Uma busca incessante pela inovação centrada em criar um mundo mais saudável

Com mais de 25 anos de experiência na indústria farmacêutica, tendo passado os últimos 14 ao serviço da Gilead, o Diretor-Geral em Portugal, Vítor Papão, fala-nos do percurso desta biofarmacêutica norte-americana, especialmente neste ano tão atípico, e dá-nos a sua visão sobre os próximos tempos.

 

A Gilead está presente em Portugal há 20 anos, precisamente desde 2001. Especializou-se nas áreas terapêuticas do VIH/SIDA, das Hepatites Víricas e da Oncologia. De que forma e em que medida a investigação e a inovação têm dado o seu contributo para tratamentos de doenças graves?

Vítor Papão, General Manager

Ao longo dos seus mais de 30 anos de história, a Gilead tem apostado na investigação. À nossa escala, temos contribuído para a melhoria da qualidade de vida de milhares de pessoas em Portugal e de milhões em todo o Mundo, fazendo disso mesmo a nossa missão.

Toda a dinâmica de inovação e investigação feita pela Gilead tem como objetivo satisfazer necessidades médicas até agora não preenchidas que se traduzirão na prevenção da doença, na sua cura ou num melhor tratamento, conseguido como resultado de um melhor equilíbrio entre eficácia e segurança. O valor desta inovação poderá medir-se em anos de vida ganhos com qualidade ou em qualidade de vida.

No entanto, na área da saúde serão sempre as necessidades dos doentes que padecem das doenças mais difíceis de tratar e que permanecem sem a melhor resposta possível, que definirão o rumo da inovação e investigação que é realizada no campo do medicamento. Prova disso mesmo tem sido a colocação de todos os esforços por parte de um grande número de empresas farmacêuticas na investigação e inovação em torno da procura de uma resposta para o combate à pandemia por SARS-CoV-2, incluindo a Gilead.

Ao longo dos anos, a Gilead tem dedicado muita da sua investigação às doenças virais, começando o seu trabalho com o VIH e com a hepatite B crónica. Para ambas as doenças, que ainda hoje não têm cura, desenvolvemos antivirais com o propósito de abrandar ou parar a sua progressão. Fomos bem sucedidos em ambas as doenças nesse propósito, mas o nosso trabalho não terminou aí. Quer para o VIH, quer para a hepatite B, temos procurado melhorar o desempenho dos medicamentos de modo a reduzir o seu impacto na vida dos portadores das duas doenças e melhorar a sua qualidade de vida. Através desses esforços e do maior conhecimento dos profissionais de saúde na gestão do VIH e das hepatites virais, hoje a esperança de vida dos doentes com VIH e hepatite B pode ser idêntica à do resto da população.

Mais recentemente, fomos uma das empresas que conseguiu desenvolver medicamentos para curar a hepatite C, avanço esse que resultou numa mudança de paradigma no tratamento da doença, com benefícios para os doentes, para os serviços de saúde e para os Estados. No final dos anos 2000, perante o potencial aparecimento de pandemias, para o qual fomos ‘alertados’ por surtos como os de gripe asiática e gripe do médio oriente, desenvolvemos esforços para encontrar medicamentos antivirais de largo espectro a que pudéssemos recorrer no caso de novos surtos. Um desses medicamentos foi, mais tarde, investigado para tratar infeção por vírus ébola e hoje está autorizado pelas autoridades regulamentares europeias, americanas e muitas outras, para tratamento da COVID-19.

Finalmente, em oncologia, investigamos e procuramos desenvolver tratamentos que ofereçam aumentos significativos na esperança de vida dos doentes. Começámos com tumores hematológicos há alguns anos atrás. Em Portugal conseguimos, em conjunto com as Autoridades, proporcionar acesso a dois medicamentos para alguns tipos de linfomas. Agora também já estamos a trabalhar com tratamentos para tumores de órgãos sólidos.

 

O impacto da pandemia da Covid-19 a nível planetário levou a respostas também à escala global, como nunca antes se tinha visto. Como tem sido a ação da Gilead neste combate?

O forte instinto de colaboração da Gilead impulsionou uma rápida resposta ao surto provocado pela COVID-19. Trabalhámos em estreita parceria com governos, agências reguladoras e organizações de saúde para ajudar a enfrentar este importante desafio para a saúde global. Para isso a Gilead recorreu a décadas de experiência em antivíricos para responder rapidamente à pandemia.

A Comissão Europeia concedeu ao Veklury (Remdesivir) uma autorização condicional de comercialização em julho de 2020.  O CHMP continua a recomendar o remdesivir para o tratamento da COVID-19 em adultos e adolescentes com pneumonia que necessitem de oxigénio suplementar (oxigénio de baixo ou alto fluxo ou outra ventilação não invasiva) no início do tratamento.

Esta atualização retrata o papel do remdesivir como parte do padrão de cuidados para o tratamento da COVID-19 em doentes adultos e adolescentes com pneumonia que necessitam de oxigénio suplementar (oxigénio de baixo ou alto fluxo ou outra ventilação não invasiva) no início do tratamento e reforça a importância de tratar doentes com remdesivir antes da necessidade de ventilação mecânica. Em mais de 50 países, o remdesivir é uma das ferramentas que proporciona benefícios clínicos aos doentes hospitalizados com COVID-19, tais como uma recuperação significativamente mais rápida, libertando recursos hospitalares.

Continuamos totalmente empenhados em utilizar os nossos recursos em investigação, para procurar perceber cada vez melhor quando e em quem utilizar a resposta terapêutica que desenvolvemos e está a ser utilizada para o vírus que causa a COVID-19. Por outro lado, continuamos determinados em servir os doentes através da investigação e inovação no VIH, hepatites virais e oncologia, as áreas terapêuticas em que já estávamos empenhados antes da COVID-19.

 

A Gilead rege-se por boas práticas de Desenvolvimento Sustentável e de Responsabilidade Social, onde se inserem importantes projetos apoiados pelo Programa Gilead GÉNESE. Que mais-valias resultam destas boas práticas com os doentes e com a comunidade em geral?

Os doentes e as comunidades muitas vezes enfrentam desafios no acesso aos melhores cuidados. Por isso também estamos empenhados em ser uma parte importante da solução, sabendo que a Gilead sozinha não pode resolver estes desafios. Os programas corporativos da Gilead financiam, através de donativos, projetos que apoiam comunidades desfavorecidas que, sistematicamente enfrentam obstáculos sociais ou económicos na área da saúde. O nosso objetivo é estabelecer parcerias que sirvam os doentes e as comunidades, para construir soluções colaborativas que ajudem a alargar o acesso aos cuidados de saúde de forma tão ampla quanto possível. Através das nossas parcerias com as associações de doentes, organizações sem fins lucrativos, profissionais de saúde e Academia, trabalhamos para ajudar a melhorar o acesso aos cuidados, reduzir as desigualdades, melhorar a educação e apoiar as comunidades locais.

Em Portugal, a Gilead criou em 2013 o Programa Gilead GÉNESE com a ambição de incentivar a investigação, a produção e a partilha de conhecimento científico a nível nacional, e de viabilizar iniciativas que conduzam à implementação de boas práticas no acompanhamento dos doentes. O Programa Gilead GÉNESE tornou-se uma referência na área da Responsabilidade Social Corporativa, incentivando projetos de investigação científica e de intervenção na área da comunidade. Ao longo de seis edições, o montante global de financiamento atribuído aos 76 projetos apoiados pelo Programa Gilead GÉNESE ultrapassou um milhão e seiscentos mil euros, tornando este um dos maiores programas de responsabilidade social do setor farmacêutico em Portugal.

Em 2019 e em todo o Mundo, a Gilead doou 380 milhões de dólares num esforço para reduzir as desigualdades em saúde, eliminar as barreiras no acesso aos cuidados de saúde encontradas pelas populações carenciadas, promover a educação dos profissionais de saúde e apoiar as comunidades locais em que operamos.

 

Assumiu o cargo de General Manager da Gilead Sciences em Portugal há cerca de seis anos. Como tem sido a jornada de liderança nesta biofarmacêutica multinacional e quais as prioridades da Companhia para 2021?

É um privilégio liderar a filial da Gilead em Portugal. Sinto-me inspirado diariamente, quer pela nossa missão, quer pelo impacto que a Gilead tem tido e poderá continuar a ter na melhoria da esperança de vida e da qualidade de vida dos doentes que servimos.  Vivo diariamente rodeado de ótimos exemplos de excelência, compromisso, entrega, resiliência e humanidade por parte dos profissionais de saúde e demais parceiros com quem trabalhamos. Exemplos estes que também me são dados pelos colegas que compõem a equipa Gilead Portugal. Em 2021 continuaremos a trabalhar para um mundo melhor e mais saudável. A Gilead concretizou avanços médicos que em tempos se julgavam impossíveis. A nossa busca incessante pela inovação está centrada no objetivo de criar um mundo mais saudável, através dos tratamentos que desenvolvemos e da forma como conduzimos a nossa atividade. Pretendemos fazer do impossível, possível.

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