Aposta em produtos ecológicos

A empresa Albano Morgado, SA., sedeada no concelho de Castanheira de Pêra, é uma das principais empresas fabricantes de tecidos do país. Nesta edição onde o distrito de Leiria estará em destaque, trazemos-lhe as principais novidades acerca desta entidade, pelas palavras do seu administrador, Albano José.

A conversa com o empresário iniciou-se com uma abordagem sobre o fatídico ano de 2017 e os incêndios que, na altura, assolaram a região. “Sofremos algumas perdas materiais, mas, felizmente, nada de muito significativo. O que mais nos abalou, e marcará para todo o sempre, foi a perda de três funcionários nesses incêndios. Apesar de termos uma equipa composta por 80 pessoas, todas elas são de extrema importância para a empresa e a administração mantém uma ligação muito próxima com todos quantos aqui laboram. Por isso, esta perda é algo que ainda estamos a tentar ultrapassar”, lamentou.

No entanto, e apesar deste infortúnio, a Albano Morgado, SA., terminou o ano de 2017 com um crescimento, ao nível da faturação, na ordem dos quatro por centro. Este número resulta da crescente aposta no mercado internacional por parte desta entidade: “a exportação tem sido a alavanca e o motor para a nossa empresa. Há oito anos exportávamos cerca de 20 por cento da nossa produção, atualmente, exportamos cerca de 70 por cento”, afirmou Albano José.

O Japão e os EUA foram os mais recentes desafios para a fabricante de tecidos e a participação em feiras nestes dois países tem sido uma realidade. Sobre este assunto, o nosso entrevistado confidenciou-nos as dificuldades com que se tem deparado neste processo de exportação para fora da Europa. “A entrada nos EUA está a ser bastante difícil e penso que isso é justificável pela incerteza que se vive nesse país, devido às enormes mudanças políticas e sociais que lá se têm verificado e que afetam todo o mercado económico e financeiro ao seu redor”, esclareceu. Por outro lado, a Albano Morgado, SA., encontra-se a consolidar e a fortalecer a sua presença noutros mercados, tais como: Suécia, Alemanha, França e Inglaterra.

Visão ecológica – uma visão de futuro

No que aos produtos diz respeito, esta empresa surgiu recentemente com dois novos e distintos artigos inovadores: os tecidos ecológicos e os tecidos reciclados. Os primeiros são limitados às cores naturais da lã, uma vez que não são submetidos à tinturaria. Os segundos, seguem essa mesma linha ecológica e acabam por criar uma economia em escala: “isto porque aquilo que poderia ir para o lixo é reutilizado numa percentagem de 20 por cento no fabrico de alguns tecidos”, explicou-nos o gestor, ao mesmo tempo que nos dava conta sobre a sua perspetiva sobre a inovação empresarial: “penso que em todos os setores é possível inovar. Não assistiremos a mudanças tão grandes como há uns anos, mas serão mudanças significativas e importantes”, garantiu.

Quanto ao mercado têxtil nacional, este é um mercado “sem potencial de crescimento, mas estável nos últimos tempos”. Nas palavras do nosso interlocutor, a reduzida taxa de natalidade em conjunto com a cada vez maior taxa de emigração, limitam o crescimento não só da indústria têxtil como de todas as outras indústrias do país. No entanto, o empresário salientou: “felizmente, Portugal é cada vez mais reconhecido no exterior, pela qualidade dos serviços que presta e produtos que fabrica e não pelo preço dos mesmos. E isso é um passo de gigante”, reiterou orgulhoso.

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