Machico Galardoado com prémio Autarquia do ano
A Câmara Municipal de Machico venceu o Prémio “Autarquia do Ano” referente às boas práticas de sustentabilidade e boas práticas ambientais, no âmbito da Semana Gastronómica. Alexandre Marques, Vereador do Município de Machico, revela que a certificação ainda é pouco conhecida e contempla a higiene alimentar e a parte ambiental, bem como a separação dos resíduos, o consumo de água e a recolha dos óleos alimentares.
O Município de Machico conquistou o Prémio “Autarquia do Ano”. Quais as principais iniciativas e projetos desenvolvidos pelo município que contribuíram para esta distinção? Como o prémio contribui para o crescimento e desenvolvimento sustentável de Machico?
A conquista do prémio “Autarquia do Ano” foi devido à certificação como “Evento + Sustentável” do evento “Semana Gastronómica de Machico”. Este é conhecido por ser um dos festivais gastronómicos mais conceituados da Região Autónoma da Madeira, que conta sempre com grande adesão de milhares de pessoas nas ruas, muita luz, animação, espetáculos musicais e toda a tipicidade da Madeira. O principal objetivo é contribuir para a promoção socioeconómica, turística e cultural desta localidade do leste da região madeirense.
A certificação ainda é pouco conhecida, pois iniciou-se em 2019, sofrendo o interregno de 2020 e 2021, voltando-se a implementar em 2022. Esta contempla a higiene alimentar e a parte ambiental, onde se inclui, entre outros, a questão da separação dos resíduos, o consumo de água, a recolha dos óleos alimentares, as águas residuais, que antes não era devidamente tratada.
O festival gastronómico foi certificado como o “Evento Mais Sustentável”. Qual a importância de certificações externas para validar e destacar as boas práticas de sustentabilidade implementadas pelas autarquias? Qual o impacto esperado nas gerações futuras?
Pessoalmente acho que a certificação externa é uma mais valia para a Câmara Municipal. Não há desconfianças quando é uma entidade certificada externa a aferir o impacto que o nosso festival gastronómico tem em termos de sustentabilidade ambiental e a nível da segurança alimentar. Se fossem os serviços da autarquia a proceder à avaliação, poderia levantar dúvidas e deste modo não. O objetivo principal é sem dúvida alguma, melhorar todos os aspetos que possam evoluir positivamente.
A sustentabilidade é um tema cada vez mais importantes para as autarquias. Quais ações específicas de consciencialização ambiental o município implementou nessa área? Como pretendem envolver ainda mais a comunidade local e incentivar a participação ativa dos cidadãos nas ações relacionadas com a sustentabilidade?
No Município, para além desta certificação, temos apostado em variadas ações de consciencialização, sendo exemplo, os programas Eco-escolas e Bandeira Azul da ABAE, o Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima. Saliento ainda o Ecos Machico, em parceria com a Associação Insular de Geografia, que tem como objetivo a sustentabilidade territorial e que tem tido uma grande participação da população. A população tem tido um importante papel na ajuda da definição de vários ecossítios no concelho, através das redes sociais ou presencialmente nas nossas ações. Acrescento que ecossítios são sítios de geodiversidade, de biodiversidade, pontos panorâmicos e sítios de interesse histórico-cultural.
Também temos em mão uma parceria com a SPEA – Madeira, em que queremos estudar e diminuir a poluição luminosa de modo a preservar a biodiversidade e diminuir os seus impactos na população. Não posso esquecer também o papel do Museu da Baleia da Madeira.
Uma das metas do Município é tornar-se uma cidade mais sustentável. Como esse objetivo está alinhado com as metas nacionais e internacionais de combate às alterações climáticas? Isso envolve parcerias com outras entidades ou a adoção de tecnologias e energias renováveis específicas?
O Município está agir em consonância com as metas estabelecidas, tendo como disse na pergunta anterior já aprovado o PAESC – Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima, como também a implementação de um Plano Diretor de Iluminação Pública. Temos também em vigor uma Declaração de compromisso para adaptação e mitigação das alterações climáticas com a APDA – Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas.
Julgo que um dos mais importantes ODS, é, sem dúvida, o ODS 17 – Parcerias para a implementação dos objetivos e a Câmara Municipal de Machico está aberta a essas parcerias, desde que vá de encontro com os nossos objetivos.
À medida que a Câmara de Machico continua a ser um exemplo de boas práticas ambientais, quais são os desafios que o município enfrenta atualmente e quais estratégias estão a ser adotadas para superá-los?
Temos em vigor diferentes boas práticas e gostaríamos de ampliar a mais setores. Publicar um post nas redes sociais nem sempre é suficiente e necessitamos realmente de chegar a todos. E penso que lá chegamos com maior e melhor educação e consciencialização ambiental.
Por fim, qual é a visão de longo prazo em relação à sustentabilidade? Como o município pretende garantir a continuidade e o progresso das iniciativas de sustentabilidade, visando um futuro mais verde e resiliente? Quais as expectativas em relação ao futuro?
Se em anos transatos o nosso vocabulário incidia na reciclagem e na poupança de água, hoje em dia, o vetor da sustentabilidade tem de estar presente em todos os nossos atos a nível autárquico, que é a nossa margem de ação. No meu ver, na sustentabilidade, está a nossa capacidade de não deixar comprometer as gerações futuras. Assim sendo, queremos melhorar os nossos serviços aos nossos munícipes.