“Quero que os clientes saibam que cuido do problema deles”

Joana Vieira tem-se destacado pela capacidade de oferecer um serviço jurídico completo e personalizado, acompanhando de perto cada cliente e proporcionando soluções jurídicas eficazes e adaptadas às suas necessidades específicas. Com uma abordagem focada na ética, no profissionalismo e na proximidade com os clientes, Joana Vieira construiu uma reputação de confiança no meio jurídico. O seu compromisso com a excelência e a defesa rigorosa dos interesses dos seus clientes fazem dela uma figura inspiradora na área da solicitadoria, sempre pronta a enfrentar os desafios com determinação, rigor e paixão. Em entrevista, revela a sua história marcada pela busca constante por ajudar pessoas, por resolver problemas e por aliviar a carga emocional que a burocracia pode trazer.

 

 

Joana Vieira, Solicitadora

 

 

Quem é a Joana Vieira – Solicitadora? 

Na tranquila localidade do Juncal, vive e trabalha Joana Vieira, uma solicitadora de 34 anos que se tem destacado na sua área. Natural das Caldas da Rainha, cresceu entre os desafios do negócio familiar, onde desde jovem se familiarizou com o mundo administrativo. Contudo, a sua ambição não se limitava a isso. “Desde cedo, a parte administrativa da empresa dos meus pais despertou o meu interesse. No entanto, percebi que apenas trabalhar na área de recursos humanos não seria suficiente, pois queria ajudar mais pessoas”, recordando os primeiros passos na sua carreira.

A sua decisão de seguir a solicitadoria, impulsionada pela influência familiar, foi um divisor de águas. “Adoro o que faço e o maior prazer que retiro do meu trabalho não é o salário, mas sim a satisfação e alívio das pessoas ao verem os seus problemas resolvidos”, destacando a essência da sua vocação. Embora tenha inicialmente considerado uma carreira no desporto, Joana rapidamente percebeu que o caminho das humanidades era o seu destino. “Muitas pessoas perguntam-me porque não segui advocacia. A verdade é que, como advogada, teria de defender causas em que não acredito. Como solicitadora, posso ser sincera desde o início e dizer logo se é possível ou não ajudar”, explica.

 Diversidade na solicitadoria 

A solicitadoria em Portugal é uma profissão antiga, mas muitas vezes mal compreendida. A solicitadora utiliza uma analogia divertida para descrever o seu trabalho: “Coloca um contabilista e um advogado num saco, chocalha bem, e sai um solicitador”. De facto, as suas funções são diversas, abrangendo áreas como direito predial, fiscal, automóvel, comercial e questões de família.

A entrevistada enfatiza que, embora possa atuar em tribunal, a verdadeira paixão reside na resolução de questões burocráticas. “O que realmente me apaixona é o desafio de resolver questões burocráticas, organizar documentos e correr entre várias entidades para garantir que tudo está em ordem”.

Quando questionada sobre as áreas de maior relevância na sua prática, Joana não hesita: “Ajudo frequentemente com partilhas de heranças, onde o emocional e o racional se misturam de forma complicada”. É nesse contexto que a sua abordagem mediadora se destaca, ajudando famílias a resolverem conflitos que podem ser desgastantes. “Nunca houve uma partilha que não se tenha resolvido, mas posso garantir que não é fácil”, sublinhando a complexidade das relações familiares.

 O desafio da burocracia 

Joana Vieira também não se esquiva ao abordar a realidade desafiadora da burocracia em Portugal. Apesar dos esforços para digitalizar processos através do programa Simplex, a solicitadoria ainda enfrenta obstáculos significativos. “Mesmo com essa modernização, o serviço público continua a ser muito burocrático e exigente”, critica.  A solicitadora menciona o exemplo do BUPi (Balcão Único do Prédio), que, embora tenha sido criado para simplificar o registo de terrenos, falha em garantir a precisão necessária, o que pode levar a conflitos futuros. “Estamos a viver numa era em que as instituições precisam de uma reformulação urgente”, afirma.

Joana enfatiza que a escassez de recursos humanos nas repartições públicas tem um impacto direto na eficiência dos serviços. “A falta de resposta atempada e os bloqueios no sistema persistem, levando-nos a recorrer constantemente a tribunais para tentar obter respostas”, lamenta.

 

 

 

 A importância da colaboração 

Uma das ideias centrais que a entrevistada defende é a colaboração entre as diferentes profissões jurídicas. “Gostava muito que as classes dos advogados, solicitadores e agentes de execução trabalhassem mais em conjunto, em vez de cada um tentar puxar a brasa à sua sardinha”.

Joana Vieira imagina um futuro em que os profissionais da lei operem num modelo de serviços integrados, semelhante ao que existe nos Estados Unidos, onde os clientes podem ser encaminhados facilmente para diferentes especialistas dentro de um único espaço. “Quero que os clientes saiam descansados, sabendo que eu cuido do problema deles e que só voltarão se for realmente necessário”, afirma com convicção.

O impacto do direito da imigração 

Um dos campos de atuação que Joana considera particularmente relevante é o Direito da Imigração. Recentemente, a transição do SEF para a AIMA trouxe novos desafios para os solicitadores e imigrantes. “A regularização dos imigrantes tem estado marcada por ineficiências e falta de organização”, explica. Muitos dos seus clientes enfrentam dificuldades em obter respostas e, frequentemente, têm expectativas desmedidas sobre o que pode ser feito. “Na prática, estamos limitados pela própria ineficácia das instituições”, critica, alertando para o impacto que isso tem na vida dos imigrantes.

A solicitadora trabalha diariamente para gerir não só os processos, mas também as expectativas dos seus clientes, o que exige um grande grau de paciência e empatia. “Acredito que a minha abordagem, de ouvir e mediar com calma, é a mais eficaz”, afirma.

 

 

 

 

 Uma nova geração de solicitadores 

A profissão de solicitador em Portugal tem passado por uma transformação. A entrevistada menciona as recentes alterações estatutárias que permitiram a publicidade e a utilização de logótipos pessoais pelos solicitadores. “Essa abertura permite-nos maior flexibilidade e conforto nos nossos escritórios”, declara.

Contudo, ainda vê áreas que precisam de reforma, especialmente no que se refere ao sistema de pensões dos solicitadores. “A situação atual não garante uma pensão ao nível da segurança social. Acredito que o sistema deveria ser mais parecido com o da Segurança Social para trabalhadores independentes”.

 O futuro da solicitadoria 

O futuro da profissão parece promissor, embora a solicitadora reconheça a necessidade de adaptação constante às exigências do mercado. “Estou a ponderar abrir um terceiro escritório e gostaria de encontrar o espaço certo na zona que idealizo”, revela, demonstrando uma ambição que a caracteriza. Além disso, acredita que a diversidade de serviços que os solicitadores podem oferecer pode ser um fator diferenciador no mercado.

Com uma abordagem centrada no cliente e uma visão clara para o futuro, Joana Vieira é uma figura inspiradora no campo da solicitação. Não só representa a modernização da profissão, mas também a busca por um sistema mais justo e eficiente para todos. “A minha visão é criar um espaço em Portugal semelhante ao que existe nos Estados Unidos, onde profissionais de diversas áreas estão concentrados num só lugar”, conclui. É uma visão audaciosa, mas com certeza uma que poderá moldar o futuro da solicitadoria em Portugal.

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