“A expansão internacional é, cada vez mais, o caminho para a Laskasas”

Celso Lascasas, Fundador e CEO

Celso Lascasas é o fundador de uma das mais conhecidas marcas de mobiliário e decoração em Portugal, que continua a crescer ano após ano. Em entrevista à Revista Business, destaca o percurso da empresa, os fatores que a distinguem e desvenda que o próximo mercado a implementar a marca será o americano, com uma loja mesmo no coração de Nova Iorque.

 

Volvidos 17 anos desde que se aventurou e colocou em prática o projeto dos seus sonhos, que balanço faz do percurso da Laskasas?

Podemos afirmar, hoje, que o percurso de crescimento é, de facto, ímpar. Após 17 anos, começámos com três pessoas e, atualmente, empregamos mais de 400, nas diversas marcas do grupo. Num percurso que se pode identificar como de rápida expansão, o que diferencia a Laskasas de outras empresas do mesmo segmento é a visão, a nossa ambição em querer ser mais, todos os dias. Desde 2017, fomos “obrigados” a pensar a nível global, pois o volume de negócio e de produção ultrapassou, em larga escala, o mercado interno. Passámos a exportar 35% para mais de 60 países, o que nos levou a um aumento do volume de vendas de 40%, entre 2020 e 2021.

A empresa tem-se focado em investir no crescimento sustentado e na aposta nos departamentos de criação e desenvolvimento de produto. Estes vetores são fundamentais para apresentar sucessivamente produtos e soluções de grande qualidade? Que outros fatores diferenciam a Laskasas?

Além da criação e desenvolvimento de produto que muito valorizamos, podemos apontar a forte relação com clientes e fornecedores como uma das nossas principais prioridades. É a relação com estes dois agentes que assegura a qualidade e eficácia dos produtos e serviços fornecidos, que atendem às nossas especificações e requisitos.

A maneira como formamos e nos relacionamos com os nossos colaboradores é também elemento fundamental para o crescimento da empresa. Procuramos, acima de tudo, assegurar a formação necessária para que, no decorrer das suas atividades, todos o façam com a competência e a motivação necessárias, para garantir a qualidade do trabalho e a produtividade.

A elevada qualidade dos nossos produtos é outro dos fatores diferenciadores da marca. Apesar de trabalharmos numa fábrica, grande parte do processo de construção das nossas peças é realizado inteiramente à mão. Só assim conseguimos combinar materiais de alta qualidade, como mármores portugueses de excelência, com as nossas madeiras mais premium. O facto de ser tudo fabricado em Portugal permite um controlo maior da qualidade e da apresentação do produto.

A Laskasas inaugurou recentemente um showroom em Londres, localizado num dos espaços de excelência para os profissionais e amantes das áreas do design e da decoração. Ter o vosso trabalho e coleção presentes numa das principais capitais europeias, é também uma forma de reforçar o vosso posicionamento e os valores de marca?

A expansão internacional é cada vez mais o caminho para a Laskasas. Já estamos em mais de 60 países, onde elevamos o nome do mobiliário português. A abertura do showroom em Londres, mais especificamente no Chelsea Design Centre – um espaço de referência para todas as marcas de design – foi um grande feito para a Laskasas. Este foi o primeiro espaço internacional a receber os produtos da nossa coleção de 2022, estando ainda expostos alguns ícones da marca como o Sofá Wellington ou o Cadeirão Ambrose.

Como é uma loja bastante focada no segmento B2B, é também uma forma de alavancar negócio a partir da carteira de clientes que já temos. Serve, essencialmente, para que se possa ver in loco a qualidade dos nossos produtos e customizá-los, em loja, com o apoio dos nossos colaboradores. Este fator de ligação direta às peças permite-nos criar uma relação direta com o cliente onde ele próprio pode avaliar a nossa qualidade de materiais.

Pela primeira vez, a Laskasas marcou presença no ICFF (International Contemporary Furniture Fair). O que significa a nova coleção estar no centro das atenções num dos maiores eventos de design de Nova Iorque? Acredita ser uma oportunidade única de elevar, não só a Laskasas e o seu trabalho a nível internacional, mas todo o mobiliário português?

Esta feira é uma das maiores a nível internacional, onde contamos com a presença de mais de 600 marcas. Esta foi a nossa primeira edição, onde o principal foco foi, não só dar a conhecer o nosso trabalho e a nossa presença noutros mercados, mas também mostrar algumas peças da nova coleção, de forma a permitir ao consumidor criar uma maior ligação com os materiais e a qualidade dos artigos, ao vê-los ao vivo e não apenas através de simples imagens de catálogos. Estes eventos são montras diretas que motivam a exportação do nosso design e reforçam a qualidade das matérias-primas do nosso país.

O Médio Oriente (Quatar, Barhein, Arábia Saudita, Dubai) e Inglaterra são os principais mercados externos da Laskasas, com um peso significativo. Que outros mercados estão nos seus planos?

O próximo mercado onde iremos implementar a marca será o americano, com uma loja mesmo no coração de Nova Iorque. Já exportávamos para este mercado, através de parceiros, mas sempre foi um mercado com o qual sonhámos trabalhar em nome próprio e que está mais próximo do que nunca. Os moldes desta abertura ainda estão a ser definidos, mas temos a certeza de que será um lançamento que irá impulsionar a Laskasas neste território.

 

Que projetos e ambições acalenta o Celso Lascasas para que a empresa continue a trilhar um caminho de sucesso e de destaque no universo do mobiliário e decoração?

Qualquer que seja o caminho, a excelência e a força de vontade de fazer mais terá de ser sempre a prioridade. Vamos continuar a expandir-nos, a procurar novos mercados e novas formas de reinventarmos a Laskasas. O truque é, essencialmente, não parar de estudar todos os dias, para perceber onde queremos estar e onde nos vemos daqui a 50 anos. Gostava que nos tornássemos numa das top 50 empresas em Portugal e que ganhássemos o nosso espaço dentro do mundo do mobiliário lá fora. Acredito que ainda há muito potencial que pode ser explorado e novas formas de abranger diferentes públicos, que ainda não impactámos.

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