A forte presença da religião e de várias culturas num só local
O Padre Simão Pedro leva-nos numa visita guiada pelo Consolata Museu Arte Sacra e Etnologia, localizado em Fátima. Este é um local que promete e que o vai surpreender do primeiro ao último minuto.
O Instituto Missionário da Consolata foi fundado em 1901, na cidade de Turim, em Itália, pela mão do Beato José Allamano. Este destinava-se à formação dos missionários e à animação missionária da Igreja.
Já no que se refere à abertura de portas do Consolata Museu Arte Sacra e Etnologia (MASE), esta dá-se em 1991, alguns anos após o regresso do Instituto a Portugal. Trata-se, atualmente, do único espaço museológico em Fátima que integra a rede portuguesa de museus e que visa relatar a história de Cristo, bem como as missões.
Este espaço é composto por cinco salas:
Sala da Natividade – Apresenta um conjunto de presépios e imagens alusivas à infância de Jesus, feitas em vários materiais, tais como, madeira, terracota, marfim e estanho;
Sala da Paixão – Onde está reunida uma vasta coleção de figuras relacionadas com a paixão e morte de Cristo, dos séculos XIV ao XX. Para além disso, é nesta sala que se encontram expostos paramentos, alfaias litúrgicas e oratórios que demonstram a piedade familiar portuguesa;
Sala da Ressurreição e da Missão – Percorre o caminho do Evangelho através de várias peças de arte, textos, mapas e reproduções fotográficas pelos demais continentes. Além disso, foca-se a participação dos portugueses nos Descobrimentos;
Sala de Etnologia – Aqui estão presentes alguns objetos etnográficos utilizados pelos povos com quem os missionários estiveram em contacto e que provêm, nomeadamente, da Amazónia, Quénia, Guiné, Moçambique, Quénia, Zaire e Extremo Oriente;
Sala dos Pastorinhos – Neste local é possível apreciar algumas relíquias dos Beatos Francisco e Jacinta Marto e da sua família. O destaque vai para o carapuço de Francisco (oferecido pelo seu pai ao Instituto), bem como a pedra do túmulo deste e de Francisca. Como se estes já não fossem motivos mais que suficientes para despertar a curiosidade do leitor, existe ainda um espaço mais dinâmico, dedicado às exposições temporárias. A próxima terá início no dia 18 de maio com obras de um pintor da região, Francisco Silva, e da sua esposa Celina Vicente, também ela do mundo das artes, nomeadamente, da escultura.
Além disso, no centro do edifício encontra-se uma capela, ao lado, um auditório com capacidade para 210 lugares sentados e ainda três salas disponíveis para a realização de conferências ou eventos de grupos.
Futuramente, o MASE, que celebrou o seu 30º aniversário no ano transato, pretende dar resposta a duas grandes preocupações: a evolução dos tempos e a atração do público mais jovem.
Face a estas duas questões, serão colocadas, por exemplo, legendas com códigos QR para aqueles que pretendam saber mais sobre uma determinada peça. Na opinião do Padre Simão, urge fazer com que as crianças e os jovens queiram saber mais sobre as tradições antigas portuguesas e que, de igual forma, se apaixonem pela arte, tanto ao nível da arte sacra como da arte etnológica.
Situado na Rua Francisco Marto, o museu está aberto de terça-feira a sábado, das 10h às 13h e das 14h às 17h.