sobre a poluição dos oceanos; workshops sobre a importância da preservação dos ecossistemas, alguns deles, atualmente, em curso no programa «Férias na Biblioteca». Tudo isto, tendo sempre presente uma verdade que, hoje já aceitamos como uma verdade de La Palisse, os mais novos assimilam fortemente o que apreendem nestas ações de educação ambiental, sendo os próprios os promotores de hábitos, gestos e atos cometidos pelos próprios familiares.

Quais são as expectativas para o verão deste ano, em termos de turistas e repercussões económicas, após dois anos de limitações?

As expetativas são positivas, mas resultados “só no final do jogo”. Tivemos, recentemente, um evento que trouxe milhares de visitantes à cidade e que, em termos de hotelaria, excedeu as expetativas. Fomos considerados pela Jetcost como a cidade do país mais procurada no mês de julho, a seguir a Porto Santo, o que por si só nos leva a inferir que a Figueira está no bom caminho em termos de procura turística. Temos e vamos continuar a investir em campanhas publicitárias que levem o nome da Figueira não só ao país, mas ao mundo. “Figueira, tu és única”, no verão e no inverno. Face ao exposto, estamos crentes que as repercussões económicas vão ser muito positivas e tudo continuaremos a fazer para que assim o seja, trabalhando e consolidando projetos para “fazermos o que ainda não foi feito”: Figueira como destino turístico anual.

 

 

Além das praias com o selo da excelência das zonas balneares, que outros motivos destaca para uma visita à Figueira da Foz?

Desde logo o património, não só edificado e historicamente tipificado, como o património enquanto conjunto de aspetos que integram a cultura deste concelho e são verdadeiros ex-líbris (Casa do Paço; Forte de Santa Catarina;  Bairro Novo e Casino; Parque das Abadias; Museu Municipal Santos Rocha; Palácio Sotto Mayor; Paço de Tavarede; Núcleo Museológico do Sal; Marginal, desde a Torre do Relógio até Buarcos, em tempos uma aldeia piscatória, mas integrante da cidade, conservando ainda assim um ambiente próprio, mais tradicional; o Centro de Artes e Espetáculos; Ruas, algumas delas exclusivamente pedonais, com edifícios com fachadas cheias de história…). Depois a restauração, cuja oferta é rica e diversificada, onde o peixe da nossa costa é rei na mesa e onde a qualidade de oferta é cada mais elevada, sem esquecer a já célebre animação noturna que não se cinge ao Bairro Novo, mas se estende a todas as freguesias do concelho com espetáculos de natureza variada. E, por último, as gentes desta terra, a simpatia e a hospitalidade na receção daqueles que nos visitam e que queremos que voltem, não apenas no verão, mas durante todo o ano. Note-se que a Figueira da Foz apresenta uma situação geográfica privilegiada, central, capaz de catapultar visitantes todo o ano. Queremos uma Figueira para todas as estações do ano e não apenas cingida ao verão. Não posso terminar, sem elencar um motivo que destaco de suma importância numa visita à Figueira, o pôr do sol, sem dúvida o mais esplendoroso do país.

Este ano assinalam-se os 250 anos de elevação da Figueira da Foz a vila e os 140 anos de elevação a cidade. Que iniciativas estão delineadas para homenagear a Figueira enquanto concelho, destacando o seu nascimento, identidade e afirmação?

Estão delineadas atividades diversas e direcionadas a todo o público, dos 8 aos 80. Tratando-se de um evento histórico, deve, mais do que nunca, chamar a atenção de todos, dos mais novos para um conhecimento da história da terra que os viu nascer. É uma programação transversal e diversificada que congrega concertos, exposições, palestras, debates, sessões de leitura, desporto, entrevistas… no fundo, um leque muito abrangente que pretende alcançar várias gerações.

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