A arqueologia ao serviço de todos

Artur Fontinha - arqueólogo

Em funcionamento desde março de 2014, a AFA – Arqueologia, fundada por Artur Fontinha, fornece serviços de licenciamentos arqueológicos de obra, conservação e restauro e estudos patrimoniais.

A empresa foi fundada pelo arqueólogo Artur Fontinha que desde cedo nutriu grande interesse pela área da arqueologia. Ainda antes de terminar a licenciatura já trabalhava na área da arqueologia empresarial. Em 2007, começou a fazer alguns trabalhos sozinho. A experiência foi positiva e desde 2011 começou a trabalhar por contra própria, fundado a AFA em 2014.

Atualmente, a empresa tem apostado em projetos de gestão do património cultural como projetos de ordenamento do território através do descritor de património de estudos de impacto ambiental e sondagens arqueológicas prévias à obra. Contudo, o leque de serviços prestados pela AFA é muito mais alargado e estende-se à formação, educação patrimonial e conservação e restauro.

Artur Fontinha assume que o percurso da AFA, que actualmente emprega quatro arqueólogos, depende em muito do ponto em que o setor da construção se encontra, isto porque parte do trabalho da empresa consiste em fazer o acompanhamento de obra durante as etapas de revolvimento de terras de acordo com o que o Plano Diretor Municipal de cada área indica.

O licenciamento arqueológico é requerido quando uma obra é realizada numa zona onde se considera que há probabilidade de encontrar vestígios arqueológicos. Desta forma, o arqueológo acompanha a obra observando determinadas fases do processo de construção.

Artur Fontinha explica que “muito dificilmente uma descoberta pode parar uma obra. Normalmente, os vestígios são encontrados e nós fazemos o seu estudo através de sondagens arqueológicas ou escavação em área. Depois registamos a descoberta e os vestígios são então colocados em reservas arqueológicas.”

Existem no entanto algumas áreas onde o processo é diferente. “Existem zonas da cidade de Lisboa, por exemplo, onde não são sequer precisas sondagens prévias. Qualquer revolvimento de terras tem que ser feito por arqueológos e deve ser tudo escavado manualmente”, acrescenta Artur Fontinha.

Apesar do estudo ser voltado para o passado, as ferramentas utilizadas podem ser bem avançadas. “Nesta empresa, temos apostado muito nas novas tecnologias”, explica Artur Fontinha. A aplicação de técnicas de fotogrametria é um bom exemplo. Tal consiste na realização de modelos 3D a partir de imagens que podem ser recolhidas quer a partir do solo, quer de drones.

A principal limitação da área é, para Artur Fontinha, os baixos orçamentos e as falhas que existem na legislação atual. “O acompanhamento de obra não pode ser feito por uma só pessoa. Caso o arqueólogo se tenha que ausentar, por exemplo, por motivo de doença, incorre-se no risco de destruir algum vestígio relevante. Além disto, o arqueólogo deveria estar sempre na obra e não apenas nas fases que atualmente são destacadas”, adverte Artur Fontinha, que garante já ter comunicado os problemas à tutela, mas sem qualquer sucesso.

Para a AFA, Artur Fontinha deseja que continuem a captar projetos, mas propõem-se a fazer uma “maior aposta na área da conservação e restauro. Já temos atualmente uma equipa nesta área, mas pretendemos reforçá-la”, diz Artur.

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