AJAP: O caminho das Trevas dos Jovens Agricutores e dos Jovens Empresários Rurais

O Presidente da AJAP, Eduardo Almendra, reconhece sinais muito positivos na atuação do atual Governo e em particular do Ministério da Agricultura das Florestas e do Desenvolvimento Rural.

Nomeadamente no regadio, nas florestas, na investigação agrária e no incremento da exportação de produtos agrícolas e transformados, bem como, na aprovação em Conselho de Ministros a 13 de dezembro do Diploma do JER – Jovem Empresário Rural.

Revela, no entanto, enorme preocupação com a situação de muitos Jovens Agricultores dado que se têm verificado muitas reprovações, atrasos na sua análise e nos respetivos pagamentos de projetos de Jovens Agricultores (Medida 3.2.1, principalmente no aviso nº 10). Em seu entender a justificação de que não existem meios porque foram alocados para as medidas agroambientais pelo governo anterior, tal como as verbas utilizadas para acorrer às catástrofes, na perspetiva da AJAP não encobrem tudo.

No entendimento da AJAP esta é claramente uma opção política, pois a agricultura e o seu rejuvenescimento deve ser uma das prioridades de qualquer governo.

Assume que esta “é uma crítica de quem está a querer entrar na atividade e o caminho tem inúmeros percalços”, apelando a um esforço para se conseguirem os meios necessários, de forma a assegurar que quem tem vontade de investir no setor não desista, tanto mais quando falamos de uma atividade fundamental ao país.

“É das poucas em Portugal com índices de rentabilidade interessantes, que cria emprego, valoriza o território e combate a desertificação das regiões do interior” afirma Firmino Cordeiro, Diretor Geral da AJAP. Reforça ainda que “o setor agrícola e do agronegócio respira saúde, sobretudo naquela agricultura mais voltada para a exportação onde se destaca o contributo dos jovens agricultores”.

Ou seja, aquela agricultura que se especializou e suporta o setor, como as frutas, os legumes e nos setores mais tradicionais em moldes modernos, como o vinho e o azeite.

Por seu lado, Eduardo Almendra critica o desprezo a que continuadamente são colocadas muitas regiões do país, e traça uma linha que atravessa o país de norte a sul banhada pela vizinha Espanha com exceção do Alqueva, que mesmo assim devido às monoculturas praticadas, pode no médio prazo ter problemas de resolução delicados.

Para Firmino Cordeiro “os governos têm de assumir que efetivamente existe um país a duas ou três velocidades neste setor”, é perentório ao afirmar que “os partidos com assento na Assembleia da Republica devem assumir que o interior e a desertificação não se compadecem com circulos eleitorais e medidas de política alternadas em favor dessas alterações de governação”.

Acerca da restruturação Florestal, Eduardo Almendra elogia a atuação do Ministério e em particular do Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, apesar de ser uma grande bandeira do atual Ministro, é dificil mexer neste setor é verdade embora tardio, mas o processo foi iniciado e esperemos que não desacelere.

Relativamente à notícia da aprovação em Conselho de Ministros do Diploma JER – Jovem Empresário Rural, a AJAP reconhe o empenho do atual Governo e espera que possa existir a necessária consertação entre os diferentes Ministérios no sentido dos apoios futuros poderem ser encarados numa lógica multifundos.

Dada a importância do tema e à sua cada vez maior relevância, praticamente à escala mundial, tem em Portugal assumido um particular destaque, devido a um interior quase sem pessoas, com residentes cada vez mais envelhecidos, com pouco investimento e a perder paulatinamente serviços, sem os quais não se consegue fixar pessoas.

O JER – Jovem Empresário Rural, surgiu mais uma vez, da resiliência e persistência da AJAP e da forte convicção de que não poderia uma organização de carater juvenil para os assuntos agrícolas assistir impávida e serena a este “fado” do interior a desaparecer.

Para além da grande responsabilidade da AJAP na defesa dos Jovens Agricultores, ao longo de 8 anos não desistimos de lutar por esta causa, e a 11 de novembro de 2017, acrescentámos aos estatutos da AJAP a figura do JER, por forma a conferir legitimidade à Organização, na defesa e insistência para que esta fosse legislada e aceite pelo Governo como se veio a verificar.

Estas duas figuras (Jovem Agricultor e Jovem Empresário Rural) são distintas, é certo, mas complementares, pois convivem e podem interligar-se no Espaço Rural e dar um excelente contributo para que o Interior se possa rejuvenescer, tornar-se mais dinâmico, empreendedor e gerar postos de trabalho.

Já de olhos postos em 2019, o desejo da AJAP é que Portugal se empenhe vivamente e nesse sentido que o Ministro consiga junto da União Europeia, nas difíceis negociações da PAC em curso que no horizonte pós 2020 Portugal consiga pelo menos manter o nível de apoios que tem tido, porque “somos um país onde ainda há sérios problemas para resolver e não podemos desperdiçar ajudas”.

 

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