O concretizar do sonho de uma vida

Miguel Freitas, Diretor de Marketing da KYAIA, desvenda o que faz desta empresa uma referência ao nível nacional e internacional na indústria do calçado.

A KYAIA nasceu em 1984 e, atualmente, detém as marcas FLY London, Softinos, AsPortuguesas e Foreva. Explique-nos como é que começou este projeto e faça uma breve análise do percurso da empresa até aos dias de hoje.

Fortunato Frederico, o CEO do grupo, sempre teve o sonho de criar a sua própria empresa. É nesse âmbito que, em 1984, surge a KYAIA, no preciso momento em que este vislumbra uma oportunidade e se sente preparado para enfrentar qualquer obstáculo que possa, eventualmente, surgir pelo caminho.

Ao longo dos anos, a empresa passou por várias etapas até alcançar o sucesso que tem nos dias de hoje.

Numa fase inicial, a KYAIA dedicou-se, exclusivamente, ao negócio de private label (produção para outras marcas). No entanto, o objetivo do Sr. Fortunato sempre foi ter uma marca própria e produzir para a mesma.

Neste sentido, em 1994, adquiriu a FLY London, marca que, desde o seu início, teve muita incidência no Reino Unido e nos Estados Unidos. Ainda assim, só quando a marca se consolidou nestes e noutros mercados, é que foi transportada para o mercado português, sendo que, atualmente, a FLY London é a marca portuguesa mais vendida em todo o mundo.

No ano de 2005, a KYAIA comprou a Foreva, marca da qual nunca abdicou, embora tivesse que lidar com algumas contrariedades ao longo dos anos. A Softinos aparece à posteriori, direcionada para o conforto, marcando presença em diversos mercados e exercendo a sua maior força no mercado alemão.

No que respeita ao projeto mais recente, AsPortuguesas, resulta de uma parceria com a Corticeira Amorim, em que o calçado é produzido com base numa lógica mais sustentável.

Importa realçar que entre estas marcas não há espaço para competição, uma vez que cada uma atua no seu próprio segmento.

 

Afinal, quais são os fatores que explicam o sucesso desta empresa?

O sucesso deve-se, sobretudo, ao seu fundador. O Sr. Fortunato é uma pessoa muito inteligente e com uma grande visão. Na minha ótica, a sua principal qualidade é o facto de sempre ter estado disposto a fazer aquilo que mais ninguém estava e isso, de certa forma, tem-se refletido no sucesso da empresa. Ademais, este soube rodear-se das pessoas certas e é por esse motivo que é imprescindível destacar o trabalho desenvolvido tanto pelos seus colaboradores, como pelas equipas de vendas espalhadas pelo mundo.

 

Ser detentora da marca portuguesa mais vendida do mundo, a FLY London, é, certamente, motivo de orgulho para a KYAIA. Do seu ponto de vista, o que justifica esta preferência “pelo que é nacional”?

A FLY London possui esta força devido à sua ousadia, pois sempre foi uma marca capaz de criar tendências e traçar o seu próprio destino. Este aspeto, aliado ao facto de ter as pessoas certas nos mais diversos mercados, permitiu que esta se estabelecesse em inúmeros países.

 

O futuro da KYAIA passa, igualmente, pelo reforço da aposta na produção de calçado de qualidade, sustentável e amigo do ambiente? Quais é que perspetiva serem os maiores desafios para este ano de 2023?

O futuro terá, inevitavelmente, de passar pela sustentabilidade. A KYAIA preocupa-se não só com o ambiente, mas também com as tendências ditadas pelo mercado. Tal como referi anteriormente, a KYAIA já tem uma marca 100% sustentável, AsPortuguesas. Paralelamente, dispõe de alguns modelos sustentáveis, quer na FLY London, quer na Softinos. Contudo, estas marcas possuem um ADN próprio, pelo que essa transição para a vertente sustentável terá de ser feita de forma gradual.

Eu considero que o principal desafio que vamos enfrentar neste ano de 2023, é a incerteza. As perspetivas não são as melhores, tendo em conta os recentes acontecimentos a nível mundial. No entanto, não conseguimos prever o quão mau será. Acreditamos, e estamos a trabalhar para que, no final do ano, a empresa cresça, ainda assim, será muito difícil apresentar valores de crescimento semelhantes aos dos anos anteriores.

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