Uma abordagem holística materializada

António Gaspar, Fisioterapeuta e Fundador

 

Conheça a António Gaspar – Physio Therapy & Perfomance, através das palavras do seu fundador António Gaspar. Localizada em Oeiras, esta clínica, mais do que dedicar-se à fisioterapia, procura trabalhar a motivação, a superação e as conquistas individuais, apoiando-se numa equipa altamente qualificada para esse efeito.

A António Gaspar – Physio Therapy & Performance® é uma reconhecida clínica especializada em fisioterapia e medicina desportiva. Quando surgiu a clínica e onde está localizada?

A António Gaspar – Physio Therapy & Performance ® está desde 2018 em Linda-a-Velha (Oeiras, Lisboa) e é um espaço que criei para reforçar a proximidade sob o mote de em cada cliente um amigo. Depois de mais de 30 anos na prática clínica e no desporto de alto rendimento, imaginei este espaço com uma equipa renovada, tecnicamente desenvolvida e humana, que tivesse à sua disposição equipamentos inovadores e diferenciadores. O objetivo passaria sempre por poder aplicar abordagens clínicas alicerçadas em boas práticas e na melhor evidência científica de forma a garantir tratamentos eficientes e que vão ao encontro das verdadeiras necessidades de quem nos procura.

A clínica distingue-se pela multidisciplinaridade e complementaridade de diversas terapias aliadas à fisioterapia. Em que consiste e como se processa essa complementaridade?

O core business da António Gaspar – Physio Therapy & Performance® é a Fisioterapia, nomeadamente na área músculo-esquelética, traumatologia e ortopedia, naturalmente pela experiência que fui adquirindo e pelo reconhecimento que as pessoas que me procuram há anos me atribuem. Considero que este espaço reúne condições para oferecermos áreas dentro da Fisioterapia, fora da músculo-esquelética, e algumas já oferecemos, como: Reeducação Postural Global, Pilates Clínico, Saúde Pélvica, Treino Personalizado, entre outros. Estas áreas complementam ou abrem caminho para encaminhar os clientes, numa metodologia em que há partilha entre todos os elementos da equipa, numa verdadeira abordagem multidisciplinar.

Estamos a trabalhar para que num futuro possamos oferecer na António Gaspar – Physio Therapy & Performance® serviços complementares, em áreas e abordagens médicas e clínicas diferenciadoras que façam real diferença no resultado final da saúde e bem-estar.

Para que os pacientes regressem à sua melhor condição, há todo um trabalho de reabilitação física. Para além deste, há também algum acompanhamento psicológico?

Cada vez mais considero que quem chega até nós deve usufruir de uma abordagem holística materializada, num programa em que cada valência contribui para aquele caso clínico.

A título de exemplo, há condições na área músculo-esquelética mais prováveis de se desenvolverem em pessoas obesas, como é o caso da osteoartrose. Casos de obesidade podem ter uma componente psicológica que contribui para o distúrbio que conduz ao excesso de peso. Pode compreender-se com facilidade a importância de integrarmos o paciente num programa a que ele atribua valor e reconheça que o trabalho de reabilitação pode ser potenciado, ou condicionado, se seguir, ou não, as recomendações.

A parte psicológica não dever ser desconsiderada em programas de reabilitação física, seja por meio da confiança que o Fisioterapeuta imprime à pessoa pela exposição gradual ao exercício, pela capacitação da funcionalidade ou então por meio de acompanhamento profissional com o Psicólogo.

 

O António Gaspar é um profissional com um percurso singular de mais de 30 anos de experiência tendo passado pelo Sport Lisboa e Benfica e sendo agora fisioterapeuta da Seleção Nacional de Futebol A desde 2000. Que importância tem tido o desporto de alta competição nesta sua caminhada?

O estar ligado ao desporto de alta competição obrigou-me a ter uma exigência pessoal e profissional em termos de aquisição de competências e na forma a fazer sempre um trabalho de excelência com as equipas, como nos é exigido diariamente.

Por outro lado, dotou-me de capacidades que trouxe para os meus projetos com uma visão de tratar todos como se fossem atletas. Todos têm as suas particularidades e esperam do nosso atendimento nada menos que eficácia, dedicação e profissionalismo para resolver os seus problemas a tempo de entrarem na ‘próxima convocatória’.

 

Com mais de três décadas no ativo, que diferenças vê entre a fisioterapia praticada no final dos anos 80 e a atual, e que desafios se poderão colocar à disciplina num futuro próximo?

Desde os anos 80 até aos dias de hoje, a Fisioterapia desenvolveu-se de uma forma consistente e regular, muito pelo trabalho dos próprios profissionais que se foram diferenciando, aprofundando e produzindo conhecimento próprio desta área. Comparativamente ao início da minha carreira profissional, o Fisioterapeuta conseguiu ganhar um espaço, junto das outras áreas da saúde e profissões, para, em igualdade de circunstâncias, discutir abordagens clínicas e terapêuticas e ser uma voz cada vez mais presente numa abordagem de equipa.

À parte destas questões de reconhecimento da profissão, tem havido um grande desenvolvimento dos equipamentos e técnicas dos quais fazemos uso. Esse progresso todo, à velocidade a que acontece, nem sempre é fácil de acompanhar, o que obriga os profissionais a uma frequente renovação de conhecimentos e competências por via autónoma ou de formação complementar. Essa capacitação técnica e reconhecimento crescentes também nos responsabilizam mais sobre os nossos doentes que cada vez são mais informados e claros no que pretendem, o que constitui por si um desafio.

No passado dia 8 de setembro assinalou-se o Dia Mundial da Fisioterapia. Portugal assiste a uma acelerada alteração do perfil demográfico com o envelhecimento da sua população. Que relevância tem a fisioterapia neste contexto?

Um dos principais problemas a afetar a população mais velha, que é já considerado um problema de saúde pública e um dos principais causadores de morte prematura, são as quedas.

Os Fisioterapeutas, integrados numa equipa interdisciplinar, são membros ativos desde logo na promoção da literacia em saúde de familiares e cuidadores. Devem sensibilizar para a análise do historial de queda anterior, da marcha sem levantar os pés e das perturbações no equilíbrio. Em termos de intervenção, considerando que tendencialmente esta população tem comportamentos sedentários, de posturas deitadas e sentadas mantidas, o Fisioterapeuta deve ser promotor de movimento antes de se pensar no exercício e atividade física.

Aproveitando as celebrações do Dia Mundial da Fisioterapia, tenho que sublinhar o trabalho na prevenção e intervenção, com uma prática alicerçada na promoção de exercício em condições de osteoartrose, tema da efeméride deste ano, que afeta mundialmente 500 milhões de pessoas.