AICC apoia empresas portuguesas certificando a identidade do café português

Na linha da frente no apoio às empresas portuguesas do setor que representa, Cláudia Pimentel, Secretária Geral da Associação Industrial e Comercial do Café apresentou-nos o mais recente projeto que promete levar o café português ainda mais longe.

Como podemos posicionar a Associação Industrial e Comercial do Café na realidade atual do setor e quais as suas linhas orientadoras?

A Associação Industrial e Comercial do Café (AICC) existe desde 1972. É uma associação patronal que tem por missão defender os interesses dos associados, associados esses que exercem atividade na indústria de torrefação, moagem e empacotamento de café, bem como empresas que são responsáveis pelo lançamento no mercado de café, misturas, sucedâneos e solúveis, desde que essa atividade seja exercida a título principal. A AICC representa cerca de 90% do setor do café.

Quais os principais desafios que a indústria do café enfrentou num ano de pandemia?

O principal desafio que o setor enfrentou foi o encerramento e as restrições ao nível da lotação dos cafés, restaurantes e outros locais comuns de consumo, levando a que o nosso mercado interno ficasse muito limitado. Portugal é o país europeu onde se consome mais café fora de casa, por isso, a pandemia implicou quebras nas vendas de café, em 2020, para o canal out-of-home de cerca de 40%. O consumo em casa, aumentou ligeiramente, mas não compensou as perdas de vendas na restauração. A perda do turismo também impactou negativamente o consumo. No entanto, embora esta seja uma pandemia de nível global, devido à qualidade do nosso café e à resiliência das nossas empresas em apostarem na internacionalização, as exportações aumentaram.

O setor do café, mesmo em plena pandemia, conseguiu aumentar as suas exportações de 84,1 milhões de euros para 86,2 milhões, segundo dados do INE. A indústria torrefatora representou em 2020 um volume de negócios de cerca de 700 milhões de euros (mercado interno e exportações), perdendo cerca de 100 milhões de euros face ao ano anterior, com a quebra do consumo interno por causa da Covid-19, embora as exportações tenham subido em valor.

Portuguese Coffee – a Blend of Stories to the World é o mais recente projeto da AICC. Em que consiste?

O “Portuguese Coffee – a blend of stories®” é uma marca institucional da AICC que representa o café produzido em Portugal, de acordo com sua própria tradição de torrefação e blends. Este selo é uma certificação de origem dada às marcas comerciais que utilizam os procedimentos de torra e “blending” tradicionalmente portugueses. A marca foi criada em 2017 com o intuito de preservar o café expresso português e a sua identidade. A criação da marca foi motivada pelo facto de não existir um elemento aglutinador de toda a indústria que permitisse a diferenciação do Café Expresso Português em relação a outras bebidas expresso de diferentes origens ou países. Desta forma, o selo de denominação surge de uma aliança entre diversos associados da AICC que demonstraram a necessidade de criar um elemento visual que permitisse identificar este produto e respetivas caraterísticas, de forma mais fácil. Portuguese Coffee, a blend of stories® representa, tal como o nome indica, uma mistura de histórias: por um lado, as histórias das diversas marcas à volta do café português; por outro, a História de Portugal e do Café no Mundo, nomeadamente, no Brasil, Angola e Timor, onde o nosso país desempenhou um papel preponderante na disseminação desta que é a segunda commodity mais transacionada do planeta.

Este projeto vem dar continuidade à internacionalização e reconhecimento do café português essencialmente nos mercados canadiano e do Reino Unido.

Quais as atividades previstas no âmbito deste projeto?

O projeto prevê diversas atividades tendo como elemento central a internacionalização e nesse sentido, para além de uma componente de estudos de mercado, vão ser realizadas missões institucionais ao Canadá e Reino Unido, assim como uma missão inversa de compradores, por altura da realização do Lisbon Coffee Fest, o maior evento do setor realizado em Portugal, previsto para Outubro de 2021 ou Março de 2022, consoante as condições de saúde pública o permitirem. A escolha destes dois mercados prende-se com o facto de já terem, com Portugal, ligações consistentes de transações e acordos comerciais e serem vistos como potenciais parceiros para alavancar as exportações do setor.

O projeto conta com um investimento elegível de 201.280,96€ e um apoio financeiro da União Europeia de 171.088,82€. O projeto é apoiado pelo Portugal 2020, no âmbito do COMPETE 2020 – Sistema de Apoio às Ações Coletivas, cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

O café conta já com uma longa tradição nacional. É um dos produtos mais valorizados e consumidos pelos portugueses (e não só) e, por isso, não podemos deixar de questionar-vos, afinal, o que tem o nosso café de tão especial?

O nosso café é de facto um produto diferenciado, não só pela sua torrefação e pelas suas características organolépticas, mas também por toda a emoção e convívio social que envolve, pois como já referi somos o país da Europa que bebe mais café na rua e é comum entre nós a frase “Vamos tomar um café?”.

Diferentemente de outros países que insistem em café com grãos 100% Arábica, o café expresso português é geralmente obtido a partir de uma combinação de grãos de café Arábica e café Robusta, torrados lentamente. Este método particular de torrefação é menos intenso em comparação com os processos utilizados noutros países e ajuda a preservar a essência do café português, dando-lhe menos acidez, aroma mais forte e mais corpo e doçura. O resultado é um creme cor de avelã, denso e equilibrado que perdura na boca e cria no consumidor uma experiência poderosa e memorável.

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