“Uma abordagem holística e consolidada”

O CENFIM – Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica comemorou recentemente 37 anos de história. Em entrevista, Vítor Dias, Diretor do Departamento de Formação, destaca o foco nas pessoas, enquanto elemento diferenciador, reforçando os conceitos de cooperação, criatividade, pensamento crítico e de comunicação.

Que balanço faz do percurso do CENFIM até aos dias de hoje, tendo presente que este é o maior centro de formação do país?
Um balanço pode ser abordado por diversas perspetivas, contudo, existe um número estável que perdura ao longo dos 37 anos da nossa existência que é, os 90% de empregabilidade dos nossos formandos. Se as 23 mil ações, as 32 mil empresas parceiras, os 312 mil formandos ou os seis milhões de horas de formação, são números significativos na sua dimensão, contudo, os 90% de empregabilidade, são o número mais robusto e o que melhor reflete que o CENFIM está a cumprir a sua missão.
Julgamos que o balanço é positivo, contudo, o desafio é contínuo, pois o nosso sector continua carente de mão de obra qualificada, de forma a poder continuar a emprestar o seu relevante contributo para o crescimento da economia portuguesa.

Com um mercado de trabalho mais globalizado e competitivo, as instituições de ensino profissional têm um papel cada vez mais importante? Quais as mais-valias inerentes ao ensino profissional?
No seio da EFP – Educação e Formação Profissional, são três os vetores que distinguem o sistema de aprendizagem; i) Uma formação centrada no formando; ii) uma formação tecnológica orientada para o mercado e, iii) a formação prática em contexto de trabalho orientada para a empresa, fator determinante para os referidos 90% de empregabilidade. Assim, o sistema de aprendizagem combina de forma ímpar três dos principais pilares da sociedade; o Indivíduo, o Mercado e a Educação, permitindo uma abordagem holística e consolidada.

O CENFIM tem apostado na inovação tecnológica, mas também na inovação pedagógica. Podemos dizer que a formação ministrada é focada no cliente e orientada para o mercado? Que outros pontos vos diferenciam?
Há 20 anos, iniciámos a mudança evolutiva da formação, do modelo ministrado pelo mestre com o livro de instruções do “repeat it yourself” para o conceito de mentor das aprendizagens centrado no “learn it yourself”, porque hoje, sabemos que na aprendizagem, “eu” entro no laboratório para aprender, mas na formação, “eu” entro na sala para ser formado. A vontade de aprender, ou de ser ensinado, distingue os modelos operacionais.
O CENFIM, tem vindo a consolidar as suas metodologias inovadoras de formação, orientando-as para a aprendizagem baseada em projetos, permitindo uma resposta assente num modelo FAQ – Flexível, Autónomo e Qualificante em que os aprendentes trabalham com questões e problemas reais, colaboram na criação de soluções e apresentam os resultados.
Neste modelo, com a tónica na aprendizagem, combina conhecimentos e aptidões com competências pessoais e socioculturais numa contextualização e interdisciplinaridade do conhecimento.

Num mundo cada vez mais tecnológico e digital, quais são os projetos e estratégias definidas para continuar o trilho do sucesso e evolução?
Num mundo cada vez mais tecnológico e digital, importa, contudo, não perder o foco no elemento diferenciador, as pessoas, reforçando os conceitos de: cooperação, criatividade, pensamento crítico e da comunicação, fator este que, estranhamente está a ser erradicado pela desejada digitalização das comunicações, o que é um contrassenso, mas, olhando com mais atenção verificamos que, são estas as características chaves que nos permitirão manter uma relação saudável com os equipamentos tecnologicamente verdes e digitais. É neste novo enquadramento de comunicação, cooperação, pensamento crítico e criatividade, norteadas pelas diversas tecnologias e orientadas para o mercado, que o CENFIM pretende reforçar a diferença pedagógica e reafirmar a qualidade das competências, como garantia do sucesso e evolução.

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