“A inovação faz parte do nosso DNA”

A Daiichi-Sankyo dedica-se à criação e disponibilização de produtos farmacêuticos inovadores, para responder a diversas necessidades médicas. Com mais de 100 anos de experiência científica, a Daiichi-Sankyo aproveita o seu vasto legado em inovação e o seu robusto pipeline de promissores novos medicamentos ajudar as pessoas, como evidenciou Pedro Sequeira, Country Manager da Daiichi Sankyo Portugal, em entrevista à Revista Business Portugal.

 

Pedro Sequeira, Country Manager

A Daiichi Sankyo é uma farmacêutica japonesa com mais de 100 anos de experiência científica e presente em mais de 20 países. Em Portugal estão presentes desde 1985, como caraterizam a vossa atuação a nível nacional?

Fruto de várias aquisições e fusões ao longo do tempo, a Daiichi-Sankyo de hoje, iniciou as suas atividades nos anos 80 ainda com a marca Luitpold. Mesmo com os vários desenvolvimentos estratégicos, o foco no doente manteve-se sempre como a grande prioridade para a Daiichi-Sankyo. Procuramos hoje estar perto da comunidade científica, profissionais de saúde e autoridades da saúde para que possamos promover o Valor da Saúde nas suas diferentes dimensões, para os doentes e todos os stakeholders envolvidos. Vemos a nossa atuação de uma forma holística onde todos contribuem de forma estruturada para essa criação de Valor da Saúde.

 

São detentores de um valioso legado de inovação e de um robusto pipeline de novos medicamentos promissores. As vossas áreas terapêuticas prioritárias são as doenças metabólicas, cardiovasculares e a oncologia?

A inovação faz parte do nosso DNA desde a criação da Empresa Sankyo Shoten em 1899. E desde esses tempos que temos vários exemplos onde a inovação da Daiichi-Sankyo trouxe significativos avanços terapêuticos, transformadores em várias áreas terapêuticas, para doentes e profissionais de saúde. Em 1900 Sankyo Shoten, isolou a adrenalina, a primeira hormona pura da glândula suprarrenal. Já nos anos 70, a Sankyo descobriu e desenvolveu o primeiro inibidor da HMG-CoA redutase a Pravastatina, a origem da classe terapêutica das estatinas lipídicas. Dez anos mais tarde, em 1983, a Sankyo desenvolve a Troglitazona, um sensibilizador da insulina, marcando a origem da classe da Glitazona. Já nos anos 90, a Daiichi desenvolve o Irinotecano, atualmente uma terapia padrão do cancro do cólon. Ainda nesta área, e olhando agora para o futuro, temos em pipeline mais de 20 compostos dirigidos a várias áreas onde há claramente uma unmet need, como por exemplo cancro da mama e gástrico ou leucemia mielóide aguda. Seremos seguramente um major player nesta área num futuro próximo, mantendo também o crescimento do nosso legado na área cardiovascular através de investigação e desenvolvimento, e de licenciamentos.

 

“Paixão pela inovação. Compromisso com os doentes”. Criar uma relação de mútua confiança com o doente é o core da vossa responsabilidade social?

Não poderia ser de outra forma. Há várias formas de viver a responsabilidade social dentro da organização. Na inovação vivemos essa responsabilidade de forma intensa. Trabalhamos diariamente com um único objetivo nesta área: transformar ciência em valor terapêutico para os doentes, pensando em todos os profissionais e autoridades da saúde, promovendo a saúde como um valor universal.

 

Há cerca de um ano a Daiichi Sankyo Portugal lançou a aplicação Cardio365, qual é a mais-valia desta APP dedicada à saúde cardiovascular?

Podemos ver neste projeto mais uma vez o nosso compromisso para com a inovação e como a vivemos de uma forma multidisciplinar e transversal na organização. Esta plataforma permite aos profissionais de saúde intervenientes na área da cardiologia uma atualização constante de informação e conhecimentos, de forma rápida e em qualquer lugar. Na área reservada, temos conteúdos exclusivos para profissionais de saúde, com opiniões de key opinion leaders na área, divulgação de comunicados e notícias/estudos, bem como outros formatos multimédia fruto do acompanhamento de eventos da especialidade. Procuramos também com esta plataforma, alimentar a nossa visão de formatos integradores, multiplataforma, numa era onde a informação deve, e tem, que estar acessível estrategicamente.

 

As terapêuticas inovadoras são uma constante na vossa farmacêutica. É este o principal foco do departamento de Investigação & Desenvolvimento, a descoberta de novos fármacos?

A inovação é uma palavra e, principalmente, uma ação vivida diariamente em todos os sectores da organização. A Daiichi-Sankyo tem um compromisso muito forte nesta área, de tal forma que é, seguramente, uma das empresas que mais investe em investigação e desenvolvimento em proporção à sua faturação total, com valores a rondar os 22 por cento de investimento. Não procuramos apenas a inovação incremental, mas procuramos também novos compostos que possam cobrir áreas para as quais ainda não existem terapêuticas. É uma aposta forte e naturalmente uma aposta difícil. Mas é aqui onde a Daiichi-Sankyo quer deixar o seu legado na investigação, como já o fez no passado e irá continuar no futuro.

 

A visão 2025 do grupo é a de se tornar uma “Farmacêutica Global Inovadora com Vantagem Competitiva em Oncologia”, de que modo pretendem atingir esta premissa?

Temos essa visão muito bem integrada nos nossos processos de desenvolvimento estratégico. A resposta mais óbvia seria pela via do investimento e desenvolvimento, que como já referido é das empresas que mais investe proporcionalmente em I&D. Mas na realidade essa ambição vai muito além desta visão. Passa também pela criação de alianças estratégicas e também pelo desenvolvimento de outros assets da empresa como por exemplo as pessoas. Procuramos não só atrair, mas também desenvolver pessoas, ganhar e desenvolver competências também dentro desta área, para criar valor para os doentes e principais stakeholders. É uma visão estratégica, de impacto global, de ambição transversal.

 

Assume o cargo de Country Manager da Daiichi Sankyo Portugal há cerca de quatro anos. Como tem sido esta jornada e quais os principais desafios com que se tem deparado ao nível da inovação?

Foi uma viagem fantástica de forte desenvolvimento organizacional, transformação e de adaptação estratégica a vários níveis e com uma equipa igualmente fantástica. Acredito no capital humano e que é este que faz a criação de valor para os stakeholders e shareholders, pelo que promovemos um forte investimento nesta área. A inovação terapêutica também a tivemos, com novos lançamentos. Mas é aqui que talvez tenhamos o maior desafio para o futuro. A promoção do acesso à inovação. Apesar de reconhecer os esforços efetuados nos últimos tempos nesta área, ainda é possível continuar a otimizar o acesso à inovação. Assumimos a inovação como um investimento. Um investimento que tem um impacto direto nos doentes, mas que também tem um impacto muito positivo na sociedade e na economia do pais. Segundo um estudo feito pela McKinsey, sobre o valor do medicamento em Portugal, a inovação foi responsável, em 2016, por mais 180 mil anos saudáveis, ou seja, houve em média 180 mil portugueses com mais um ano saudável, que não teriam se não tivessem tido acesso a algum tipo de inovação. É aqui que queremos também contribuir de forma positiva e construtiva para a criação de um futuro melhor, com todos os stakeholders envolvidos.

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