Inovação e empreendedorismo com impacto na qualidade de vida

Através das palavras da Doutora Dina Pereira, ficámos a conhecer o UBImedical, um espaço de excelência para articular a ligação entre a Universidade e o mundo empresarial.

 

 

Doutora Dina Pereira, Gestora Executiva do UBImedical Investigadora Integrada no CEGIST Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa Sócia e Co-fundadora da startup NeuroSoV

 

 

Ao longo dos seus 50 anos de existência, a Universidade da Beira Interior (UBI), através da sua forte e dinâmica comunidade académica ao nível do ensino, da educação e da formação de estudantes nas mais variadas áreas, tem sido um agente fundamental na promoção do desenvolvimento e da coesão territorial, nomeadamente na retenção de talento, no alavancar o potencial da região para o investimento científico e instalação de outras empresas na área da saúde, e na articulação da ligação entre a Universidade e o mundo empresarial. Neste contexto, surgiu o UBImedical. Como e quando foi criado, como está estruturado e a que se dedica este centro de excelência da UBI?  

O UBImedical é um centro de interface, com duas áreas de foco, a área laboratorial e a área de incubação tecnológica. A área laboratorial compreende 11 laboratórios em áreas relacionadas com as ciências da vida e as tecnologias, cujo objetivo é a prestação de serviços de alto valor tecnológico e as parcerias internacionais, nomeadamente: o AGEinFuture dedicado ao envelhecimento ativo e saudável, o Centro Académico Clínico das Beiras que integra o Centro de Estudos e Ensaios Clínicos, o LabExpoRad focado no efeito das radiações na saúde, o LabSed que estuda os edifícios e efeitos em saúde, o Laboratório de Biosensores e Instrumentação, o Laboratório de Química focado no tratamento inovador de efluentes e na produção de hidrogénio verde, a Fármaco-Toxicologia, a Fisiopatologia, o UBIAir dedicado às doenças respiratórias agudas, as Ciências da Visão e o Pólo do Instituto de Telecomunicações. A área de incubação tem 43 startups focadas na saúde, ciências da vida e IT, as quais já levantaram mais de 35 milhões de euros em fundos, empregam mais de 200 colaboradores, a maioria altamente qualificada, e estão envolvidas em diversos projetos europeus e nacionais. O UBImedical, a operar ativamente desde 2017, dinamiza scouting, mentoria, networking, aceleração e fundraising dos projetos empreendedores e apoia a operacionalização dos diversos laboratórios residentes.

As novas tecnologias e a Inteligência Artificial estão a assumir um protagonismo decisivo nos mais variados setores das sociedades contemporâneas. Que projetos e/ou iniciativas estão previstas pelo UBImedical neste cenário cada vez mais virtual? 

O UBImedical conta já com laboratórios e startups a investigar e transferir projetos ligados à Inteligência Artificial (IA), Blockchain, IoT, com as mais diversas aplicações, desde o apoio ao envelhecimento ativo e saudável, rastreio e monitorização de doenças e marcadores, acompanhamento pós-cirúrgico, otimização e design de fármacos, vigilância urbana e smart cities, interoperabilidade clínica, algoritmos de apoio à decisão clínica, telemedicina, gestão segura de projetos e tramitação de dados, entre outras. Laboratórios residentes como os Biosensores e Instrumentação, o Instituto de Telecomunicações, ou startups incubadas como a DeepNeuronic, a FastCompChem, a Uphill, a Bedev, a Sensomatt, a Synexis, a Synopsis Planet, ou empresas scale-up, como a Future Healthcare, a Wetek, ou a Wondercom são alguns dos exemplos de sucesso a inovar e ditar as tendências nestes setores. Também o UBImedical, opera de forma híbrida, compreendendo uma incubadora virtual, a par da incubação física. A incubação virtual, para além da residência virtual das startups, providencia-lhes mentoria, aceleração, e consultoria híbridas.

Para além da operacionalidade através dos seus dois pilares fundamentais, a incubação de base tecnológica e a componente laboratorial, poderia o UBImedical vir a equacionar a abertura a uma ou mais outras áreas de atuação? 

O edifício físico do UBImedical encontra-se, neste momento, com uma taxa de ocupação de 98%, restando somente 15m2 disponíveis. Deste modo, é de equacionar a apresentação de um projeto para a construção de um segundo edifício no complexo, dotado de laboratórios vivos e de co-criação de ponta, que possam alavancar o surgimento de novas startups e scale-ups e atrair a fixação de empresas maduras de biotecnologia, pharma e tecnologia que operem como âncoras de desenvolvimento e energização das spin-offs e startups que surgem na UBI.

You may also like...

This will close in 0 seconds